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KYRIE ELEISON (Senhor tende Piedade)

144ª Comunicação

No artigo anterior comentamos sobre alguns temas que compõem indicativos de que o modelo de Estado que aí está não mais funciona. O que ali foi mencionado, com indicativo das páginas a serem consultadas, é importante, mas não representa a essência de um trabalho ordenado e coordenado para justificar a necessidade de apontar a criação de novo modelo para administrar a complexa máquina do Estado. O País está à beira de um abismo e pouco se dá conta. A cada dia e a cada escândalo referente a uma corrupção sistêmica, se vê atropelado por maus agouros que se confirmam. São objetivos de natureza ideológica e de baixo nível, destinados a distorcer atos e fatos para permitir uma governabilidade em constante perigo.

Como introdução aos comentários da confusa conjuntura política e de uma economia destroçada por corrupção e crimes hediondos lesa-pátria, praticados interna e internacionalmente, é que trataremos a seguir:

  Atualizando os Acontecimentos
  03 de junho de 2017
 A República Federativa do Brasil vive de susto após susto, em constante ameaça de abalar os poderes estruturais do Estado, com indícios mais aprovados, que reprovados.
 A Procuradoria Geral da República, sediada em Curitiba – PR pediu a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por crime de lavagem de dinheiro, corrupção, esquema de cartel e propinas na Petrobras. É fato que exige ser observado com cautela.    
         
   05 de junho de 2017
 A semana é de expectativa quanto aos assuntos em evidência: a prisão preventiva do ex-deputado e ex-assessor do presidente Temer, Rodrigo Rocha Loures, pela Polícia Federal, às vésperas do julgamento do processo de cassação da chapa Dilma/Temer pelo TSE, não teve a repercussão que se esperava. Submetido à oitiva, opinou-se em permanecer calado.

   06 de junho de 2017
   Por 14 votos a favor e 11 contra, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), aprovou a reforma trabalhista que tanto tumulto tem provocado. O texto aprovado será enviado ao Plenário; antes, porém, passaria pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Acontece que no dia 19 de junho, em tumultuada sessão, a oposição surpreendeu o que era tido como “favas contadas” e derrotou o governo (?) por dez votos a favor a nove contra. Trata-se de assunto incendiário e irreconciliável. Mesmo derrotado, o processo seguirá para CCJ.
 O principal acontecimento do dia 06 de junho, o julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral da cassação da chapa Dilma Rousseff / Michel Temer, teve início às 19 horas. Sessão curta. Além dos debates entre os advogados de defesa e o Ministério Público, tratou-se mais de um ordenamento para os trabalhos das próximas sessões. 

 07 de junho de 2017
 O julgamento ocorreu sem os atropelos que se esperava. Grande parte dos debates tratou-se de argumentos levantados pela defesa, de que as delações eram provas ilícitas, oriundas de vazamentos. O relator, ministro Herman Benjamin, considerou-as válidas. A sessão foi encerrada sem que o relator pronunciasse o seu tão esperado voto.
O importante e extraordinário assinalar é o fator interesse influindo para que posições irreconciliáveis se mantivessem tão ajustadas pelos seus advogados.

08 e 09 de junho de 2017
No dia 08, a principal atração do processo, o relator ministro Hernan Benjamin, retornou à descrição de sua histórica defesa, sustentando pontos controvertidos, como a inclusão da delação dos executivos da Odebrecht, representantes da OAS e nos depoimentos dos ex- marqueteiros João Santana e sua esposa, Mônica Moura (143ª Com.).

 Votos a favor da cassação:
 Ministro Hernan Benjamin: Como relator do processo teve a coragem e determinação para não desfigurar a imagem de sua pessoa, com raras qualidades nos dias atuais: inteligência, sabedoria, integridade e senso de patriotismo para não cair em armadilhas, no caso presente, perspicácia para anular ou desviar das omissões urdidas, ignorando a realidade em que se encontra o País, conduzido ao pico do descrédito. O seu voto foi seguido de uma frase profética: “Eu recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão.” 

Ministra Rosa Weber: Foi corajosa e determinada ao acompanhar o voto do relator, principalmente a inclusão dos depoimentos acima citados. É atitude de independência num processo que diz respeito ao futuro do País. Significa não só qualidades que confirmam valores excepcionais, mas a devida responsabilidade pelo futuro do País.      
                                          
Ministro Luiz Fux: Acompanhou o voto do relator, ministro Hernan Benjamin, em defesa da cassação da chapa Dilma/Temer. Seguro de suas convicções e transparente em seus argumentos, mostrou-se ponderado no convívio com a adversidade, afirmando que o  TSE, considerando-se a fragilidade das instituições, agiu com acerto e independência. O seu voto demonstrou ser mais jurídico do que político.

Votos a favor da absolvição
Ministro Napoleão Nunes: Baseou-se na exclusão dos depoimentos dos Executivos da Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e sua esposa, Mônica Moura. Na sua opinião, o atual processo não é democrático, com a intenção de ganhar no tapetão. 

O interessante é ter aproveitado da ocasião para fazer um desabafo: baseando-se em textos bíblicos do Velho Testamento, denunciou ameaças que vem sofrendo e acusações ofensivas a sua honra, citando trechos de vingança, inclusive a degola.

Ministro Admar Gonzaga: Declarou-se contrário aos depoimentos dos executivos da Odebrecht e demais testemunhas que, a seu ver, contraria o pedido da Inicial.

Ministro Tarciso Vieira: Seu argumento é de que não houve provas concretas de que a ex-presidente Dilma e o presidente Temer tinham conhecimento do tal sistema de propinas.

Voto Minerva - Ministro Gilmar Mendes : Com a responsabilidade de dar o voto decisório, não teve alternativa: baseou-se na relevância do julgamento quanto aos denunciados, cassação da chapa de uma ex-presidente e do atual, Dilma/Temer, e não de um processo qualquer. Preferiu interpretar a situação atual saindo pela porta mais larga, o voto político. É como dissesse: não quero apagar o fogo que queima a governabilidade, pondo gasolina na perigosa fogueira nacional.  

Outras pedras no Caminho:
A expectativa do momento é a delação do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci. O que tem (terá ou teria) a revelar, envolvendo “aldeias e caciques”, inexpugnáveis até agora, é de causar devastador abalo sísmico. Outra bomba: ao se confirmar a entrevista do empresário da JBS, Joesley Batista à Revista Época, no dia 15 de junho, (quinta-feira), será simplesmente o caos inqualificável. Nem mesmo a viagem do presidente Michel Temer à Rússia e Noruega, com duração de seis dias (19 a 24 de junho), o livrará do “Fora Temer”, iniciando uma segunda fase de desgastante processo de impopularidade, lento e contínuo. Para dar resposta imediata, embora ausente, o presidente apresentou duas ações contra o empresário da JBS, por danos morais, calúnia e difamação, taxando-o de “criminoso notório de maior sucesso na história brasileira.” Embora o perigo esteja no depois da tempestade, será impossível apagar os estragos deixados para traz. Outra situação delicada é a escassez de lideranças nacionais, submetidas às investigações da Lava-Jato. Este fenômeno tem levado a uma promíscua luta entre políticos, empresários e magistratura.

Daí a importância da Operação Lava-Jato, instituição consolidada nas operações que apuram e colocam na cadeia políticos corruptos e seus parceiros na obtenção de propinas, lavagem e desvio de dinheiro, enriquecimento ilícito e tantos outros meios de assaltar o Estado, num conluio de tramoias que têm raízes no exterior. Esta realidade, moralmente inqualificável, está em evidência. 

Nota Renovadora
 Venho, já há algum tempo, tentando acompanhar os acontecimentos que mais influíram para recompor uma história de mentiras e trapaças. Como esta realidade não comporta em artigos do Blog, as sintetizei num livro-roteiro, “Brasil em Crise versus Brasil Esperança”. O que se passa atualmente fora previsto com muita antecedência. Certifique-se.
Segue o link do Brasil em Crise versus Brasil Esperança para leitura gratuita.
Obs.: Demais informações vejam na 143ª comunicação, Nota Renovadora. É importante.   

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