Introdução:
No livro Memória Mística, publicado em janeiro de 2004, a partir da página 111, descreve fatos que bem definem o que se passa nos dias atuais: o relatório do inquérito da Polícia Federal faz menção a um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice-presidente, Geraldo Alckmim e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. O ministro Alexandre de Moraes determinou sigilo máximo no decorrer do trâmite do relatório.
É HOJE?
O hoje é meramente um marco na contagem do tempo. Os fatos relevantes fixam-se na consciência social e os triviais se diluem no próprio tempo. Fixemo-nos, aqui, aos fatos excepcionais, capazes de mudar o rumo da História. A intensidade dos eventos-causas determina como serão os eventos-efeitos. Tudo é questão de oportunidade na determinação, precisa ou imprecisa, do desempenho dos acontecimentos.
A imprecisão dos fatos indica também a insegurança dos meios utilizados para as devidas correções. Consumado o imprevisto, dilui-se o planejado. Nestes casos instala-se o arbítrio — nem que seja provisório — ou degenera-se em anarquia. O combate sistemático ao anacronismo de fatos degenerativos da vida social exige sacrifícios, (in)justiças e acomodamento ao tempo. Urgem-se soluções. E nestas condições, fora de um contexto racional e até mesmo ilógico, essas soluções não desejadas medram natural e robustamente. E são desencadeadas por pessoas que transformam radicalmente os seus comportamentos. Ninguém aparece fora de seu tempo. Surgem então lideranças forjadas em outros ambientes e preparadas para atuarem em momentos de crises. Equilibram-se o bem e o mal e o processo evolutivo instala-se. Mais uma vez as aberrações vêm à tona: guerra, genocídio, fome, peste e toda espécie de extermínio e sofrimento.
E como isso se deu? E como isso se fez?
À História cabe apenas a narrativa dos fatos, dentro de um prisma meramente formal e sintetizado. Às futuras gerações caberá analisá-los à luz da razão de novos conhecimentos, que só hão de chegar no seu devido tempo. Até lá, contentemo-nos em ser espectadores e expectadores.
De uma coisa se tem certeza: não se sabe o dia do amanhã, baseando-se unicamente no que se passa no dia de hoje. O hoje é emotivo. O amanhã é tempestivo. Vivemos de um dia para outro o contraditório. Se tudo está de acordo com as previsões, o controle pela personalidade é absoluto. Caso contrário, quando o que se passa não se prende à harmonia do tempo, produz-se o efeito de um resultado não imaginado. E é aí que sucumbe a racionalidade. O que é racional praticamente deixa de o ser, cedendo lugar ao imprevisto. Estas mudanças imprevistas e absurdas têm também um caminho. E caminho consentâneo com o desenrolar dos fatos. Quando isso se dá não é pela razão que vamos encontrar explicações plausíveis, mas no próprio ilogismo do acontecimento. E aí só temos uma alternativa: apelar para um plano superior, um desígnio que a nossa temperatura intelectual ainda não pode alcançar. Trata-se do Plano de Deus (destino). Quando isso acontece vemos como é frágil a nossa cultura esotérica, incapaz de ver com os olhos da matéria e projetá-la no mundo do espírito, ou vice-versa. Perdemo-nos no trajeto entre o real sensível e o real anímico. A nossa pequenez suplanta a grandeza de tudo que não encontramos explicações em nós mesmos.
Se julgas capaz de projetares o futuro baseando-se no presente, não abandones o passado, pois é na conjugação dos tempos que se forjam os limites do espaço.
Os planos se sobrepõem e nessa sobreposição o homem, diminuto e mesquinho, só pode vislumbrar a sua própria sombra. Sabe que existe a luz, mas não consegue vislumbrá-la. Ouve os sons, mas não sabe de onde vêm. E aí só lhe resta uma saída: a fértil imaginação.
Vivemos um período de transição profunda, em todas as atividades humanas, e seria até mesmo ilógico se essas transformações não se fizessem intensamente e com transparência.
Um Mar de Incertezas
“Presenciamos na atualidade um fenômeno degenerativo da sociedade. Admitamos ou não, estamos mergulhados num mar de incertezas.
Perdemos a noção do que é justo e prioritário e adentramos na embarcação furada da justiça social ideológica, eivada de vícios metamorfoseados de facilidades paradisíacas, em que a miséria desapareceu por encanto, numa ilusória e contagiante ânsia de engrossar a onda do consumismo do supérfluo. A demagogia tornou-se o instrumento promocional do crédito fácil, uma realidade que, mais cedo ou mais tarde deve repercutir de maneira desastrosa. Tudo isso leva ao confronto entre as classes sociais. Tornamos um País dividido, ou melhor, de contendas que se agravam cada vez mais. A liberdade tornou-se licenciosidade para uns e prisão domiciliar para a maioria da população pacata, que se vê insegura de sair de casa.
O medo e a desconfiança são a marca da confusa comunidade dos contrários. Somos de fato uma sociedade que pede por socorro. No entanto, a mais aviltante das chagas expostas está na inversão dos valores e na consequente ausência de vontade de reagir aos planos diabólicos em execução. É preciso dar continuidade, a qualquer custo, aos planos de governo interrompidos temporariamente.
Devemos lembrar que o terrorismo não tem fronteiras. Os objetivos a que se propõem são guiados pelo ódio, pela vingança e irracionalidade cega. O fanatismo é a sua bandeira.
Fala-se muito em reformas e o que sempre foi visto foram remendos mal costurados para atender a interesses políticos e de políticos. Mas o que de fato necessitamos é de uma reconstrução institucional do estado, de modo a libertá-lo da gaiola da política-ideológica e da politicagem, tão presentes nos dias de hoje.
Sintetizando: a fraternidade universal é ilimitada e exige a humildade do diálogo e da mútua interpretação.
Oto Ferreira Alvares
“Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes. Isto será o princípio de dores.” (Mc.13:8).
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