116ª Comunicação
Quanto mais distante dos fatos
apreciados, mais difícil será abordá-los como fazendo parte de um planejamento
que visa incrementar confrontos que podem ter fins trágicos. Os objetivos
defendidos pela cúpula dos movimentos unificados de esquerda, só levam em conta
a repercussão que pretendem dar ao fato. Com isso, o País sofre com os efeitos
das causas que dilapidaram e deformaram o que foi literalmente anarquizado: daí
uma corrupção sistêmica e um governo envolvido em artimanhas cada vez mais
comprometedoras à unidade nacional.
Infelizmente,
a política que seria responsável por construir a base estrutural do Estado foi
infectada pelo vírus da ideologia. Daí a tentativa de perpetuar-se no poder, a
qualquer custo. Estamos diante de uma realidade perigosa. Quando uma autoridade
se desgasta ao ponto de tornar-se chacota na “boca do povo”, é o fim da picada.
O que há por trás deste estado anárquico é um mundo
de embuste para se esconder atrás das aparências, passando pelo que não é, uma
farsa inqualificável. A manifestação
pró-Dilma e defesa do ex-presidente Lula no dia 31 de março de 2016, data que faz
lembrar a contrarrevolução redentora de 1964, é resultado de um marketing
baseado em princípios gramscistas, com o nítido objetivo de desviar a atenção
do público dos crimes perpetrados contra o patrimônio nacional, vindos à tona
pela atuação da Operação Lava-Jato.
Não há como
negar que a manifestação foi um sucesso, levando-se em conta o comparecimento
expressivo em 25 capitais. O País vestiu-se de vermelho e parou durante um dia
de trabalho normal. Nessa manifestação, os objetivos deixaram claro de que se
tratava de algo muito bem planejado, utilizando-se da tática gramscista: encobrir
objetivos destinados a atingir, em vários setores, fins difíceis de serem
realizados pelas vias normais.
Como o número sete tem um sentido de infinitude,
iremos elencar sete fatos que se deduzem do que aconteceu neste dia 31 de março:
1- A
grande meta da esquerda ideológica radicalizada é apagar da história o
movimento cívico-militar que impediu a instalação de um governo
sindical-comunista tido, à época, como certa. A data escolhida, 31 de março,
portanto, é uma maneira de demonstrar menosprezo e repúdio ao movimento
cívico-militar que os derrotara.
2- Desviar
o foco da situação que se encontra o País: na economia e no envolvimento de
autoridades do alto escalão do governo e lideranças de esquerda, subornadas por
empreiteiras e quadrilheiros, que quebraram a Petrobras e levaram o País ao
fundo do poço.
3- As
condições do nível de vida dos trabalhadores atingidos pelo desemprego,
vitimados por uma impiedosa recessão que só tende a profundar-se cada vez mais.
4- Dar
uma demonstração de força no que se refere ao processo de impeachment, criando
um ambiente de retaliação com a frase: “não vai ter golpe!”. Isso é uma maneira
de desafiar os opositores e provocá-los com ameaças temerárias.
5- Tornar
explícitas as forças de organizações agrupadas em frentes: Frente Brasil
Popular, Povo sem Medo, Frente Nacional de Luta do Campo e Cidade, e outras.
6- Minimizar
a péssima imagem que pesa no governo Dilma, responsabilizado pelo estado
caótico em que o País está mergulhado, sem saída à vista.
7- Uma
oportunidade única para resolver a celeuma que envolve o ex-presidente Lula. É
coincidência demais que o plenário do Supremo Tribunal Federal, justamente num
dia atípico, se reunisse e julgasse o imbróglio criado pelo parecer do ministro
Teori Zawascki, que havia revertido a decisão do ministro Gilmar Mendes,
retornando o processo novamente ao STF. Pelo julgamento do plenário ficou
acertado que as investigações referentes ao ex-presidente Lula, conforme
parecer do ministro Teori Zawascki, será de competência do STF. Fica evidente
que tal medida abala a autoridade, imparcial e neutra, com que o juiz Sérgio Moro
vem conduzindo as investigações.
Continuemos com os absurdos
acontecimentos:
Enquanto ainda se comemorava o
sucesso do movimento do dia anterior, no dia 1º de abril, era deflagrada a
“Operação Carbono 14”, a 27ª fase da Lava-Jato.
O que estará por detrás desta
operação que levou o presidente do Instituto Lula, Sr. Okamoto, solicitar ao
STF que as investigações desta operação fossem remetidas àquela Corte? Pelo que
tudo indica, está removendo terreno perigoso, capaz de trazer para os dias
atuais crimes que já estavam caindo no esquecimento.
Mas não é só a Operação
Lava-jato que preocupa. A Comissão Especial, formada por um colegiado
multipartidário que analisa o impeachment da presidente Dilma, é motivo de
muita controversa. A disponibilidade de órgãos públicos servindo-se de moeda de
troca comprova o chavão comunista: “os meios justificam os fins.”. Pelo que
tudo indica estamos caminhando para uma crise das crises. O País está divido e
as crises se aprofundam cada vez mais. A
classe política e a maneira de se fazer política, diante de tantos atentados
contra o que deveria compor o Estado de Direito, perdeu-se completamente. No
dia 05 de abril, o ministro do STF, Marco Aurélio Mello, determinou que o
presidente da Câmara instaurasse processo de impeachment contra o
vice-presidente da República, Michel Temer.
Está aqui mais um sinal de que estamos diante de um embate entre os poderes
Judiciário e Legislativo.
Relacionemos alguns fatos de
atritos no confuso momento histórico:
No dia 06 de abril de 2016, com
a leitura do parecer do relator, deputado Jovair Arantes, 128 páginas bem
fundamentadas, apontando os crimes de responsabilidade em que a presidente
Dilma Roussef estaria enquadrada, deu-se o início do julgamento do impeachment.
No dia 08, retomou o debate que antecede a votação do impeachment. Como já
havia mais de uma centena de inscritos, foi estipulado que essa sessão entraria
pelo sábado, até que se esgotassem os inscritos. A sessão só terminou às 04,43h
de sábado. Golpe e contragolpe de uma batalha que nada tem de amistosa. É
glicerina pura! No dia 11 inicia-se a votação do relatório. A votação em
plenário está prevista para os dias 15 a 17.
O dia 07 de abril foi recheado
de más notícias:
Um fato de dimensão não
previsível é o parecer em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
recomenda ao STF a anulação da nomeação do ex-presidente Lula para a Casa
Civil, por haver “desvio da finalidade” no ato da presidente Dilma. Acrescente
a informação do ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierres, Otávio Marques
de Azevedo (delação premiada), dizendo que R$ 10 milhões foram doados à
campanha da presidente Dilma em 2014. Este dinheiro se referia a propinas de
obras superfaturadas da Petrobras.
Por fim, uma notícia preocupante. Tenho feito
referência em alguns artigos sobre o MST, como ausente do noticiário. No dia 07,
invadiu uma área denominada Fazendinha, em Queda do Iguaçu, centro-oeste do
Paraná. Cerca de 20 militantes do MST ocuparam a propriedade e atearam fogo
numa área de reserva, além de bloquearem a estrada que dava acesso à sede da
fazenda. Houve confronto com a polícia encarregada de desbloquear a estrada e
desocupar o local. Do confronto com a polícia resultaram duas mortes e seis
feridos. O MST considera que o número de mortos e feridos pode ser maior. O
fato é preocupante e pode ter outros desdobramentos.
Nota Renovadora
Como venho comentando já há algum
tempo, assumi um compromisso de escrever uns livros para o País,
destinados a um tempo incerto quanto a
data, mas explícito quanto aos acontecimentos. E o tempo chegou. Nos três livros
escritos na década de 1980, Mosaicos da
Sociedade Brasileira, por incrível que pareça, as sugestões ali
apresentadas abarcam por completo as mazelas que nos afligem. Foram escritos,
de fato, para os tempos atuais.
Considerando-se
que o País se encontra totalmente divido, sem um sinal sequer de união, os
Mosaicos se destinam, também, a um elevado propósito: servirem de chamamento à
convergência de opiniões, tanto política, ideológica, econômica e social. As propostas
apresentadas destinam-se a dar novo rumo ao País. São sugestões sustentadas por
critérios ortodoxos e heterodoxos, sem cor ideológica. Diante destes arrazoados
tomei a iniciativa de publicá-los. Já estão em fase final de editoração. Estes
livros não me pertencem. Referem-se a uma causa que é de todo
brasileiro.
Ainda
estou indeciso como divulgá-los. Nos próximos artigos voltarei ao assunto.
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