78ª Comunicação
Atravessamos um tempo turbulento de nossa história
contemporânea. Os fatos se sucedem de maneira inesperada e num clima de
animosidade nunca visto. Não se pode antever o que acontecerá no dia seguinte,
embora a expectativa seja sempre de pessimismo. Estamos perdendo a noção do que
é certo ou errado, uma vez que a inversão dos valores prevalece como meta para
atingir objetivos que desestabilizem a normalidade dos procedimentos de rotina.
Daí as greves de setores essenciais à normalidade do convívio social, com
movimentos que chamem a atenção. A população, que sofre as consequências diretas
ou indiretas dos transtornos provocados por tais distúrbios, movida por um
impulso inconsciente, passa a engrossar os movimentos reivindicatórios e
contestatórios, aparentemente, sem vínculo de interesse. Motivos não faltam.
Assim assistimos o desenrolar de episódios que sustentam noticiários da mídia, cada dia mais temerosos. Grupos organizados,
não se sabe de onde surgem, aparecem de repente, mascarados e portando
instrumentos de destruição, prontos ao enfrentamento para o que der e vier.
Instala-se o caos programado. Começam com palavras de ordem e passam a ação
destruidora: depredação do patrimônio, público e particular; queima de ônibus e
veículos estacionados na redondeza, além de enfrentamento à força policial.
Outras consequências: obstrução de vias públicas, ocupação de repartições,
barricadas em rodovias e estradas vicinais, com queima de pneus e outros meios
improvisados.
Os desafios a serem superados exigem prudência e bom
senso. O ambiente político é o mais delicado de todos eles. A política não se
predispõe a solucionar problemas emblemáticos. Foi abocanhada por três monstros
que ameaçam a soberania e a unidade nacional: a ideologia, a divisão da
sociedade e a corrupção sem controle, que tanto nos atormentam. Caímos numa
armadilha bem construída.
Por enquanto estamos no estado inercial da espera. Há
muitos desafios a serem superados. A denominada base política, resultado de
manobras que se destinam a fortalecer os objetivos que levariam à implantação do
“socialismo Bolivariano”, está a um passo de decompor-se. A causa não mais
convence. A corrupção da Petrobras e outros desmandos administrativos vêm
retardando, mas não impedindo que se prossigam na inglória marcha. Os fatos
anormais são transformados em normais. Utilizando-se de ensinamentos
gramscista, persistem na estratégia de desmoralizar o adversário, tido como
inimigo, até o convencimento de seus propósitos. Os fatos estão aí expostos
para quem quiser ver. A tão decantada República está desgastada pela ferrugem
de crimes lesa-pátria. Tudo trama contra os interesses nacionais. A democracia,
já adulterada por vícios de uma politicagem nociva aos legítimos interesses da
nação, serve como instrumento para promover as condições ideais ao plano diabólico
em andamento. As regalias pomposas comparam-se a uma nau da fantasia, recheada
de sonhos. E o povo, por necessidade ou ingenuidade, espera na praia aplaudindo
uma quimera, mal sabendo o que contém aquela nau.
Identifiquemos alguns produtos desta maldita nau:
movimentos de protestos de toda ordem. As greves forçando aumentos de salários
se revezando no preenchimento de um tempo de indefinições, como a confirmar o
colapso de uma política salarial imprecisa, injusta e excessivamente
conflitiva. Os inquéritos que apuram rombos astronômicos na Petrobras
desmoralizam autoridades e levam ao descrédito aqueles que praticam uma verdade
falseada. Por incompetência aliada à surrada ambição de mando sem dotes de
liderança necessários ao exercício das funções públicas, o caos pode estar
batendo a nossa porta. O inquérito ‘Lava Jato’, da Polícia Federal, já aponta
deslizes na cúpula da Empresa.
É neste ambiente conturbado que, após negação de
recurso impetrado pelos Clubes Naval, Militar, da Aeronáutica e oficiais da reserva
interessados no feito, foi oficialmente divulgado o relatório das “Comissões da
Verdade”, conforme procedimentos habituais, tão próprios de uma esquerda
ideológica irada e vingativa. Como fato histórico, em nada repercutirá como
algo extraordinário para ser lembrado, a não ser que teve por objetivos
principais desqualificar os governos militares, enxovalhar a honra daqueles
que, por dever profissional combateram a baderna então reinante e enfrentaram
duas guerrilhas, a urbana e a rural, além de ser instrumento para denegrir as
Forças Armadas.
Sobre o título “Comissão da Verdade”, um ultraje a uma
palavra que merece respeito ao se pronunciá-la, há de se contrapor outras
verdades. Nas décadas 1960/1970, uma desgraça que grassava rapidamente entre a
juventude ameaçava a ordem e a paz. Era a propaganda comunista que se utilizava
da lavagem cerebral para pregar o nefasto objetivo de implantar um governo de
exceção no País. Esta verdade, propositalmente, passou despercebida pelos
estrategistas das Comissões da Verdade. Como não há efeito sem causa, não se
pode apurar apenas um dos efeitos, a tortura, e não se lembrar de que a causa
de ter havido a tortura foi o terrorismo, prática adotada pelas guerrilhas,
urbana e a rural. A causa de ter havido a tortura foi provocada pelo
terrorismo. Este sim, além de utilizar-se de métodos de uma tortura
individualizada, tida como “justiçamento”, trazia a população sob o jugo de uma
tortura psicológica, nefanda e covarde, em que as vítimas seriam pessoas
anônimas, de todas as idades e sexos, mortas ou mutiladas, vítimas de bombas,
descarrilamento de trens, assaltos a bancos e casas comerciais, sequestros e
toda espécie de ameaças à vida. O ambiente era insuportável e tinha por fim
desestabilizar o governo. Tanto a tortura como o terrorismo são métodos
detestáveis e anti-humanos. Se o que se pretendia era dar transparência às
vítimas da tortura — prática utilizada nas guerras, em situações extremas —,
por que ignorar o terrorismo, prática hedionda e covarde, que agia à sombra da
clandestinidade? O ambiente criado pelo terrorismo era de guerra.
Por fim, um esclarecimento: o período maliciosamente
chamado de “ditadura militar” tem muitos motivos para uma profunda reflexão. O
31 de março de 1964 evitou que o País caísse nas mãos odiosas do comunismo
internacional, restabeleceu a ordem e combateu os focos de guerrilhas
sanguinárias. Os poderes da República continuaram funcionando, não
interromperam as suas funções de legislar e aplicar a Justiça, houve
revezamento no exercício da presidência da República e nenhum dos cinco
Presidentes foi acusado de corrupto ou de ter desviado dinheiro público. São
exemplos a serem seguidos. As obras de infraestrutura deram novo impulso ao
País. Infelizmente não tiveram a sequência desejada. Por fim, é bom lembrar que
o País jamais foi acossado por tantos males ardilosamente preparados para que
se instalasse uma doutrina que não deu certo em lugar nenhum. Vejam os Países
com quem o Brasil, atualmente, mais se relaciona. Todos com problemas
seríssimos: Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua, Uruguai, Argentina e
por aí vai. Acorda Brasil!
Por isso volto a referir-me aos livros Mosaicos da Sociedade Brasileira,
destinados a dar um rumo ao País. Vale a pena certificar-se.
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