85ª
Comunicação
Em tempo de crises o comum é acrescentar mais
desavenças e aumentar a temperatura do ambiente, já insuportável. Muitas vezes
a situação se agrava de tal modo que não admite sequer pensar em termos de
conciliação. Mas sempre haverá uma maneira de contornar obstáculos,
principalmente quando o objetivo é sustentar compromissos político-ideológicos,
numa situação “sui generis” como a nossa, em que ex-guerrilheiros que tentaram
tomar o poder pelas armas são aqueles que determinam as diretrizes a serem
postas em prática. Vivenciamos um período de turbulências sequenciadas, em que
a malícia e a astúcia andam de mãos dadas para impor condições a uma sociedade
ingênua e apática. A vingança e o ódio compõem as essências do revanchismo. O
objetivo continua. Assim, cala-se por conveniência.
Iniciamos o ano de 2015 no mesmo ritmo alucinante das
más notícias. Num piscar de olhos, adentramos no mês de março, que corre como
notícia ruim. Já agora, sob a influência das primeiras medidas
político-administrativas que, por imposição do estado crítico causado por uma
tresloucada maneira de governar, com certeza, pagaremos pelo fracasso da
política econômica, o que pode levar o País a provar o gosto amargo da
ingovernabilidade, levando-se em conta os atritos provocados pelo que ocorre no
topo dos três poderes da República. Tudo que está acontecendo ou para acontecer
não se explica pela lógica ou pela racionalidade na apreciação dos fatos, mas
justifica-se pelo desinteresse do Poder Legislativo em exercitar o princípio da
independência dos Poderes, tornando-se caudatário do Poder Executivo.
Procurando redimir-se de um passado inglório, o Congresso Nacional tenta
reerguer-se. Com medidas ousadas, os presidentes do Senado e dos Deputados
rompem com o Executivo, numa perigosa atitude de ousadia parlamentar. Acontece
que a Operação Lava Jato vem se tornado um estorvo para novas aventuras.
Num clima de expectativa que só ocorre em ocasiões
especiais, de alegria ou tristeza, de vitória ou fracasso, o País foi sacudido
por um tsunami temerosamente esperado: o ministro Teori Zavascki, presidente do
Supremo Tribunal Federal, divulgou, na noite de 06 de março, a lista elaborada
pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, autorizando a investigação
de 49 pessoas, dentre elas, 35 exercendo mandatos parlamentares. Destes,
somente um, o Senador Antonio Anastasia, ex-governador de Minas Gerais, não
pertence à base de sustentação do governo do PT. Inclusive os presidentes do
Senado e da Câmara dos Deputados, senador Renan Calheiros e deputado Eduardo
Cunha, constam da lista. Como se vê, as consequências são desastrosas, uma vez
que terão influência no enfrentamento à crise política, em plena efervescência,
e, o que mais preocupa, nas medidas fiscais, propostas pelos ministros da
Fazenda, Joaquim Levi e do Planejamento, Nelson Barbosa. Se já era difícil
adotar as medidas propostas para retirar o País da crise econômica, agora,
dependerá de muito diálogo para contornar obstáculos que a cada dia mais
crescem. Isso, sem se referir à inflação galopante, aos juros altos, o dólar
sempre em alta, as ameaças de greves, o desemprego, os movimentos de protestos,
a “guerra” do tráfico, as fragilidades das instituições, principalmente da
Educação, Saúde e Segurança públicas, acrescidas das catástrofes naturais e
outras mazelas que complementam o estado de desespero. O momento é de união e
requer muita habilidade e patriotismo. Infelizmente, é justamente isso que nos
tem faltado. Atentemos para o seguinte:
Com o País submetido ao descrédito e à inadimplência de
compromissos com pouca possibilidade de serem cumpridos, faz-se necessário
desnudar certas situações que atingiram profundamente as bases estruturais do
Estado. Com vista à implantação de um socialismo comunizante, projeto Socialismo Bolivariano, estão nos
conduzindo a uma situação pré-revolucionária, tal como aconteceu em 1964. É de
se destacar o projeto Unasul, por ignorar a soberania dos países envolvidos, ao
considerá-los meros caudatários de uma inglória ideologia. Este devaneio fez
com que o Brasil procedesse como um perdulário irresponsável: perdoasse
dívidas, construísse obras de infraestruturas bilionárias, concedesse
empréstimos e acolhesse mão-de obra nem tanto especializada, desde que se
referissem aos países unidos pela mesma causa.
A expectativa quanto ao futuro é cada vez mais
preocupante. O rombo nas finanças da Petrobras atinge cifras alarmantes. O mais
lamentável, no entanto, é que ultrapassou o limite de nossas fronteiras e
ganhou o mundo. Não há como controlar tamanho estrago, a não ser tentar
recompor o seu patrimônio utilizando-se de métodos sempre indesejáveis:
sacrificar investimentos em áreas essenciais e repensar novas posturas
concernentes às gestões, que fujam dos padrões atuais, portanto,
desvinculando-a do controle estatal. Seja como for, a repercussão do estrago
pode ser maior do que realmente é. Mas uma coisa é certa: já comprometeu a
próxima geração.
Está aí apenas um lado dos problemas que nos afligem.
O outro é igualmente melindroso. Refere-se ao perigo que corre a governabilidade,
ao querer, através dos famigerados “pacotes” ou outros meios menos expostos,
corrigir falhas na condução da política fiscal, simplesmente aumentando
impostos, criando novos tributos ou onerando os encargos dos já penalizados
contribuintes, arriscando-se a matar a “galinha dos ovos de ouro”. Querer impor
crescimento econômico de um dia para o outro, principalmente quando a base
parlamentar que dá sustentação ao governo apresenta graves fissuras, não é nada
recomendável.
Cabe-nos aqui referir à democracia, uma aspiração dos
povos livres e que desejam a paz. No entanto, até mesmo dela se serviram como
meio de truculência e ignóbeis propósitos. Democracia sem limite do uso do
poder, dentro dos padrões legais, vem se sucumbindo naturalmente pela astúcia
política, que a utiliza para impor ao País uma ideologia de esquerda, por
várias vezes tentadas. A tolerância irresponsável para com a decomposição do
estado de direito (?), uma quimera esmagada pela inversão dos valores, ou
antivalor, abriu a porteira para cometimento de atos que viriam destruir a
nossa frágil democracia. Dentre tantos desmandos alguns se destacam pela
ousadia e complacência em admiti-los. Citemos alguns: Proibição das Forças
Armadas de comemorar a data histórica de 31 de Março de 1964; substituição de
nomes de logradouros públicos, monumentos e tudo que se referisse ao período
dos governos dos militares, substituídos por nomes de pessoas que cometeram
crimes lesa-pátria. Mas, tem mais! e muito mais!:
Aproximadamente 1.000 pessoas que participaram das
diversas facções revolucionárias e terroristas foram contempladas, ou premiadas
por terem participado ou cooperado com a luta insana e antipatriótica que
pretendia apoderar-se do poder. Saliente-se que foram organizações
clandestinas, treinadas e mantidas por países comunistas. Trata-se de
indenizações milionárias: aposentadorias, promoções indevidas, pensões e toda
espécie de absurdas conceções indevidas, que oneram o já abalado Tesouro
Nacional. Atualmente o “exército” do MST já se apresenta como defensor dos
ideais comunistas, das metas já alcançadas e outras em curso. Isso dá o que
pensar. O que será de nosso futuro? Para onde estão nos levando? São perguntas
que estão aí para uma profunda reflexão.
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