88ª
Comunicação
No artigo anterior apresentamos um resumido comentário
sobre a data de 31 de Março de 1964. Prossigamos um pouco mais, seguindo as
pegadas do que vem acontecendo já há algum tempo, a ponto de encontrarmos num
beco sem saída.
O País está passando por uma das fases mais cruciais
de sua história. O dia 31 de Março de 1964 nada mais representa no calendário
cívico nacional. Simplesmente foi proibido de ser comemorado. Trata-se, de
fato, de uma tática insultuosa utilizada para desmoralizar os governos
militares. Mas a repulsa daqueles que ainda sonham em ver o País livre de
ameaças do comunismo, diante do quadro atual, está despertando a nação da
necessidade de livrar-se de um terrível pesadelo.
Motivos há de sobra: o rombo nas contas públicas é
estratosférico; a corrupção, além de endêmica e corresponder a audaciosos
atentados ao patrimônio nacional, deixou transparecer objetivos nefastos de
crimes lesa-pátria, com fins de fortalecer facções partidárias e de movimentos
sociais, subordinados às instituições de esquerda ligadas ao Foro de São Paulo.
O saque indecoroso cometido contra a Petrobras, empresas estatais e o próprio
sistema financeiro — leia-se bancos da União — conseguiu abalar o setor
econômico e instalar uma espécie de pronto socorro fiscal, destinado a colocar
ordem no sistema financeiro, hoje bastante desacreditado e com sérias
consequências sociais, repercutindo diretamente na credibilidade do governo.
Trata-se de um estigma que causa descrédito ao País. Quantias de bilhões de
reais eram desviadas como propinas para alguns “infelizes privilegiados” e
abastecimento dos cofres de partidos políticos e movimentos sociais de esquerda,
uma verdadeira sanha demolidora do patrimônio público. Esta podridão está vindo à tona pela atuação
conjunta da Polícia Federal, Ministério Público e o destemor de alguns
representantes do Judiciário, com nomes reverenciados pela opinião publica, de
Juízes como o Dr. Sérgio Fernando Moro e o então Ministro do STF, Joaquim
Barbosa.
Em sinal de rejeição a este estado de caos que atingiu
em cheio os pilares da nacionalidade, o povo está nas ruas, em todo o País, a
exigir transformações profundas nos fundamentos institucionais do Estado.
Quando o povo sai às ruas, aconselha-se dar a ele a atenção devida. “Vox
Populi, vox Dei.” (Voz do povo, voz de Deus).
Para tentar compreender este estado caótico a que
chegamos é necessário esclarecer, embora sinteticamente, alguns conceitos muito
empregados e nem sempre compreendidos. Escolhemos alguns títulos que estão em
evidência, muitas vezes mal compreendidos ou pouco assimilados.
Fala-se muito em Gramsci.
Quem é essa personalidade? Antonio Gramsci (22 de Jan 1891/ 27 abril de 1937)
foi um dos fundadores do Partido Comunista italiano. Escreveu, durante o tempo
em que permaneceu preso (de 1926 a 1935), a coleção “Cadernos do Cárcere”, uma
espécie de catecismo da esquerda ideológica. Prega uma forma pacífica, lenta e
gradual, para implantação do comunismo, ao contrário do derramamento de sangue
como ocorreu na Rússia, China, Cuba e outros tantos países. Ao invés da
“ditadura do proletariado” emprega o termo “hegemonia do proletariado” e ocupação
de espaço. Lênin pregava a revolução para tomada do Estado com o fim de
transformar a sociedade. Gramsci inverteu a tática: a revolução deveria começar
pela transformação da sociedade. Feito isso, era só abocanhar-se do poder do
Estado.
Foro de São
Paulo: Trata-se de uma organização
criada em 1990, a partir de um seminário promovido pelo Partido dos
Trabalhadores em conjunto com Fidel Castro, ditador de Cuba, e representantes
convidados de partidos e organizações de esquerda da América Latina e Caribe. A
primeira reunião foi realizada na cidade de São Paulo, daí o nome de Foro de
São Paulo. A partir daí as reuniões se dão de dois em dois anos, em diferentes
cidades. No Brasil as reuniões aconteceram nas seguintes cidades: Porto Alegre,
em 1997; São Paulo, em 2005 e novamente em 2013.
O Foro de São Paulo parte do princípio de que a mais
autêntica democracia é representada pelo socialismo e pelo desenvolvimento de
vastas forças sociais, democráticas e populares, que se opunham aos mandados do
imperialismo e do capital neoliberal no continente latino americano. Posto em
prática, era necessário criar uma mentalidade regionalista. O socialismo
Bolivariano, uma criação do presidente da Venezuela, Hugo Chaves, assessorado
por Fidel Castro e Cia, foi escolhido como mote revolucionário da organização comunista.
O Mercosul (Mercado Comum do Sul), derivou-se do Tratado de
Assunção, em 1991, compreendendo a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Em
2006 houve o pedido da Venezuela para ingressar na organização, o que veio a
concretizar-se em 2012. Em 1995 foi instalada a zona de livre comércio entre os
países membros. Em 2012 o Paraguai foi suspenso temporariamente, retornando-se
em 2013.
Unasul –
(União das Nações Sul Americanas).
Em 23 de maio de 2006, presidentes e representantes de
12 países da América do Sul assinaram em Brasília o Tratado de criação da
Unasul. Um dos objetivos é tentar desenvolver na América do Sul uma coordenação
política, econômica e social, visando a integração regional. O Brasil
representa a metade do PIB dos demais países.
Numa reunião realizada em Quito-Equador, em fins do
ano de 2014, com a presença marcante de nossa presidenta Dilma, resoluções
foram tomadas para tornar a América Latina uma grande pátria socialista
Bolivariana (comunista), o que significa o fim das fronteiras, dos limites
aéreos e outros objetivos imaginados pelos ideólogos de uma utópica doutrina. Um
renovado comunismo. Seria a URSAL (União
das Repúblicas Socialistas da América Latina).
Outros
títulos: Fala-se muito em emendas
constitucionais. A nossa constituição é uma colcha de remendos: até o dia 13 de
março de 2015 já haviam sido incorporadas na Constituição 92 emendas, sendo 86
regulares e seis de revisão constitucional. No entanto, há um artigo na constituição,
levando-se em conta este absurdo que dá oportunidade da esquerda para sonhar
com uma “Grande Pátria Comunista”, que é uma preciosidade de descuido dos
parlamentares constituintes:
Parágrafo único do Art. 4º: “A República Federativa do
Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando a formação de uma comunidade latino-americana de
nações.”
A constituição é de 1988, o Foro de São Paulo
aconteceu menos de dois anos após a sua homologação. É ou não é uma grande
coincidência?
Nota: Diante de uma conjuntura que exige novos
rumos, achei por dever de consciência escrever um livreto com o título “Brasil em crise versus Brasil Esperança”, uma
síntese histórica de incríveis precognições sobre o futuro do País. O que
estamos vivenciando nos tempos atuais, desde a década de 1980, não apenas
confirma o previsto em várias precognições, mas alerta sobre fatos que
constituiriam graves crises institucionais. Este livreto estará à disposição
dos leitores, no site da Thesaurus Editora (leitura livre), muito em breve.
Fornecerei os detalhes no próximo artigo.
Parabéns pelo excelente artigo. Uma aula sobre o tema.
ResponderExcluir