91ª
Comunicação
Nos três artigos anteriores, com o título de “Brasil
em Crise Versus Brasil Esperança”, tentamos conjugar fatores que nos levassem a
fixar o que vem ocorrendo atualmente com o nosso País, um tremendo acinte à
nação.
Há certos acontecimentos, por mais absurdos que nos
pareçam, são fatos premeditados para encobrir ou desviar a atenção de outros
que devem ser mantidos na penumbra do obscurantismo. Tudo gira em torno de
estratégia que corresponda ao que se pretende, sem, contudo, deixar
transparecer as reais intenções. Estas devem ser mantidas como brasas, cobertas
de cinzas. Há situações que visam desviar o foco de algo que deve permanecer secreto.
Muitas vezes, ao serem desanuviadas, torna-se claro, nítido, indiscutível o que
se encontrava entre nuvens. Uma vez ampliado o campo observado, descobre-se o
que não havia sido pressentido, mas sentido. É a tática camaleônica.
Nas justificativas para engabelar os adeptos de uma
causa obscurecida pelos interesses altamente sigilosos — aqueles que acreditam,
por serem beneficiados direta ou indiretamente da trama —, sentem-se como se
fossem possuídos de condições privilegiadas, entregando-se de corpo e alma a
uma causa que pouco ou nada corresponde à realidade. Esta versão corresponde ao
que assistimos atualmente em nosso País. O fanatismo é a exteriorização da
defesa de conveniências.
Com esta introdução, que nada tem de extraordinária,
abre-nos a porta para divisar novos horizontes. Tudo que está acontecendo ou
para acontecer, não se explica pela racionalidade humana, mas justifica-se pelo
abuso das prerrogativas postas à disposição da classe política que, como de
vezes anteriores, enveredaram-se pelos caminhos tortuosos da corrupção e
desmandos calculados, com o nítido objetivo de manter-se no poder e
transformá-lo em “varinha mágica”, capaz de servir a vorazes apetites. Assim,
não há espaço para se pensar nos interesses nacionais.
Vejamos o que presenciamos na atualidade de positivo
para o País:
A PEC que eleva a idade de 70 para 75 anos a
permanência nos cargos de ministro do Supremo Tribunal Federal, Tribunal de
Contas da União e tribunais superiores, pejorativamente tida como “PEC da
bengala”, foi posta em votação na noite de 05 de maio de 2015, sendo aprovada
por 333 votos favoráveis e 144 contrários. Levando-se em conta os prós e os
contras, foi um fato que merece destaque especial. O Congresso Nacional, até
que enfim, deu um basta às investidas que se destinariam a controlar o
Judiciário. Seriam 21 ministros a serem indicados pelo executivo até o fim do
presente mandato, sendo que cinco nomeações se dariam no STF. Este fato
histórico só se deu por uma questão de pura oportunidade, em que o presidente
da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aproveitando-se de uma rara
oportunidade, pode encaixar uma votação difícil de alcançar quórum suficiente.
Pura casualidade, mas foi uma atitude de coragem e inteligência.
A promulgação desta PEC representa a independência e
estabilidade (em parte) do Judiciário, sobretudo o STF, que se encontrava em
vias de deixar-se contaminar por decisões eivadas de interesses políticos, com
predominância de interferência partidária e ideológica. Após a promulgação, a PEC
passa a ser tida como “PEC da experiência”, uma feliz denominação. Este fato tão importante para a vida nacional
teve pouca repercussão. Com ele pode-se dimensionar o estado de anomia com que
nos deparamos. Os antivalores apontados à exaustão em artigos deste Blog estão
incluídos entre tantos outros que formam uma situação esdrúxula de nossa
sociedade. Somos um País por demais dividido. Infelizmente, outras divisões
estão à vista.
Outro fato que terá grande repercussão no já
tumultuado estado de desagregação da nossa dividida sociedade foi a votação da
Medida Provisória 665, que altera regras já consolidadas sobre o seguro
desemprego e abono salarial. A PEC foi aprovada em ambiente tumultuado por uma
pequena margem: 252 votos a favor e 227 contrários. O Ajuste fiscal, como
medida que visa promover o equilíbrio macroeconômico do Estado, é uma medida
justa e necessária. Acontece que a repercussão negativa que envolve as
alterações que atingem o setor produtivo e os trabalhadores, ao invés de cortar
gastos no enxugamento do Estado, dará motivos para seguidos protestos, o que
pode criar ambiente de revolta entre as classes que se julgam prejudicadas. A
própria base parlamentar do governo, por motivos óbvios, foi drasticamente
atingida. É constrangedor assistir agremiações políticas que sempre disseram representar
os trabalhadores, serem obrigadas a ir de encontro aos interesses de seus
eleitores. É evidente que as classes assalariadas mais prejudicadas pertencem
às faixas inferiores e intermediárias. Isso dará motivo para fomentar um
ambiente social desagregador. Será mais um obstáculo a ser enfrentado.
O Brasil emergente vem se tornando um país decadente.
A hora é de se dar um basta à demagogia sustentada à custa de organizações
criminosas que arruinaram a economia, transformaram a política em balcão de
dadivosas e estapafúrdias conceções, internas e internacionais, para cumprir
compromissos assumidos com o Foro de São Paulo, segundo práticas gramscistas.
(ver a 88ª Comunicação). Esta deplorável situação ainda não foi motivo de
investigações.
Não tem sido fácil enfrentar desafios para os quais eu
não me sentia devidamente preparado. Trata-se de uma questão de foro íntimo
querer extravasar ideias e ideais que nascem e prosperam naturalmente, assim
como a fome e a sede, que exigem serem saciadas, sob o risco de causar danos à
preservação da saúde.
Queiramos ou não, ainda que não nos interessemos tomar
conhecimento da origem de determinadas imposições contrárias aos interesses nacionais,
é dever de cidadania interessar-se como enfrentar tais situações, surgidas e
desenvolvidas segundo programação de fundo ideológico. Por isso a nota que se
segue:
Nota
Renovadora
O Brasil está a exigir mudança de rumo. Ficar como
está não dá mais. A hora é de pensar e discutir sobre uma nova ordem social,
política e econômica. É constrangedor ficar repisando no que tento chamar a
atenção. Mas é necessário dizer:
Venho anunciando à exaustão a coletânea de três
livros, Mosaicos da Sociedade Brasileira,
escrita na década de 1980 para um tempo futuro e incerto quanto a data, mas
com acontecimentos indicativos de profundas transformações. Seriam escritos
para dar rumo ao País. Como fui por diversas vezes advertido para que levasse
muito a sério uma tarefa de tal magnitude, para a qual não me achava preparado,
confesso ter sido mais intérprete (sentido lato) do que propriamente autor.
Diante de tal hipótese, preparei uma síntese histórica desta saga missionária
num livreto, Brasil em Crise versus
Brasil Esperança. Segue o link do livro, para leitura:
Também segue o link para
baixar o livro diretamente do site da Thesaurus Editora.
A desinformação é a melhor maneira de se aderir à
chantagem de demagogos profissionais.
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