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A Realidade e a Falsidade Ideológica em Conta-Gotas

                                  178a Comunicacão
    Se tudo correr bem, o mal será interrompido. A propaganda política antecipada de um chefe de Estado no exercício de suas funções, como prioridade de governo, é veneno que atinge mortalmente a representação popular, fundamento da verdadeira democracia, na sua essência constitucional, hoje totalmente desfigurada. 
          Mas tudo na vida tem um começo e um fim. O começo está no que aconteceu no dia 19 de abril de 2020 em frente ao Quartel General do Exército, data do estopim que provocaria a atual situação, visto no Comunicado 177, anterior a este. Essa data será lembrada como o dia do desespero, semelhante a outros movimentos que tentaram conduzir o País ao abismo. O que seria o pico da desmoralização passou a ser o estopim de acontecimentos que abalam a estrutura da União e a República Federativa dos Estados. Os fatos dizem mais do que as palavras ameaçadoras. Se não fosse a intervenção provocada pela renúncia do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, nada teria ocorrido. Outro fato importante é o que aconteceu para desmoralizar o Supremo Tribunal Federal, com uma visita do presidente Bolsonaro e empresários, sem aviso prévio, quando os ministros se reuniam para tratar de assuntos urgentes. 
       No dia 27 de maio veio a resposta a todos os absurdos relacionados aos Fake News que desmoralizavam o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e outras instituições do judiado Brasil. O relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes, deu a resposta que há muito tempo se esperava.  Determinou que a Polícia Federal cumprisse uma Operação “relâmpago”, a qual foi realizada com a eficiência e presteza de sempre: 29 mandados de busca e apreensão a 17 suspeitos de propagarem notícias falsas, ataques à fragilizada democracia e às instituições da República. Entre os suspeitos encontram-se um blogueiro, empresários que financiavam crimes e duas deputadas.
      O Ministro da Educação, Weintraub, como se não bastasse ter repetido o agravo à China, em que o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), criou uma crise internacional, fato este narrado no número 4 do Comunicado 176 deste blog (04/04/2020), volta ao palco dos acontecimentos inqualificáveis: na reunião do dia 22 de maio, o ministro da Educação chamou os ministros do STF de “vagabundos”, dizendo que deveriam ir todos para a cadeia. 

   No dia 15 de maio de 2020, após 28 dias como Ministro da Saúde, o Dr. Nelson Teich, por negar-se a cumprir determinações que contrariam seu currículo de atuação como médico oncologista, pediu demissão. O general Eduardo Pazuello, secretário executivo, assume interinamente, o comando da pasta.

        Com o surgimento de um vídeo revelado pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, enviado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tofolli, novas surpresas vão surgindo. A principal delas trata da intervenção do presidente Bolsonaro na Polícia Federal, com sede no Rio de Janeiro, cujo ato destinava-se a proteger a sua família (filhos) e amigos da família, investigados pela Polícia Federal, visando encobrir possíveis crimes praticados pelos filhos, em atuação como políticos, em três esferas representativas (vereador, deputado federal e senador).
            Com as revelações contidas no vídeo, após este ter passado por exames periciais sobre a integridade do mesmo, o advogado do ex-ministro Sérgio Moro, Rodrigo Sánchez Rios, solicita a divulgação integral do mesmo. O Ministro Dias Tofolli, evitando atropelar o tempo, utilizou-se da cautela para examinar o vídeo detalhadamente.
         As ameaças governistas vieram como se esperava. Os fatos são crimes que abalam a estrutura dos Poderes da República e a Federação dos Estados.
         Sem entrar em detalhes, não podemos deixar de citar o que diz respeito a desobediência de uma ordem do Ministro Dias Tofolli, para que fossem apreendidos os celulares do presidente Bolsonaro e de seu filho Carlos. Através de uma nota, o General Heleno divulgou no dia 22 de maio de 2020, que tal ordem “é inconcebível” e no caso de cumprimento “poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.
         Para se evitar uma possível ruptura das instituições, a situação atual aconselha a uma intervenção preventiva das Forças Armadas. Atualmente por questões óbvias, a Marinha do Brasil é a que possui melhores condições para unir as Forças Armadas.
  As decisões seriam tomadas em conjunto com o Judiciário, Congresso Nacional, Governadores dos Estados, Comissão de Empresários e outros setores essenciais ao restabelecimento da ordem e da economia. 
        O mês de maio de 2020 despede-se com cenas grotescas e trágicas. O espetáculo foi proporcionado pelo presidente Bolsonaro, desta vez de helicóptero, com cenas acontecidas em Abadiânia – GO e Brasília. Em Brasília teve a audácia de desfilar a cavalo. 
           As cenas acontecidas em São Paulo e Rio de Janeiro, pela sua gravidade, retrata o que de pior poderia acontecer: o fanatismo que desestabiliza os Poderes da República, uma guerra declarada entre correntes inconciliáveis. Os alvos são o supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. 
     O mundo paralisou no tempo. O presidente Jair Bolsonaro, com a sua natureza de rebeldia e contestação, pôs o país na contramão do mundo. O seu “amigo”, presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu a resposta ao que por aqui acontece. A situação é tão grave que chega ao desespero. As medidas para combater tantos absurdos estão sendo tomadas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal.
           É para o tempo que vivenciamos é que foram escritos os livros Mosaicos da Sociedade Brasileira. Trata-se de uma coletânea de três livros: o primeiro volume refere-se a problemas institucionais e sugestões; o segundo, a problemas sociais e sugestões; o terceiro volume, Sociocracia e Sociocratismo, um vasto estudo sobre assuntos os mais abrangentes, baseando-se em quatro princípios básicos da Sociocracia (governo da Sociedade, que substitui a falida democracia): 1) Princípio da Representação das sociedades regionalmente consideradas; 2) Princípio da Interdependência dos Poderes, e não da independência; 3) Princípio da liberdade limitada ao interesse social; 4) Princípio da parcimoneidade e legitimidade da lei. 
         Com essas informações, deixo claro que esses livros são um projeto de nação voltado para o futuro. O que atualmente presenciamos irá para o “lixo da história”.
            E o presidente da República insiste no seu autoritarismo disfarçado em democracia. O que aconteceu não admite previsões do que acontecerá. 
   Procurei abordar assuntos que visam combater dois objetivos: menosprezar os efeitos trágicos do coronavirus e continuar com as absurdas contestações.
       Cautela, bom senso e presença firme das Forças de Segurança Nacional, para que não se transforme numa novela de fins trágicos. 
          O Brasil encontra-se isolado do mundo. Isso dá o que pensar!
    Diante de tantos absurdos, só nos cabe aprender a sorrir, para não chorar.

Atenciosamente, 

Oto Ferreira Alvares

Comentários

  1. Boa tarde Oto,
    Tenho que discordar da sua 78ª Comunicação.
    No Dia 19 de abril de 2020, em frente ao Quartel General do Exército, não vi nada demais em o Presidente Bolsonaro comemorar o Dia do Exército junto com seus apoiadores.
    A renúncia do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, já deveria ter ocorrido há muito tempo. Melhor, ainda, seria se ele nunca tivesse sido plantado no governo como verdadeiro Cavalo de Tróia, do PSDB.
    Não vi desmoralização nenhuma na visita do presidente Bolsonaro e empresários ao STF.
    O inquérito no Supremo Tribunal Federal, cujo relator é o ministro Alexandre de Moraes, é uma afronta à liberdade de expressão e jamais a Polícia Federal deveria ter cumprida a ordem absurda.
    O Ministro da Educação, Weintraub, só disse verdades, chamando os ministros do STF de “vagabundos”, dizendo que deveriam ir todos para a cadeia.
    O Ministro da Saúde, o Dr. Nelson Teich, não deveria nem ter assumido. O General Eduardo Pazuello (Intendente), secretário executivo, assumiu interinamente, o comando da pasta e está demonstrando que médico não sabe administrar
    O vídeo provou que nunca houve intervenção do presidente Bolsonaro na Polícia Federal.
    OUTRO ABSURDO: considerar correta a ordem do Ministro Dias Tofolli, para que fossem apreendidos os celulares do presidente Bolsonaro e de seu filho Carlos.
    A nota do General Heleno foi absolutamente correta considerando a ordem “inconcebível”.
    A Marinha do Brasil não tem as melhores condições para unir as Forças Armadas, isso cabe ao Ministro da Defesa.
    Também não vi nada demais em o presidente Bolsonaro desfilar pela Esplanada de helicóptero e a cavalo.
    Enfim, não sei as razões de mudanças na sua linha de redação.

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