Uma vez iniciado um processo de desestabilização institucional, nunca se sabe quando e como isso pode terminar. Venho acompanhando nas pegadas do tempo os acontecimentos de um período nebuloso, revestido de trágicas consequências. Não se pode antever o que teremos em curto, médio e longo prazo.
Vivenciamos, na atualidade, um período de trevas dos confrontos entre o bem o mal. As constantes chacinas animalescas confirmam o velho ditado de que “o ser humano é o lobo do seu semelhante.”
Nas trevas dos confrontos entre o bem o mal, a solidariedade é luz da esperança da invencibilidade do bem. Diante de um quadro de dúvidas e incertezas, volto a relembrar o que se passa com os dois extremos ideológicos, direita e esquerda, ambos remando no mesmo barco, num confronto de ideias e ações, que levaram o país à atual situação. Muito se fala em Estado democrático de direito, mas em casos extremos, não há como deixar de suspender certas regalias e voltar- se para as medidas de exceção, ainda que por tempo limitado e abrangentes opiniões. As razões são infinitas. Vejamos algumas:
A palavra golpe jamais teve uma abrangência tão elástica. Vivemos sob o reinado dos golpistas, exploradores do patrimônio particular, muitas vezes seguido de sequestros, torturas e mortes. As chacinas e os crimes de feminicídios, tão frequentes, são provas da irracionalidade.
O momento é de se por ordem na desordem. Os crimes hediondos repercutem internacionalmente: - o genocídio dos povos originários yanomâmi, atrelado aos diversos crimes ambientais, até que enfim, são considerados prioridade do governo, que decretou medidas de emergência; - a presença de vândalos no fatídico 08 de janeiro de 2023, macula a nossa história. Este caos planejado foi fartamente anunciados, como as ameaças constantes do chefe do Executivo em confrontos com os outros poderes e suástica do nazismo exposta em várias ocasiões e os trágicos acontecimentos do dia 08 de janeiro de 2023, movidos por um ódio satânico: os acampamentos em frente aos quarteis do Exército, com regalias de alto custo e protegidos pelo próprio chefe do Executivo era o prenúncio de uma trama diabólica, que envolvia greve dos caminhoneiros estacionados nas imediações do acampamento e a convocação de todos os fanáticos vândalos para se juntarem aos colegas do acampamento e se dirigirem para a Esplanada dos Ministérios, para cumprimento do que estava planejado. Os resultados foram as depredações das sedes dos três poderes no fatídico 08 de janeiro de 2023.
Um fato que deve ser relembrado: “Uma ameaça que não pode ser ignorada: a revista Veja, edição 2752, de 25 de agosto de 2021, trata de uma entrevista com o ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública, Raul Jungnann, durante o governo Michel Temer. Nela, relata fatos que dizem respeito ao que se passa no governo do presidente Bolsonaro, com alerta sobre o momento caótico que atravessamos, que pode ser sintetizado com a seguinte frase: “Ele propõe jogar brasileiros contra brasileiros. No limite, isso tem o nome de guerra civil.” Vamos a um fato que bem define o que se passa. “Pela primeira vez os comandantes da Aeronáutica, Marinha e Exército foram demitidos. Eles não se dobraram... O que motivou a demissão? O respeito à Constituição. Ele chamou um comandante militar e perguntou se os Jatos Gripen estavam operacionais. Com a resposta positiva, determinou que sobrevoassem o STF acima da velocidade do som para estourar os vidros do prédio. Bolsonaro mandou fazer isso, tenho um depoimento em relação a isso. Ao confrontá-lo com o absurdo de ações desse tipo, eles foram demitidos.”
Mas nem tudo está perdido, pelo contrário: decorridos menos de um mês, no dia 01 de fevereiro de 2023, houve assembleias para as eleições dos componentes dos poderes legislativo e o início dos trabalhos constitucionais do Supremo Tribunal Federal (STF). Os presidentes do Senado, senador Rodrigo Pacheco, foi reeleito por 49 votos e o seu opositor, Rogério Marinho, 32 votos; o presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Arthur Lira, foi reeleito por 464 votos, num total de 513 deputados. As sedes dos três poderes da República foram reconstituídas, seguindo o mesmo padrão, anterior, digno das atividades constitucionais.
Passado esse marco histórico de turbulência do ódio, a ocasião é de se precaver de possíveis ataques à frágil democracia. Tudo é possível quando se trata de impedir as atividades governamentais. De anarquia em anarquia, estão enterrando a democracia. A Sociocracia (3º Volume dos livros Mosaicos da Sociedade Brasileira) é a democracia aperfeiçoada. Assim, não se sabe se estamos no princípio do fim ou no fim do princípio.
Vivamos o presente voltados para o futuro, mas com os pés no passado.
Atenciosamente,
Oto Ferreira Alvares
Período turbulento o que vivemos, Sr. Oto! Os brasileiros ficaram uns contra os outros, divididos numa corrente do bem e do mal, muito extremismo. Tenho esperanças de dias melhores. Obrigada pelo artigo.
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