O mundo continua passando por um processo de transformação, inacessível ao entendimento racional. O que veremos a seguir são fatos que correspondem aos relatos dos sermões proféticos, vistos no Artigo anterior.
Como introdução a um período nebuloso de incertezas do que acontece e está para acontecer, a palavra liberdade é a que mais sofre com os efeitos das tragédias provocadas pelo ódio milenar de etnias conflitantes. O mais sagrado dos direitos do ser humano é a manifestação da liberdade. Liberdade é a sublime virtude inata do ser humano de externar a sua vontade, a não ser que o direito ou a moral proíbam ou restrinjam os seus desejos. A liberdade sem os limites impostos pelo direito e pela moral conduz as sociedades à autodestruição.
O que presenciamos no Oriente Médio são fatos inomináveis; uma barbárie que marcará a história contemporânea da humanidade.
No dia 07 de outubro de 2023, Israel foi surpreendido por uma tempestade de mísseis lançadas da Faixa de Gaza, seguida de assaltos pelos terroristas do grupo Hamas, atirando contra civis indefesos, promovendo um massacre, com 1.400 mortes, e sequestrando um número elevado de judeus como reféns.
A vingança veio a seguir, com lançamento indiscriminado de mísseis em edifícios, escolas e até um hospital, ocasionando um número incontável de mortes. E os ataques de Israel continuam, preparando uma invasão por terra. O que por lá acontece é o inferno em vida.
Não se trata de uma guerra convencional. É guerra de sobrevivência do Estado de Israel, localizado numa região hostil, onde os vizinhos compõem uma unidade de aversão histórica, com fundamentos culturais e religiosos de priscas eras, que envolvem soluções incompletas quando da criação do estado de Israel, postergando a criação do estado da Palestina.
O que hoje vivenciamos, imersos numa realidade que varia entre a euforia de um otimismo de pouca convicção e expectativas pessimistas quanto ao que pode acontecer e o que está acontecendo, vem confirmar a certeza de que está no passado o plantio do que hoje se colhe.
O certo é que estamos numa encruzilhada de tempos. E também de rumos.
Em destaque: durante os anos de 1947 e 1948 a Assembleia Geral da ONU era presidida pelo embaixador brasileiro Osvaldo Euclides de Sousa Aranha, natural de Alegrete-RS. Durante a sua presidência deu-se a criação do estado de Israel. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer Israel como Estado.
A predominância de uma religião e vocação para práticas que se perpetuam no tempo é parte da identidade cultural. Um povo que tenha uma história comum e práticas de usos e costumes, ao se fixar num território próprio, vai constituir-se em uma nação. O nacionalismo, sob o ponto de vista cultural, é a consciência dessa identidade.
Se bem observarmos, estamos vivenciando uma crise ascensional diversificada, que atingiu como um raio o princípio da nacionalidade, o que vem se tornando um perigoso fato gerador de crises.
Com tantas guerras, regionais ou de repercussão mundial, não há como esperar a Paz, que depende da vontade das partes envolvidas, e da neutralidade política das representações que tenham o sagrado dever de promover o diálogo nas mesas de conciliação. A força abusiva é a negação da justiça, que é o ponto de equilíbrio racional, entre interesses em jogo. A Paz não poderá ser vista como um frágil estado de calma aparente, ou não beligerante, muitas vezes sustentada pelo equilíbrio de forças. Não é um fim em si mesma, mas resultante da atuação visando a esse fim.
O conselho de segurança da ONU, apesar das tentativas, pouco ou nada pode fazer.
O que se passa no Oriente Médio reflete o já conturbado ambiente explosivo das três potências bélicas, cada uma delas com sérios problemas, internos e externos, concentrados na guerra Rússia x Ucrânia, com poucas oportunidades para se chegar a uma paz definitiva.
A trilha dos movimentos carregados de um ódio, que obscurece a razão e invoca a irracionalidade do extinto, promove um clima de insegurança e medo.
Os noticiários sobre o que acontece no Oriente Médio abrandaram o que se passa de terrorismo no Brasil. É crítico o clima de insegurança da população, submissa a um terrorismo vinculado aos múltiplos golpes que atuam em todos os estados da Federação. O tráfico e consumo de drogas são o celeiro de fatos que levam a absurdos jamais imaginados.
No Rio de Janeiro, a guerra declarada pelos milicianos queimou 35 ônibus. Nas capitais e cidades de maior densidade populacional, principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, acontecem os maiores atendados à ordem pública.
Com esses argumentos, procuro justificar o título deste artigo.
“Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se.” (Mt. 10:26).
Atenciosamente,
Oto Ferreira Alvares
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