Tumores Sociais
O momento histórico exige uma autocrítica sem as peias que impeçam o exercício da liberdade de expressão responsável, num ambiente em que somos o doente e a própria doença.
No ano 2000 publiquei, pela Verano Editora e Comunicação Ltda, o livro Radiografia de uma Nacionalidade Desnuda. Com o título “O Momento Histórico”, trata dos tumores sociais. Vou transcrever o que ali se encontra para comprovar que, apesar dos anos, os tumores continuam à espera de cirurgias que retirem as causas impeditivas para o desenvolvimento humano. Citemos alguns desses tumores: “1. reiteradas crises na educação; 2. a inoperância da saúde pública; 3. a imprevisibilidade e fraudes no setor previdenciário; 4. os contrastes regionais e sociais; 5. a fome e a miséria, ceifando vidas e fortalecendo o paternalismo estatal; 6. escândalos envolvendo autoridades da República; 7. chacinas e crimes hediondos se repetindo diariamente; 8. grupos de extermínio, produto da lentidão do Judiciário aliada à benevolência das leis e desgaste do poder de polícia; 9. as batalhas travadas pelas quadrilhas de traficantes de drogas em busca de espaço e poder; 10. a política salarial, funcionando como um instrumento de discórdia e desafio aos poderes constituídos; 11. a degeneração dos costumes; 12. a falta de critérios para se estabelecer prioridades; 13. a máquina burocrática desestruturada e acomodada no imobilismo; 14. a recessão (não declarada) que pode conduzir o país a uma debacle sem precedentes; 15. escassez de lideranças políticas comprometidas com os anseios nacionais; 16. relegação a planos tidos como secundários de temas que podem comprometer a soberania e interesses nacionais; 17. organizações espúrias que atuam como resultado da falta de uma política comprometida com a unidade nacional (citamos como exemplos a privatização de empresas estratégicas e o que se passa com a floresta amazônica); 18. a violência urbana; 19. contrabando e descaminho de mercadorias; 20. um sistema carcerário preocupante, insuficiente para suportar tamanha demanda; 21. sistema penitenciário em constante ameaça, com fugas e lutas entre quadrilhas, com centenas de mortes”; e tantos outros golpes aplicados para que bens e dinheiros de pessoas inocentes acabem sendo apossados.
Infelizmente a realidade é atropelada por notícias falsas e por absurdos meios que visam desqualificar crimes hediondos, e, ainda, por uma inqualificável desmoralização que atesta a podridão dos costumes e envergonha a cidadania brasileira, com reflexo além de nossas fronteiras, como o fato ocorrido em 14 de outubro de 2020: o escândalo envolvendo o Senador “Chico” Rodrigues (DEM-RR), até então vice-líder do Governo, flagrado pela Operação Desvid-19 com volumosa quantia em dinheiro escondida na cueca. Pelo que tudo indica, o dinheiro foi desviado da Secretaria de Saúde de Roraima.
Esse fato não condiz com o que o presidente Bolsonaro propaga, de que o seu governo está empenhado no combate à corrupção.
Assim, o que se passa nos bastidores da política é uma indigestão cívica, em que as tramoias contra a pátria são vomitadas por um organismo político que não mais suporta os efeitos de tantos venenos acumulados.
Novos Rumos
A situação é de desesperança. A sucessão de fatos que influem na ingovernabilidade a que se chegou o governo do Presidente Jair Bolsonaro é de calamidade pública. Isso é notório pelo que acontece dia após dia. O isolamento a que foi levado pode trazer graves consequências.
Tendo em vista a vitória do candidato democrata ao Governo dos Estados Unidos, Joe Biden, derrotando o candidato republicano Donald Trump, perde o presidente Bolsonaro o seu principal ponto de apoio. A submissão e obediência ao amigo Donald Trump, - e não ao alinhamento com a presidência americana, muito acima de amizades – reflete-se no desgaste da soberania nacional. É muito recente ainda para opinar sobre o que teremos pela frente. Os fatos atropelam qualquer previsão.
Mas não é apenas o que se passa no cenário internacional que reforça a ingovernabilidade. O presidente Bolsonaro não tem o apoio de seus ministros. O vice- presidente da República, General Hamilton Mourão, ao que tudo indica, lidera uma rebeldia, voltada para os interesses de um Brasil judiado.
Acrescente-se o que acontece com a família Bolsonaro, cujos filhos políticos são acusados de crimes diversos, com provas robustas e incontestáveis.
O que foi visto – apesar da abrangência dos tumores citados – não corresponde ao que se passa no comportamento das pessoas, acostumadas a uma rotina, em que a desigualdade social é simplesmente ignorada. A igualdade social, esta sim, é semente que aguarda ser regada com muito amor e esperança de melhores dias.
Correram os anos e o mundo foi surpreendido pela pandemia do coronavírus, de efeitos drásticos, causando pânico entre a população e desestabilizando economias pelo mundo afora.
A tempestade passa, mas os efeitos permanecem. Por isso tenho afirmado sempre: Vivamos o presente voltados para o futuro, mas com os pés no passado.
Uma realidade enigmática
Os três livros Mosaicos da Sociedade Brasileira têm sido avaliados tanto no campo místico, quanto na comprovação das precognições anunciadas. Os comentários sobre o conteúdo e a época a que se destinaram têm sido acompanhados em artigos e em livros, conforme os acontecimentos vão se confirmando. Os Livros Brasil em Crise Versus Brasil Esperança – Síntese Histórica de uma realidade mística sobre o futuro do País e o livro Introdução aos Mosaicos da Sociedade Brasileira – um Livro Despertador, foram escritos para acompanhar os acontecimentos.
Com a união dos tumores sociais aos fracassos sucessivos de projetos de emendas a uma Constituição adulterada, além de uma democracia desqualificada, é que se busca um impossível consenso, o pacto social. Assim, chegamos a um beco sem saída.
Pelo que tudo indica, atravessamos um período de previsões nada promissoras. A tempestade passa, mas os efeitos trágicos não passarão.
O que aqui foi visto é uma tentativa de sintetizar uma realidade mística prevista em 1978. Os livros Mosaicos da Sociedade Brasileira foram escritos para dar um rumo corretivo ao país. Trata, de fato, de um projeto de nação.
O tempo é o senhor do destino, e este tempo chegou.
Atenciosamente,
Oto Ferreira Alvares
Prezado amigo Oto Ferreira Alvares
ResponderExcluirSempre que posso, lei atentamente suas crônicas.
Entretanto, percebi que de uns tempos para cá houve uma guinada de seus textos demonstrando insatisfação com o atual governo do Presidente Bolsonaro, inclusive com críticas sem sentido.
Respeito sua opinião, mas discordo de alguns aspectos, pois vejo que não vai adiantar nada só encontrar os defeitos do governo e não enxergar as grandes vitórias alcançadas. Afinal, deixe para os esquerdistas fazer isso. A não ser que esteja querendo apoiar a volta do PT, PSDB, PSOL, PCB etc. ao poder.
Bolsonaro é, no momento, a única opção, apesar de todos seus defeitos.
Qual a culpa de Bolsonaro em relação ao fato ocorrido em 14 de outubro de 2020: o escândalo envolvendo o Senador “Chico” Rodrigues (DEM-RR)?
Qual o caso de corrupção no poder executivo federal atribuído ao presidente Bolsonaro?
Onde está comprovada a ingovernabilidade do governo do Presidente Jair Bolsonaro?
Em relação à vitória (com suspeitas de fraudes) de Joe Biden ao Governo dos Estados Unidos, não haverá grandes mudanças nas relações entre os dois estados, embora o Brasil tenha que se preparar para preservar a nossa soberania na Amazônia brasileira, pois Biden já declarou suas más intenções.
Não estou vendo que o presidente Bolsonaro não tem o apoio de seus ministros, e se isso ocorrer, esses ministros deverão ser demitidos,
O vice-presidente da República, General Hamilton Mourão, já declarou total apoio ao presidente e ressaltou sua lealdade incondicional ao mesmo.
Nesse ponto, concordo que a família Bolsonaro, cujos filhos políticos são acusados de crimes diversos, entretanto a justiça até agora não comprovou nada.
Finalmente, tenho grandes esperanças na atuação dos atuais ministros do governo Bolsonaro, escolhido pela competência e não pelo critério de conchavos políticos.