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O Brasil está desfalecendo à Míngua

          84ª Comunicação


Terminado o reinado de Momo, entramos na Quaresma. Os próximos 40 dias, tradicionalmente, são dedicados às orações, reflexões, penitências, frequência aos locais de cultos, jejuns e à prática da caridade. Igualmente, pelo que tudo indica, teremos pela frente tempos amargos e de muitas surpresas. 
Ainda esquentando os motores, após dois meses de férias escolares, recesso de parlamentares, comemorações de fim e início de anos, acrescidos dos festejos carnavalescos, o País tenta voltar à normalidade, ou melhor, a enfrentar problemas que estão aí à espera de soluções. Questões seríssimas!
O tempo passa e com ele as gerações se sucedem. Algumas deixam marcas indeléveis que constituirão a história das civilizações. É o progresso em marcha. Outras passam sem ser notadas, preocupadas em acompanhar o ritmo dos acontecimentos, às vezes de experiências sofridas. Permanecem indecisas e perplexas quanto ao que se passa no presente. Nestes casos, o futuro só dá sinais de maus presságios. Será que estamos vivenciando tempos que só deixarão motivos de decepções? Ou há algo de novo que não somos capazes de perceber, principalmente na política?
Com um Congresso Nacional renovado, tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados, no dia 1º de fevereiro de 2015, em solenidades distintas, foram empossados os legisladores para a 155ª Legislatura, bem como as eleições dos respectivos presidentes. Para o Senado foi reeleito o senador Renan Calheiros e, para a Câmara, o deputado Eduardo Cunha que, mesmo pertencendo à base do governo, PMDB, traz a vantagem de não ter sido o indicado pelo Planalto, o que o desvincula de compromissos subalternos, aqueles que sempre favoreceram o deslavado objetivo posto em prática pelo atual governo. Quem sabe teremos outra maneira de fazer política? O momento exige uma reviravolta de atitude dos políticos. Vejamos:
A política, tal como se apresenta e sempre foi, não representa e jamais representou os interesses nacionais, uma vez que está erigida sobre pilares frágeis e inoperantes quanto à representatividade regional. Esta deficiência proporciona a oportunidade para o surgimento de um corporativismo do interesse que, por sua vez, propiciará uma série de inconveniências que descaracteriza a tão propalada independência dos Poderes da República, uma balela sempre posta em dúvida. Poucos são os que se atrevem a apontar tais irregularidades estruturais, por contrariar privilégios e interesses individuais, políticos ou ideológicos, já incorporados nos costumes e tradições das práticas da politicagem. Como exemplos estão aí os excessos de partidos e de parlamentares; os altos salários e mordomias; a ausência de critérios para estabelecer vínculos entre representantes e representados (voto regional); e, por fim, a abominável subordinação ao Executivo, uma deplorável realidade.
O que está acontecendo na atualidade é preocupante. O Executivo está envolto em problemas criados pela tresloucada vontade de prosseguir na marcha rumo a uma fracassada ideologia, cujo combustível tem sido o ódio e a vingança. O Legislativo, por sua vez, já desacreditado pela opinião pública, além de ter que votar o orçamento com atraso, a toque de caixa, tem pela frente a CPI da Câmara dos Deputados, destinada a desvendar o envolvimento de políticos na Operação Lava Jato. O Judiciário, com raras e louváveis exceções, está contaminado pela infame dependência do Executivo.
O que se vislumbra num emaranhado de dependências de fatores negativos que compõem a macroeconomia é uma sequência de experiências que tem levado o País a seguir, cegamente, rumo a um caos planejado. Vivenciamos um período de absurdos acontecimentos visando, pelo que tudo indica, à desconstrução da imagem positiva do 31 de Março de 1964 e dos governos militares.
A prática do antivalor e da tentativa de desmoralizar autoridades de um regime de exceção, que foi o governo militar, e não ditatorial, são incontestáveis. Está chegando a hora de se pensar numa reversão deste estado caótico e perigoso a que chegamos, de absurdos inimagináveis praticados em cumprimento a um audacioso projeto do PT para perpetuar-se no poder. Trata-se de um “capitalismo de Estado”, de tendência socializante e paternalista, que serviria de base para reforçar o projeto “socialismo bolivariano”, um comunismo disfarçado, até que se cumprissem as metas previstas e postas em prática pelo Foro de São Paulo, segundo táticas gramscistas.  
Se o objetivo era desestabilizar o Estado para implantação de um novo regime político, o objetivo foi um sucesso. O colapso na economia e o rombo nas empresas estatais, sobretudo na Petrobras, devido a uma corrupção escandalosa, justificam a situação em que o País se encontra. O mais importante, no entanto, era destruir tudo que lembrasse o período dos governos militares. Das recomendações previstas no relatório da Comissão da Verdade temos esta preciosidade:
4. Proibição das comemorações do golpe militar de 1964.
“A CNV recomenda a proibição de qualquer celebração oficial relacionada ao tema. Associações relacionadas aos militares, tradicionalmente comemoram os aniversários da revolução de 1964.”  Aqui cabe um sucinto comentário:
De março de 1964 a março de 2014, decorreram 50 anos, um cinquentenário que deveria ter sido festivamente comemorado. Destes quase 51 anos decorridos, 21 deles (1964/1985) corresponderam ao período dos governos militares; os outros 30 anos, aos governos tidos como “democráticos”. Durante os governos militares foram construídas as bases para um desenvolvimento sustentado. Atentemo-nos para o seguinte: O setor energético já preocupa. Atualmente já se fala em deficiência na distribuição de energia elétrica, com possíveis apagões. Das 23 maiores usinas hidrelétricas em operação, 20 foram obras dos governos militares, inclusive Itaipu, a 2ª do mundo e Tucuruí, a quinta; além de duas usinas nucleares, Angra I e II; as rodovias de maior movimento foram duplicadas; a ponte Rio/Niterói, o Proálcool e uma infinidade de obras de infraestrutura para implementar o progresso, atestam a visão de estadistas dos governos militares. Isso é apenas uma amostra das realizações que constituíram as bases estruturais para promover a indústria e o agronegócio. Mas tem outro lado que deve ser lembrado. A data 31 de março evitou que o Brasil entrasse numa guerra civil; impediu que o comunismo se apossasse do poder, sendo obrigado a enfrentar duas guerrilhas, urbana e rural, treinadas e sustentadas pela União Soviética, China, Albânia e Cuba. Hoje pagamos pelo comodismo e falta de vigilância.
Dos 30 anos seguintes, dois fatos devem ser lembrados: o plano Real, no governo dos presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique e o surto de desenvolvimento proveniente da globalização, que permitiu o surgimento dos Países emergentes, principalmente como produtores de commodities. Hoje, após 12 anos dos governos do PT, considerando-se que o País renasceu com a estabilização da economia, o Brasil está desfalecendo à míngua.
Obs.: Assim, como em 1964, os movimentos de alertas estão de volta: greves e mais greves, como a dos caminhoneiros, em confronto aberto com as autoridades, e de outras categorias prontas a desafiar o governo. Mas, grave mesmo tem sido o desgaste das autoridades, que não mais estão a merecer o respeito da sociedade.  

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