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Significado Histórico do dia 31 de Março de 1964

        87ª Comunicação

Um dos assuntos mais comentados por aqueles que querem desfigurar o movimento 31 de Março de 1964, que livrou o País da implantação de uma ideologia que tem uma triste história de sangue, totalitarismo e fracasso, é a tortura. Infelizmente, foi um dos recursos utilizados para resolver certas situações que diziam respeito à defesa da ordem pública. Defesa da nação, e não de interesses alienígenas que buscavam apossar-se do poder através de práticas e objetivos abjetos e antinacionais. Acontece que os terroristas conjugavam métodos de tortura com o terror, uma covardia inqualificável, para alcançar os seus nefastos objetivos. Só que desses, nada se fala. No entanto, a pior das torturas era a coletiva. A população, naqueles tenebrosos dias, vivia sob os efeitos de uma tortura psicológica. Todos nós, via de regra, condenamos a tortura. Isso não precisaria ser dito. Mas, pergunto: Quantas bombas-relógios foram desativadas com a utilização de métodos de tortura que, antevendo mortes de pessoas inocentes, era considerada o único meio de se obter respostas urgentes contra ameaças vindas através do serviço de informações? O terrorista é treinado para negar sempre. A guerra é a mais monstruosa das possibilidades de se resolver questões fora do controle do diálogo e da diplomacia. O País estava mergulhado em uma guerra não declarada, pois um dos lados não podia aparecer. Agia na clandestinidade.
Hoje, invertida a posição do poder, apresentam outra versão dos fatos. A “Comissão Nacional da Verdade”, no seu Relatório, tenta desqualificar aqueles que agiram para garantir a liberdade, com o nítido propósito de atingir e denegrir as Forças Armadas. Uma das maiores torpezas cometidas contra a história e a honra nacional, isso fica claro para quem deseja verificar os acontecimentos com isenção, é o método da inversão dos valores utilizado para distorcer atos e fatos. Por isso, torna-se necessário rever a história:
O dia 31 de Março de 1964 é uma dessas datas que nos faz lembrar a redenção do Brasil, que se encontrava mergulhado na ingovernabilidade e caminhava de olhos vedados rumo ao comunismo, já em adiantado estágio para o desfecho do golpe final. Era evidente que um plano diabólico, meticulosamente preparado, já se configurava em uma situação transitória, tida como pré-revolucionária. O financiamento, orientação e formação de líderes vinham da URSS que, com firmeza e mão de ferro, expandiam seus tentáculos por todos os continentes. O Brasil era um gigante que deveria ser conquistado, tanto pela sua situação geográfica, como pela riqueza de seu solo e subsolo, mas, sobretudo, pela liderança que exercia na América do Sul. Aparentemente estávamos sem saída, a não ser que surgisse algo não previsto. E foi o que aconteceu. Tangidos pela necessidade de se dar resposta ao caos que a cada dia mais se aprofundava, era necessário agir com prudência e determinação.
Foi neste clima de falência do princípio de autoridade da cúpula do poder da República, que surgiram homens destemidos e cônscios de suas responsabilidades para com a estabilidade e ordenamento das instituições, já moribundas. Um grupo restrito, tendo à frente o governador de Minas Gerais, José de Magalhães Pinto, o Gen. Carlos Luiz Guedes, comandante da Infantaria Divisionária (ID/4), sediada em Belo Horizonte, sob o comando do Gen. Olímpio Mourão Filho, comandante da 4ª Região Militar, com sede em Juiz de Fora, passaram da teoria à prática, traçando as estratégias para um combate efetivo a um estado pré-revolucionário. Daí o nome usualmente empregado, de contrarrevolução. Sigilosamente, cuidavam de planejar e abortar o que era considerado inevitável.  
Enquanto isso ocorria, um movimento cívico se alastrava pelo País. Em passeatas e movimentos de protestos, representavam uma população ameaçada e amedrontada. Exigiam uma reação à altura para combater uma situação desastrosa, em que o comunismo, temido e havido como um monstro sanguinário — pelos milhões de mortes e atrocidades que praticaram nos países submetidos ao partido único — caminhava em passos largos para se apossar do poder. Estávamos diante de um quadro de desespero, com uma população ameaçada e amedrontada.
De Minas Gerais, na tão detestada e humilhada data de 31 de Março, surgiu um movimento que, sem derramamento de sangue de inocentes, viria livrar o País do comunismo, uma utopia que se extinguiu vinte e sete anos mais tarde, em 1991, com a dissolução da União Soviética. Hoje, o comunismo ainda é um fantasma que ameaça, principalmente na América Latina, onde o Brasil se apresenta com destaque, mas disfarçadamente. O Foro de São Paulo continua, embora os países integrantes da “Grande Pátria” apresentem sérios problemas internos. Brasil e Venezuela são exemplos. Há muitos pontos em comum entre nós e eles. A dissimilação é um deles.
Estão tentando confundir uma data de tamanha importância para o País com episódios ocorridos em outra época, já no combate sem tréguas aos movimentos revolucionários. As medidas adotadas para combater as guerrilhas em plena efervescência, tornaram-se uma maldita herança. Era e é dever constitucional dos órgãos de segurança combater ações terroristas, que tinham por objetivo a tomada do poder e implantação de uma ditadura comunista. Hoje, decorrido tanto tempo, aqueles que por dever profissional combateram tais investidas, são tidos como torturadores. Apenas torturadores. Onde estão os antigos terroristas, aqueles que defendiam uma causa que enodoa a nossa história? Por incrível que pareça, os papéis se inverteram. Voltaram como heróis e tentam dar continuidade aos antigos propósitos, de ver implantado o comunismo em solo brasileiro. Devagar se vai ao longe. Usando com maestria as táticas gramscistas, entronizaram-se no poder legitimamente, pelo voto. Com os papéis invertidos, lamentavelmente, dedicaram-se às práticas criminosas, abastecidas pelo ódio e pela vingança. Nos dias sombrios que atravessamos, assistimos o desmonte do que foi construído pelos governos militares. A economia é uma delas. O País se situava na 45ª posição no cenário mundial. Ao entregar o governo para os civis, encontrava-se em oitavo lugar. 
Termino esta pequena referência sobre a data, transcrevendo um trecho elucidativo extraído de uma crônica de Nelson Rodrigues, referindo-se ao jogo São Paulo e Porto, na inauguração do estádio Morumbi, em 25 de janeiro de 1970, com a presença do então presidente da República, Gen. Emílio Garrastasu Médice:
... Vi o Morumbi lotado, aplaudindo o presidente Garrastazu. Antes do jogo e depois do jogo, o aplauso das ruas.  Eu queria ouvir um assobio, sentir um foco de vaia.  Só palmas.  E eu me perguntava:  E as vaias?  Onde estão as vaias?  Estavam espantosamente mudas.”
Como mudam os tempos! Os presidentes da República dos governos militares representavam os anseios nacionais e eram exemplos de honestidade e honradez. Ontem eram aplaudidos. Agora tentam apagá-los da história contemporânea.  E hoje? Hoje, respondo com a pergunta da crônica: Onde estão as vaias? Estão aí para quem tem ouvidos para ouvir, ou olhos para enxergar. O governo está caindo no descrédito.
Nota: A hora é de procurar uma saída honrosa para uma situação de desespero. Estou preparando, para breve, um opúsculo com este fim.

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