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Aspectos de um Brasil em Transição-2

                                                                                                              105ª Comunicação                                   
O ano de 2015 está chegando ao fim com o País mergulhado numa crise colossal, imensurável. Será que merecemos tantos absurdos?
O Brasil, como Estado federado, encontra-se desestruturado e submetido à intolerância dos que defendem pontos de vista divergentes: socialismo versus capitalismo e comunismo versus democracia. Os extremos, ao se colocarem como vértices de forças capazes de impor-se doutrinariamente, estabelecem o princípio da exclusividade do domínio político. A partir daí fixam o limite tolerável entre o arbítrio e o diálogo. As consequências, daqui para frente, se transformam em confrontos incontroláveis. Entre desentendidos não há como tentar entendimento. O radical tem como característica posicionar-se como senhor absoluto de uma causa. “Os meios justificam os fins”. E todos os meios são válidos.
Tomemos como exemplo o inchaço do Estado. Aqui não há o que comentar, mas a lamentar. Entre os desarranjos que mais sobressaem, citamos os seguintes: o número exagerado de ministérios, a explosão das insuficiências de recursos influindo na qualidade dos serviços essenciais, a quantidade e qualidade de funcionários em cargos comissionados e funções menos qualificadas — em todos os escalões da República —, o apoio irrestrito aos movimentos sociais de esquerda, os dispositivos centralizados para combate à miséria, uma forma de se obter resultados eleitoreiros e de fácil aceitação popular, e outros expedientes que facilitariam a propagação dos ideais comunizantes previstos no Foro de São Paulo. Assim, ardilosamente, utiliza-se dos recursos capitalistas para sustentar o comunismo, uma maneira cômoda de passar pelo que pretende combater. Resultado: um País desacreditado, com orçamento deficitário e sérios problemas institucionais.
Menos estado e mais sociedade, é o que se busca no momento. Acontece que este objetivo, tão necessário e urgente, vem ao encontro do que se passa além da realidade visível. Pior do que a crise é o que está por trás dela e deu origem aos desmandos que vivenciamos. Ali se encontram tudo aquilo que hoje, aos poucos, mas com segurança, vai sendo revelado pelos órgãos que investigam a maior corrupção de nossa história. À proporção que se penetra neste ambiente altamente blindado, os fatos revelados vão aos poucos se aproximando do ex-presidente Lula e da cúpula dos dois governos do PT, inclusive familiares do ex-presidente. Proveniente do tráfico de influência, pelo que tudo indica, acumulou-se patrimônio desproporcional ao que seria honestamente conseguido pelos meios legais. Assim, o que está sendo tornado público pelos meios de comunicação, é simplesmente o maior esquema de corrupção da nossa história. Mas tudo isso pode cair no esquecimento. A mentira repetida e sustentada com promessas enganosas pode reverter os avanços conquistados.
Diante de ambiente tão desagregador, era inevitável que tal estado de desgoverno ultrapassasse o ambiente político, Senado e Câmara dos Deputados, e ganhasse as ruas. Os interesses a defender eram tantos que não havia e não há como desistir de conquistas e planos tidos como favas contadas. Acontece que elementos insuspeitos da esquerda, que pregavam uma ética que não praticavam, conseguiram o domínio total para implantação dos pilares a serem erigidos, atendendo ao que determinava o Foro de São Paulo. Agora não se trata apenas de investigar e punir culpados, mas de recuperar a credibilidade perdida e reencontrar um caminho seguro para dar rumo ao País.
Medidas drásticas devem ser tomadas para restabelecer as condições ideais para colocar o País no eixo.  É o caso específico do impeachment, um remédio amargo e perigoso. Apesar dos expedientes protelatórios o cerco continua.
O momento que estamos atravessando, portanto, é atípico. Entre tantas iniciativas para equilibrar a economia — já com ajuste fiscal que onera o sacrificado contribuinte —, uma delas tem sido discutir a reforma política. Acontece que política e economia, os dois fundamentos básicos que constituem o arcabouço das constituições, principalmente a nossa, de 1988, são justamente os entraves para se chegar a um acordo convergente.  Não se trata apenas de questões doutrinárias entre capitalismo e socialismo, mas de permanência no poder. A Venezuela passa pelo mesmo tormento, com a diferença de que lá é uma ditadura declarada. Aqui, dissimulada.
Como isso pode ter acontecido? Seria um bafejo do destino? A sorte, ainda que tardia, surgiu inesperadamente, concentrada em dois acontecimentos surrealistas: a descoberta de uma corrupção de resultados inimagináveis, praticada por aqueles que eram vistos como autoridades ilibadas e propagadoras de uma nova ordem, o socialismo bolivariano e, na contramão dos acontecimentos lesa-pátria, o surgimento de personalidades investidas de autoridade para investigar e julgar (Justiça e poder de polícia). Numa demonstração de independência, capacidade e dedicação profissional, no caso presente a Polícia Federal e órgãos de segurança pública, o Poder Judiciário e Ministério Público, foi tomada a iniciativa de cumprir com o dever que a Pátria, já desfalecida, gritava por socorro.
Está aí uma realidade que tem muito a ser revelada. O tempo se encarregará disso.
                O que se passa atualmente é por demais preocupante. Estamos vivenciando a época das grandes cobranças. Vejamos dois fatos que, simbolicamente, se completam:
O município de Mariana e cidades vizinhas, em Minas Gerais, foram vitimados pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, um desastre ambiental que se estendeu por centenas de quilômetros, portanto, de dimensão nacional e não apenas local, causando sérios problemas ambientais, tidos como irreversíveis.
O mar de lamas que sacrifica vidas e compromete os meios de sobrevivência pode ser comparado ao também mar de lamas provocado pela aventura comunizante, socialismo bolivariano, repletos de crimes lesa-pátria praticados em nome de uma causa movida pelo ódio, vingança e interesses escusos de falsos líderes, que só visavam a permanência no poder e vantagens inescrupulosas dos crimes perpetrados. 

15/11/1889 // 15/11/2015 – (Data comemorativa da Proclamação da República).
O que fizeram com a República Federativa do Brasil? A “democracia descaracterizada” simplesmente a reduziu a mero mecanismo da desestruturação do Estado.

E no mundo, o que presenciamos?
O dia 13 de novembro e 2015 ficará marcado como um dos mais covardes episódios dos últimos tempos. Paris foi simplesmente submetida à explosão de um ódio reprimido. As cenas transmitidas pelas televisões são impressionantes.
O principal objetivo das lideranças mundiais, neste tumultuado tempo, é combater o terrorismo praticado pelo Estado Islâmico (EI), que se alastra como erva daninha e utiliza-se do fator surpresa para cometer atos bárbaros que causem insegurança e medo.  

Nota Renovadora
 Venho insistentemente referindo aos livros Mosaicos da Sociedade Brasileira, escritos na década de 1980 para um tempo futuro e incerto, mas explícito quanto aos acontecimentos. E o tempo chegou. Esta coletânea tem uma história acompanhada em livros. Deste inusitado fato surgiu a iniciativa de escrever um livrete explicativo, Brasil em Crise versus Brasil Esperança, compondo uma síntese histórica de uma saga missionária. Este livro já se encontra em fase final para divulgação. É questão de dias.
Os livros “Mosaicos da Sociedade Brasileira” estão em fase de editoração. Dada a atual situação do País, não há mais como postergar a publicação destes livros. Espero que compreendam esses arrazoados.


Comentários

  1. Parabéns pelo relato claro e didático dos recentes acontecimentos, agora corroborados com a prisão de um Senador da República, líder do governo petista.Quando será que o maior responsável por tudo isso vai ser recebido por seus "cumpanheiros" na cadeia? Por que seu nome continua sendo blindado pelos delatores?

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