93ª Comunicação
Presenciamos no dia-a-dia e a cada dia, um tumultuado
desencontro de opiniões sobre os acontecimentos que continuam a atormentar o
ambiente político e social, à procura de uma saída honrosa para uma crise
sempre renovada, que parece não ter fim. O estrago causado na máquina que
movimenta as atividades vitais do Estado, sobretudo os setores que tratam de
impulsionar o desenvolvimento, a política, a economia e a administração
pública, foram drasticamente desgastados por desleixo e falta de programa de
manutenção, causando deficiência comprometedora ao seu funcionamento. O
mecanismo chegou a tal ponto de abandono e descaso, que não mais corresponde às
necessidades que deveria atender. Está entrando em colapso. No caso presente,
sendo a máquina o próprio Estado, estamos diante de uma ameaçadora situação. À
proporção que os dias avançam, ao invés de amenizar, têm aparecido estragos
cada vez mais acentuados. Inquéritos e fatos que desabonam autoridades, ou
aqueles que repercutem negativamente na sociedade, sobretudo a violência
desenfreada e as renovadas investidas da corrupção, estão sempre abastecendo o
noticiário da mídia. Este estado de inquietação constitui o combustível que
alimenta a opinião pública. Nestas ocasiões, de desespero e más notícias,
começam a tomar corpo os infindáveis remendos a serem aplicados na política e
na administração pública, com o fim de impedir consequências que imobilizem
ainda mais a já desgastada máquina do Estado. Até mesmo o futebol, com acusação
de grossa corrupção no seu órgão máximo, a FIFA, partida dos Estados Unidos,
tornou-se alvo de uma nova modalidade de investigação.
Voltemos às crises internas. No dia 26 de maio de
2015, inopinadamente, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha,
deliberou colocar em votação a reforma política, com quatro sistemas a serem
apreciados: lista, distrital misto, distritão e distritão misto. A proposta foi
derrotada por 210 votos a favor e 267 contra. Com esta derrota prevalece o
modelo atual, de votação proporcional. Continua o mesmo do mesmo, com
modificações de alguns critérios sobre aplicação da lei, destacando-se o
término de reeleição no Executivo, votado no dia 27 de maio, com um placar que
não deixa dúvida: 462 a 19 votos. A experiência que vivenciamos deve ter sido
um bom motivo para tamanha diferença.
As Assembleias Legislativas e as Câmaras dos
Vereadores, por este país afora, têm sido um manancial de notícias
escandalosas. No programa “Fantástico”, da TV Globo, do dia 07 de junho de
2015, foram apresentados vários tipos de corrupção cometidos por deputados
estaduais. Alguns, envolvendo vultosa quantia de dinheiro com emprego dos
famosos “laranja”. Um deles chamou a atenção: o gasto de gasolina de carros das
Assembleias estaduais. Para justificar quantias exorbitantes foi flagrada a
alteração do velocímetro de um carro em uma oficina mecânica, uma fraude
grosseira e grotesca, para justificar o excesso de gasolina revertida em
dinheiro. O que dizer de ilícitos penais praticados por representantes que não
representam os representados, por se servirem do cargo para enriquecimento
ilícito?
É aqui que quero chegar. Não fosse a exposição de
fatos trazidos a público pela mídia, na certa esta roubalheira apurada em
inquéritos policiais, Comissões Parlamentares de Inquérito e outros meios
investigativos, jamais seria descoberta. A imprensa tem tido um procedimento
exemplar ao apontar e comprovar escândalos envolvendo autoridades. Mesmo não
tendo o poder de investigar, tem se mantido firme no dever de denunciar. Daí a
ojeriza que de vez em quando vem a público.
O 5º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores,
realizado nos dias 11 a 13 de junho de 2015, em Salvador – BA, aconteceu num
clima em que o partido detentor do Poder, encontra-se imerso numa crise ética e
falta de rumo no que diz respeito à economia, totalmente estagnada, o que tem
provocado debates acirrados e perigosos. De um lado a oposição, inconformada
com a situação atual do País, impõe uma pesada carga de acusações, até mesmo
com termos impróprios ao decoro parlamentar. Motivos não têm faltado: renovados
escândalos sobre a corrupção vindos da Operação Lava Jato e da CPI da
Petrobras, principais fontes que abastecem os noticiários da mídia. Do outo
lado, um partido com sérios problemas, interno e também externo, que procura, a
qualquer jeito, desvencilhar-se de graves acusações que pesam no governo e em
nomes de expressão do partido.
Na abertura do referido Congresso a presidente Dilma,
antecipando o regresso de uma viagem à Bélgica, em que representava o País, foi
enfática: “Esse governo não pode prescindir do PT”... “Preciso do meu Partido.”
O ex-presidente Lula, como era de se esperar, fez duras críticas ao Congresso
Nacional e à imprensa. No entanto, amenizou a crítica dos que condenam
asperamente a política econômica, tentando diminuir a pesada carga dos
descontentes com o programa de arrocho fiscal, implantado pelo ministro Joaquim
Levi, contrário ao que prescreve o programa do PT.
Notícias vindas da CPI da Petrobras prometem engrossar
o caldo político-social, envolvendo nomes ligados ao ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, com indícios de corrupção envolvendo empresas construtoras com o
Instituto Lula, presidido pelo Sr. Paulo Akamotto. Outros nomes eminentes das
cúpulas do governo e do PT podem ser convocados a depor, o que elevará ainda
mais a pressão da atual crise. Acrescentem-se os movimentos sociais que
representam, ou dizem representar, a força armada de uma esquerda raivosa, que
não admite recuos.
Pouco se fala do Foro de São Paulo e no comprometimento
com os países do bloco Bolivariano, projetos aparentemente paralisados, mas que
apenas continuam encobertos pela grave crise do momento histórico por que
passamos.
É neste ambiente hostil que a presidente Dilma
anunciou, no dia 09 de junho de 2015, o Programa de Investimento em Logística
(PIL), aliás, relançamento do PIL tornado público em agosto de 2012. Mais uma
vez foi salientada a construção da ferrovia Mato Grosso/Peru, abordada na
comunicação anterior. Trata de um “pacote de intenções”, pelo que tudo indica,
um reforço a mais para tentar um alívio nos efeitos de uma crise que só tende a
piorar.
Obs.: Diante da iminência de que a crise possa piorar ainda
mais, dadas principalmente as precariedades de recursos que viabilizem uma
saída honrosa para um ambiente de desentendimento generalizado, é que ouso
afirmar que os livros tantas vezes já anunciados neste Blog, Mosaicos
da Sociedade Brasileira, foram
de fato escritos para os tempos atuais, conforme várias precognições, todas
elas registradas em livros para confirmação posterior.
Nota
Renovadora
Considerando-se tal hipótese, preparei uma síntese
histórica desta saga missionária num livreto, Brasil em Crise versus Brasil Esperança. Segue o link do livro,
para leitura:
Também segue o link para
baixar o livro diretamente do site da Thesaurus Editora.
Comentários
Postar um comentário