129ª Comunicação
Estamos numa
encruzilhada dos tempos, entre o passado recente dos governos do PT e o futuro,
ainda incerto, dependendo do que a Operação Lava-Jato ainda terá pela frente:
desvendar, investigar, julgar e combater práticas criminosas que conduziram o
País a uma irremediável crise de descrédito nos poderes da República. A
política e a economia, mais receptivas aos desmandos para alcançar objetivos
que levariam à permanência no poder, foram as que mais arcaram com as
criminosas práticas, já comentadas em artigos anteriores. A crise moral
complementa a atual crise, que também é de credibilidade. Ética, valores morais
e virtudes foram atirados na lata do lixo.
O ano de 2016
— numa visão confusa do que seria possível antever e deduzir no final do
tumultuado ano de 2015 —, era visto como ano de trevas, com tantos
acontecimentos programados: impeachment, transmissão de governos, Olimpíadas,
Paraolimpíadas, e, por fim, eleições para prefeitos e vereadores. Até que
enfim, os fatos extraordinários programados estão sendo cumpridos, apesar dos
vícios políticos destinados a fortalecer uma luta inglória.
Pelo sim e
pelo não, ou pelo não e pelo sim, as forças do bem e do mal procuram controlar
os seus extremos movidos em sentido contrário, um à esquerda e o outro à
direita. A oscilação deste pêndulo resulta na atual convivência anarquizada e
perigosa que estamos presenciando; e comentando já há algum tempo neste Blog.
Os fundamentos
ideológicos, de esquerda e direita, contrários na busca dos supremos objetivos
de implantar a ordem e a justa interpretação das necessidades essenciais ao
convívio harmônico da sociedade, têm sido decepcionantes experiências, por se julgarem
donos de uma verdade que só eles são capazes de possuí-la. Daí a constante luta
para exterminar o adversário.
Os livros
Mosaicos da Sociedade têm por finalidade ocupar este espaço, sobretudo no que
se refere ao Brasil de nossos dias. Disso trataremos na Nota Renovadora.
Retomemos ao comentário
interrompido.
Com o
agravamento da crise, persistindo a ideia de golpe e desmoralização do governo
legitimado do presidente Temer, considerado pela oposição como ilegítimo por
não ter sido diretamente consagrado pelas urnas, uma falácia sem sentido, a
situação tende a piorar cada vez mais. A principal consequência, pelo que tudo
indica, será tentar impedir que medidas necessárias e urgentes sejam tomadas.
Aí sim, será o fim da picada. Some-se a este estado caótico a tamanha perda de
vantagens escusas advindas de um estado obeso, dilapidado por interesses ideológicos,
que chegou a ter 39 ministérios; de uma República de coalizão de 35 partidos
registrados no TSE; na facilidade de passar pelo que não é, utilizando-se da
mentira para atrair pessoas ávidas de se promoverem na vida, seja lá como for;
e de um sistema salarial anarquizado, capaz de promover intermináveis greves
sem sentido. E tantos outros absurdos, como a miséria mantida para fins
politiqueiros.
Atualização dos acontecimentos – (primeira
quinzena de outubro de 2016).
Citarei apenas
os dois fatos mais em evidência.
1) PEC Nº 241: A primeira iniciativa de
barrar o crescente aumento dos gastos públicos, a PEC Nº 241, é um bom exemplo.
Trata-se de uma medida necessária para frear o aumento do déficit público,
impondo critérios para o ajuste fiscal. Mas não deixa de ser um remédio amargo.
A oposição
procura, a qualquer custo, pretextos para atingir o presidente Temer,
considerando-o ilegítimo. No caso presente apontam a PEC Nº 241 como sendo mais
um instrumento de golpe aos programas sociais dos governos Lula e Dilma.
Aproveitam dos debates parlamentares sobre assuntos importantes e urgentes para
fortalecer as acusações de golpe e governo ilegítimo, e outros termos
impróprios. Assim, a herança maldita deixada pelos governos do PT passa
despercebida. Medidas protelatórias que refletem um clima de animosidade nunca
visto, utilizando-se do regime democrático como muleta, são argumentos que se
servem da calúnia e da distorção dos fatos para atingir nefastos objetivos. A
violência sem o devido controle leva ao descrédito nos órgãos de segurança e
aterroriza a população ordeira. O que nos espera esta perversa realidade?
2) As eleições municipais- (02 e 30 de
outubro de 2016)
As
eleições municipais (prefeitos e vereadores), em que os partidos de esquerda,
sobretudo o PT, sofreram uma derrota que os rebaixam ao nível da rejeição, ao
tornar-se clara a falsidade do que diziam representar, uma torpe mentira
ocultada pela dissimulação de ser o que nunca foram: os vanguardeiros da
democracia. Aliás, o objetivo era fragilizá-la e adaptá-la ideologicamente ao
que determinava o Foro de São Paulo. Para ratificar essa rejeição, citaremos a
votação recebida pelo candidato do PSDB, João Dória, que se apresentou mais
como gestor do que como político, elegendo-se em 1º turno com 53% dos votos na
capital de São Paulo. É o repúdio a uma farsa, que uma vez descoberta, sofre um
golpe fatal no próprio berço em que o PT nasceu e foi criado. O que se espera é
a decomposição e o desfazimento desta falseada realidade.
O segundo turno, em que concorrem os dois
candidatos mais votados, está previsto para o dia 30 de outubro e não deve
mudar a situação, pois a população tem demonstrado uma tendência natural da
necessidade de mudança de rumo. Os 13 anos de governo do PT estão sendo
desnudados, ficando claro uma farsa tocada pela deslavada mentira ao que
realmente se pretendia: fragilizar ainda mais a já moribunda democracia. O País
não mais suporta uma retórica vazia, de conteúdo “engana bobo.”. Os tempos
mudaram. A opinião pública despertou e fez ouvir o seu repúdio a tanta
bandalheira, respondendo com o voto o seu protesto.
10 de outubro de 2016
Dois fatos que
influem diretamente na decomposição do quadro político-ideológico que, devagar
e meticulosamente vai sendo desmontado, aconteceram nesta segunda-feira:
1- O Ministério Público Federal volta a denunciar o
ex-presidente Lula. Desta vez por recebimento de propina da empreiteira
Odebrecht por obras no País de Angola, com financiamento do BNDS, envolvendo o
sobrinho da sua primeira esposa, Taiguara Rodrigues. Para os investigadores
nenhum serviço foi prestado. Para os advogados da defesa, no que se refere à
propina, deve tratar-se de pagamentos por palestras proferidas pelo
ex-presidente Lula.
Esta denúncia
tem conexão com apuração também em Portugal.
2- Em uma sessão tumultuada, como sempre
acontece, a Câmara dos Deputados aprova a PEC Nº 241, (Proposta de Emenda à
Constituição) pelo placar de 366 votos a favor e 111 contra, 58 votos a mais do
que o necessário. A matéria será ainda apreciada pela Câmara em segundo turno,
com data a ser fixada. Tudo faz crer que a votação no Senado ocorra logo a
seguir, possibilitando a promulgação ainda este ano. Mas nenhuma hipótese é
possível, quando há interesses ideológicos a defender.
Obs.: A Procuradoria Geral da República havia entrado com uma Nota
Técnica que recomendava o arquivamento da PEC Nº 241 por considerá-la
inconstitucional, o que não foi sequer levado em conta pelo STF.
Nota Renovadora
Os livros Mosaicos da Sociedade Brasileira, apesar
de escritos a partir do ano de 1978 e década de 1980 foram, de fato, destinados
aos tempos atuais. Os assuntos ali tratados
atestam esta afirmativa. O livrete Brasil
em Crise versus Brasil Esperança apresenta síntese histórica destes livros.
Nota importante: Os Mosaicos da Sociedade Brasileira já
foram publicados, aguardando apenas algumas medidas complementares em
andamento. A divulgação estará a cargo da empresa Mix 7, Agência de Marketing
Digital Ltda –ME.
Como se trata de uma tarefa
missionária de tamanha responsabilidade e, ao mesmo tempo, de possíveis
interrogações, o que é natural, principalmente quando se refere ao futuro do
País, toda cautela deve ser rigorosamente adotada. A autoria da obra, no
presente caso, é o que menos importa, pois assim como coube a mim realizá-la,
poderia ter sido escolhida pessoa mais credenciada.
As sugestões e
análises apresentadas correspondem a um misto de ortodoxia e heterodoxia, numa
visão horizontal das exposições, no mesmo nível da sociedade que vive a
realidade do dia-a- dia, e não da costumeira verticalidade, de cima para baixo,
sem levar em conta aqueles que suportam as consequências das necessidades
regionais. Refere-se a uma nova visão de encarar a realidade.
Isso
ficará evidente na maneira de interpretar os propósitos daqueles que se
encarregaram de escolher e vigiar os passos da pessoa escolhida para
concretizar o idealizado.
Queiramos ou não,
os verdadeiros autores pertencem a outro plano de vida, que é eterna.
Parabéns, Oto, pelo belo trabalho.
ResponderExcluirOto
ResponderExcluirParabéns pela resenha do período. Espero que na próxima inclua as repercussões da prisão de Eduardo Cunha e, se a justiça prevalecer, a prisão do Chefe da Quadrilha, LULA, embora considere que sua fuga para a Itália seja uma solução mais prática para o bem do Brasil.