176a Comunicação
O momento de caos que vivenciamos exige esquadrinhar o que é pouco notado.
Inicio estas observações indo à origem do absurdo do que se passa no momento. É bom lembrar que política e religião são os venenos que destroem a representação popular, essência da democracia, hoje desconfigurada. Vamos ao que interessa.
1. É necessário, embora tardiamente, combater a sangria que leva ao caos e à recessão. A fonte deste mal sempre em ascensão está na Previdência Social, através de uma reforma que a tornou um monstro de consequência inefável. Nos artigos e alertas deste blog, venho repetindo que a Previdência não é problema, e sim solução. A sugestão apresentada consta no artigo “Nas pegadas da atualidade – 168a Comunicação, 17/06/2019”.
2. Quanto mais se fala em reformas, como última alternativa para conduzir o país a um (im)possível pacto social, mais se parece admitir o colapso geral nas instituições, envoltas num clima de “guerra fria” em que o adversário é um raivoso inimigo.
3. Quanto à fatalidade de um surto de coronavírus, de proporção inusitada, há razões suficientes para que isso aconteça. Vejamos mais um fato deplorável e que acontece na turbulência do cotidiano, mas que passa despercebido. Nesta vida há um início que desencadeia outros fatos a ele relacionados. Numa visita de cortesia, à procura de investimentos, o presidente Bolsonaro e comitiva viajaram para os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além dos Estados Unidos, ocasião em que fez uma proposta estapafúrdia: ficavam dispensados esses países de apresentar o visto no passaporte para entrada no Brasil. Sob essa infeliz iniciativa, deixei registrado a seguinte frase: “o Brasil até parece com a casa da mãe Joana, entra e sai quem quiser." Hoje, fecham-se as fronteiras.
4. Vamos a um fato mais recente: o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) criou uma crise diplomática cujas consequências só o tempo revelará, ao acusar a China pela pandemia de coronavirus (COVID-19). A resposta do embaixador da China, com palavras de ressentimento de uma nação ofendida, exigia uma retratação do ofensor. A esse respeito, houve pronunciamentos de várias autoridades brasileiras. Nunca é demais lembrar que a China é o país que mais importa do Brasil. Coincidência: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia acusado o presidente chinês, Xi Jinping, de ser o responsável pela expansão do maldito coronavírus pelo mundo (guerra fria pelos interesses contrariados).
Fica aqui essa observação pela gravidade de mais um fato em que os perdedores somos nós, que passamos por um período de confinamento, beirando o pânico.
5. O livro “Brasil em crise versus Brasil Esperança – Síntese histórica de uma realidade mística sobre o futuro do País” é, de fato, uma síntese de fenômenos extra conscientes. Os fatos nunca deixaram de acontecer e continuam acontecendo. Tenho dito que vivo duas realidades: uma limitada pela idade, já no caminho dos 88 anos e, uma outra, a de espera do que está acontecendo e está para acontecer. Vivo na sombra do passado com os pés no presente, mas voltado para um futuro promissor. Isso se chama ESPERANÇA.
6. O início de uma missão que não admite retrocesso, seja ela de qualquer ordem, sempre é precedida de um fato que marca o roteiro do que virá pela frente. No livro citado acima fui surpreendido, não por uma simples orientação que dependesse do meu livre arbítrio, mas por uma ordem da vidente Tia Neiva, no Vale do Amanhecer – Brasília. Na página 20 do referido livro, isso ficou claro: “Você é um missionário e está falhando. Veio para escrever livros para o Brasil, numa época de muita confusão, violência e miséria. Época difícil e de grandes transformações. Você não tem o direito de falhar.”
Hoje, no confinamento a que fomos submetidos, nos momentos de meditação, caio num estado depressivo, ao lembrar das pessoas humildes e miseráveis, que não têm a quem recorrer. O brasileiro é muito solidário. Solidariedade que, infelizmente, não está em correspondência com o estado de castas.
Por isso o conselho da vidente: “Quando chegar esse momento, abra o coração e faça o que você tem possibilidade de fazer. Ore pelos irmãos submetidos aos rigores da sorte madrasta.” E acrescento: o País / Mundo paralisou no tempo. A predominância de crimes bárbaros, atrelados ao pânico causado pelo COVID-19, reflete-se nas FakeNews (notícias falsas para cobrir a realidade).
O exemplo de maior projeção vem do Presidente da República, Jair Bolsonaro, submetido ao vexaminoso “fora Bolsonaro”, transmitido ao vivo pelas emissoras de televisão, em todos os Estados e cidades de maiores projeções.
Estão aí as duas realidades a que referi no item 5.
7. O mês de março se despede ao som do “Fora Bolsonaro” e à expansão repentina do COVID-19, sem controle. Pior seria se não tivéssemos obedecido ao “Fique em Casa”. Só nos resta aguardar o que nos reserva o destino.
O 31 de março de 1964 é data que nos deixou muitos exemplos, hoje pouco lembrados. Naqueles dias sombrios a ameaça era do comunismo, que se agigantava a cada dia. Lembremos que a data refere-se à intervenção do Exército, com o apoio do governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, após a renúncia do presidente Jânio Quadros, quando o vice presidente João Goulart assumiu a presidência da República. A triste recordação está no Ato Institucional n0 05 (AI-5), de lamentáveis consequências. Nos dias atuais, acontece justamente o contrário: a desmoralização de uma democracia que não mais representa a vontade do povo, e que é movida por interesses classistas dos mais variados, fazendo aflorar uma severa desorganização institucional. Assim nasceu e prosperou um populismo, reduzido a um condomínio de família.
As consequências estão aí. E não se sabe o que nos reserva o destino.
Atenciosamente,
Oto Ferreira Alvares
Oto Ferreira Alvares
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