95ª Comunicação
O País passa por um processo de depuração. Como as
crises se renovam a cada dia, sem se desconsiderar as que não passam, pela
amplitude dos estragos causados à Petrobras e órgãos públicos dilapidados por
quadrilhas incrustradas nos poderes da República, continuaremos à margem dos
acontecimentos. Esta situação insólita e antipatriótica obriga-nos a dar
sequência ao título “Roteiro de Crises”.
Sem rumo e sem saída
para minimizar a crítica situação da claudicante economia, a gloriosa esquerda
brasileira busca no odiado inimigo visceral, os Estados Unidos da América do
Norte, a tábua de salvação, num nítido sinal de desespero, uma espécie de
arrependimento tardio com poucas possibilidades de se concretizar o que se
espera. Diríamos que a ideologia bolivariana está indo para o brejo. Cuba,
mergulhada na falta de expectativa para reativar a paralisia de 50 anos,
embarca na mesma nau acolhedora de náufragos prestes a se sucumbirem.
Não será fácil
combater tantos vícios, desmandos e ameaças de colapso em serviços essenciais à
rotina da vida, sem que haja sinais concretos de que se trata de medidas
realmente necessárias e exequíveis ao enfrentamento das crises que se revezam,
num ambiente de descrédito e desconfiança: a inflação acoplada ao desemprego,
as greves por melhores salários, ou reajustes salariais intempestivos, e a
inquestionável remoção dos entulhos acumulados durante doze anos de governo,
quando a tônica era exterminar com os “entulhos autoritários”, uma falácia sem
sentido que ainda continua. Além de tudo isso, a Operação Lava Jato vem
aumentando a pressão sobre a cúpula do governo com reflexos perigosos na
condução do País, desfazendo-se propósitos e objetivos em marcha, que se
ocultavam no anonimato e no eufemismo trapaceiro. Assim, a inflação surge como
um espantalho que, sem as medidas corretivas iniciais, cresce em ritmo
alucinante. Para combatê-la, ou controlar os seus efeitos mais expostos,
exigem-se medidas drásticas, principalmente quando se sabe que a causa de seu
espantoso crescimento deveu-se a experiências populistas que visavam a
implementar um exótico socialismo bolivariano. O controle da inflação exige
medidas de risco que, por sua vez dependem do crescimento da economia e assim
sucessivamente, até alcançar a confiança, uma espécie de aprovação majoritária
da população. O País se vê ameaçado de enfrentar uma provável ruptura política.
As instituições, de um modo geral, com problemas seríssimos, como os da
educação, saúde e segurança públicas. O medo, a insegurança, o desemprego e a
falta de expectativa de melhores dias são motivos mais do que suficientes para
não se ter esperança. Com tantas impropriedades provocadoras de abalos
estruturais do Estado, definidas e indefinidas, o País pode ser comparado a uma
lagoa de decantação de esgoto, onde borbulham crises de variadas intensidades,
representando as várias impurezas nos setores político, econômico e social, à
procura de uma saída para debelar atritos tidos como insuperáveis.
O mês de junho termina com ameaças
que podem acelerar o processo novelesco sobre o maior escândalo de corrupção já
visto no País, envolvendo as cúpulas dos dois governos sob a batuta do Partido
dos Trabalhadores. Não há como prever fatos que dependem de revelações de
delatores, a ‘delação premiada’.
Este fim do primeiro semestre também está recheado de
fatos estranhos que continuam acontecendo mundo afora. Intercalamos, para fugir
da sequência das nossas mazelas, apenas o que se passou em um dia: o 26 de
junho de 2015 foi marcado pela intolerância, barbárie e hediondo fanatismo religioso,
que abalou a consciência do mundo: na Tunísia, dois atiradores executam 38
turistas de diferentes países, hospedados em hotéis próximo a uma praia; no
Kuait, o ataque em uma Mesquita por
homem-bomba, resulta em 27 mortos e duzentos
feridos; em Lyon (França), um automóvel é lançado contra o portão da
fábrica de gás Air Products, propriedade dos Estados Unidos, expondo a cabeça
do diretor decapitada enfincada no portão de entrada. Triste realidade!
Continuemos com as nossas mazelas: o dia 30 de junho
de 2015, em clima tenso e de expectativa quanto a possíveis resultados da
disputadíssima PEC (Proposta de Emenda Constitucional), que reduz a menoridade
penal de 18 para 16 anos, deixou de ser aprovada pela Câmara dos Deputados por
apenas cinco votos: 303 a favor e 184 contra. Eram necessários 308. Este é
apenas um aspecto de uma questão emblemática. Se o último dia de junho foi de
euforia, o primeiro dia do mês de julho foi de decepção para os vitoriosos da
véspera. Com nova versão que excluía alguns crimes previstos na PEC derrotada,
novo projeto foi posto em discussão, tendo sido aprovado por 323 votos a favor
e 155 contra. A matéria deve ser submetida a um segundo turno antes de seguir
para o Senado. Inconformados e incentivados pela OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) e AMB (Associação dos Magistrados do Brasil), a PEC deverá ser alvo de
ação no STF, com o fim de tentar impedir a sua promulgação.
Obs.: Continuar como está é contrariar princípio básico do
direito quanto à aplicação da lei: é nulo o crime sem lei que o defina. Crime é
crime e como crime deve ser tratado, independente da idade do criminoso.
Somente seis países no mundo, segundo a Wikipedia (English), tem a maioridade
penal fixada em 18 anos: Brasil, Uruguai, Colômbia, Equador, Peru e México. A
maioria absoluta varia de 16 a 10 anos de idade. É lamentável que a classe
política, mesmo convivendo com uma criminalidade juvenil fora de qualquer
controle, faz de uma necessidade urgentíssima e sempre postergada, uma mera
questão de baixaria política e ideológica.
Por fim, uma vergonhosa e despudorada votação da
Assembleia dos Deputados do Distrito Federal rebatiza a ponte que dá acesso ao
Lago Sul: de Ponte “Presidente Costa e Silva”, para “Honestino Guimarães”. Este
cidadão foi eleito presidente da UNE no ano de 1971. Perseguido por atitudes
subversivas agia na clandestinidade e militava na “Ação Popular
Marxista-Leninista”. É melancólico constatar a ignorância sobre o que ocorreu
no País durante os governos militares, bem como as razões que os levaram ao
poder, com movimentos da sociedade civil a exigir das Forças Armadas
intervenção para evitar que se cumprisse ameaça em plena marcha. Novamente
voltam a cometer atos de pura vingança.
Nota Renovadora
Se buscamos manter uma sequência que tenta acompanhar
o ritmo dos acontecimentos tidos como ameaça à normalidade institucional, isso
se deve a um compromisso tido como místico, difícil de ser avaliado, para que
escrevesse livros com o fim de dar rumo ao País, em tempo bem parecido com o
atual. Para esclarecer incríveis precognições, tantas vezes confirmadas por
vários videntes e registradas em livros, preparei uma síntese histórica desta
saga missionária num livreto, Brasil em
Crise versus Brasil Esperança. Segue o link do livro, para leitura:
Também
segue o link para baixar o livro diretamente do site da Thesaurus Editora.
Parabéns pela análise da situação crítica em que vivemos. Vai melhorar, quando os culpados estiverem na cadeia.
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