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Futuro sem Direção

117ª Comunicação

  No conturbado cenário nacional, nestes últimos 13 anos, nada de extraordinário aconteceu sem que o elemento surpresa preponderasse sobre o que se imaginava estar acontecendo. Observemos o que se passa atualmente para fragilizar a nossa já moribunda democracia: para os seguidores da esquerda tudo corria às mil maravilhas, não fossem alguns desvios de percurso, dentre outros, o julgamento dos envolvidos no “mensalão” pelo Supremo Tribunal Federal que, fugindo do controle do Executivo, foi enfrentado pela ação destemida do ministro Joaquim Barbosa. Com o julgamento e punição dos culpados criou-se a certeza de que a justiça não era apenas para os pobres, como se dizia, pois alcançava também aqueles se julgavam imunes à ação da justiça, considerados exceções ao preceito constitucional de que “todos são iguais perante a lei”. A partir de então, surgiu o “Petrolão”, um novelo de crimes lesa-pátria que está sendo desenrolado pelas mãos hábeis e criteriosas do juiz federal Sérgio Moro, com sede em Curitiba-PR. Tudo começou com a Operação Lava-Jato que, em 17 de março de 2014, com o cumprimento de uma centena de mandados de busca e apreensão, de prisões temporária e preventiva de políticos, empresários e figuras ligadas a um esquema de usurpação de quantias exorbitantes, que tinham como objetivo a lavagem de dinheiro suspeito de movimentar crimes de rapinagem da Petrobras. A imprensa tratou de dar conhecimento ao público das investigações realizadas. Daí para frente as operações tornaram-se rotinas , pois o novelo de crimes parece não ter fim. Assim, com o rigor técnico e neutralidade, está chegando ao ponto nevrálgico do imbróglio criado pela prepotência da imposição da política do descaso, que sempre defendeu interesses de grupos ou pessoas ligados a uma corrupção colossal, instaladas no próprio governo.
   A última operação deu-se no dia 12 de abril pela manhã, em Brasília, a 28ª fase da Lava-Jato, com o nome de Vitória Pirro. Nela foi preso o ex-senador Gim Argelo, nome expressivo durante o primeiro mandato da presidente Dilma Roussef, acusado de receber grossa propina para beneficiar empreiteiras na CPI da Petrobras, quando integrava aquela comissão. Ninguém pode opinar com precisão o que virá pela frente. 
   Foi neste clima tenso que ocorreu o julgamento do impeachment da presidente Dilma, uma batalha que nada tem de amistosa. É glicerina pura. No dia 10 iniciou-se a discussão do parecer do relator, Deputado Jovair Arantes. A votação em plenário ficou prevista para os dias 15 a 17 de abril. Durante este intervalo, na Câmara dos Deputados, o pugilato dos prós e contra o impeachment se acirrava cada vez mais. Enquanto isso acontecia, nos bastidores ocorriam os conchavos, compra de votos e outras tramoias costumeiras. Nestes momentos críticos o normal é o vale-tudo. Quanto mais próximo ficava o dia decisivo, mais se notava um clima tenso e de expectativas ao que poderia acontecer, sempre imaginando a pior das hipóteses. Para se evitar contato entre os opositores foi erguido na Esplanada dos Ministérios, em todo trajeto por onde passariam os movimentos prós e contra o impeachment, um dispositivo bastante seguro, obedecidos os critérios de segurança e comunicação. Esta proteção foi bastante criticada na ocasião. Aquele muro, no entanto, bem representava a divisão da sociedade brasileira, já atingindo a um nível insuportável. Mas a crítica nem sempre prevalece.  Após o evento, as críticas foram revertidas em elogios.
   Sob um clima de expectativa, em que os dois lados se alardeavam em possuir a maioria, o esperado dia 15, até que enfim, chegou. O julgamento transcorreu segundo regulamento aprovado pelos contendores. Conduziu os trabalhos, que prolongaria até o dia 17 de abril, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, muito insultado pelos deputados anti-impeachment, pelo fato de estar sendo investigado pela Operação Lava-Jato e julgado pela Comissão de Ética da Câmara. Mesmo assim, manteve-se firme na presidência dos trabalhos. O placar final, de 367 votos a favor do impeachment e 137 contrários, encerrou o primeiro estágio de um período turbulento da nacionalidade brasileira, com 25 votos a mais do que exigia o regulamento.
   O processo, composto de 12 mil páginas conduzidas em carrinhos, o que bem representa o peso da burocracia, foi levado ao Senado, pessoalmente, no dia 18 de abril, pelo próprio deputado Eduardo Cunha, o que dá sinal de pressa. Após muita discussão dos senadores sobre a abertura dos trabalhos, ficou decidido, por sugestão do senador Aécio Neves, de que os nomes indicados pelos partidos para constituir a Comissão Especial do Impeachment, composta de 21 membros efetivos e 21 suplentes, se daria no dia 22 de abril e os trabalhos para análise e discussão do processo, a partir do dia 26 de abril, tendo 10 dias úteis para votar a admissibilidade ou não do impeachment. Se afirmativo, a presidente Dilma será afastada por até 180 dias, vindo a seguir a fase final do julgamento, sob a presidência do presidente do Supremo Tribunal Federal.                      
   Está aí a síntese do que ocorre no âmbito político-judicial. O que deve ocorrer por fora, baseando-se no chavão de “não vai ter golpe”, é imprevisível. O MST e os demais movimentos ditos sociais, como vem sendo propagado, tentarão impedir o golpe (?), o que pode desencadear uma onda de protestos contrários, de consequências inimagináveis. O País está por demais dividido. Acontece que o governo está comprometido com objetivos que ainda estão ocultos, obedientes ao Foro de São Paulo. Isso, não se levando em conta os absurdos crimes lesa-pátria desvendados pela Operação Lava-Jato. Os interesses a serem defendidos, a ideologia de esquerda e os privilégios incalculáveis para beneficiar a sua militância, pode levar o País a vivenciar tempos difíceis. Tudo é muito obscuro. O que temos presenciado mete medo. Não me atrevo a comentar sobre fatos desta natureza. O destino, muitas vezes, contraria o previsível.
   No entanto, considerando-se os absurdos cometidos para denegrir a imagem dos militares que combateram os movimentos subversivos — sobretudo as guerrilhas, urbanas e rurais —, que cumpriram com o dever profissional, é evidente que foram vítimas de uma campanha caluniosa e covarde. Citamos a Comissão da Verdade, que se destinou a incitar o ódio contra aqueles que cumpriram com o dever, impedindo que se instalasse no território brasileiro um comunismo regional. Estes se desmoralizaram por seus deméritos e crimes lesa-pátria, tidos como “mensalão e petrolão”.
   O que presenciamos também no Ministério da Defesa, com ministros de uma esquerda que foi alvo das operações destinadas a combatê-los, é simplesmente deplorável. Chegaram ao cúmulo de tentarem, através de decreto não levado em frente, a fragilizar a autoridade dos comandantes das Forças Armadas. As desculpas apresentadas não convenceram.
   É bom que nos lembremos da experiência da Venezuela, um País outrora rico, hoje, um fiasco! Está anarquizado. Mas ninguém poderá garantir o que acontecerá daqui para frente. Lá e cá, os interesses a serem preservados, até que se esgotem os últimos recursos, legítimos ou ilegítimos, não serão definitivos. Infelizmente, Brasil e Venezuela caminham de mãos dadas. Lá, o presidente Maduro está caindo de podre.
  
                Nota Renovadora
   Como se nota, o País não mais suporta o peso de tantos desmandos. É preciso mudar de rumo. As instituições estão falidas. A democracia foi amoldada aos interesses da esquerda; os municípios reclamam por outro modelo, mais voltado para os interesses da sociedade; a política salarial não atende à valorização do trabalho, sendo fonte de constantes atritos; o combate à miséria visa a interesses eleitoreiros; os modelos previdenciários, de saúde pública, segurança, educação e outros componentes básicos das necessidades do Estado, reclamam por uma reformulação estrutural. O País precisa mudar de rumo.  
   No ano de 1978 fui alertado para que escrevesse uns livros para o País, em época não determinada, mas com os acontecimentos explícitos. Mesmo sentindo-me destituído das condições necessárias para cumprir tamanha responsabilidade, encarei a missão e escrevi os livros Mosaicos da Sociedade Brasileira, que se encontram em fase de editoração.
   Estes livros, diante de tantas coincidências, foram de fato escritos para o momento atual. Maiores esclarecimentos serão prestados oportunamente.

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