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É só Aguardar-2

     99º Cominicação


Uma sociedade submetida à inversão dos valores com predominância de uma deplorável incitação à desarmonia social, com o nítido propósito de exterminar com os pilares institucionais, é uma sociedade suicida. Esta é a mensagem síntese do que foi abordado no artigo anterior. Como o assunto é inesgotável e comporta outras abordagens não vistas, retomamos ao título do artigo precedente.
Quando se quer  modificar algo relativo a uma maioria acomodada, indiferente ao que se passa além de seus interesses imediatos, é necessário que algo incomum se transforme em impulso capaz de despertar consciências. É preciso romper as amarras que levam à acomodação inercial.
No emaranhado das crises que se abastecem com o acúmulo de absurdas impropriedades — inadmissíveis de que tenham tido curso livre para chegarmos onde estamos, a ponto de interromper o desenvolvimento e adentrar-se na decomposição institucional do Estado —, tentaremos encontrar a causa originária do que vem acontecendo e pode estar para acontecer. Quando se chega a este estado de calamidade pública, em que as pessoas mais esclarecidas e ainda não contaminadas pela onda dos antivalores, sentem a necessidade de unirem suas forças para barrar o avanço sempre crescente daquilo que vulgarmente denominamos de forças ocultas, é porque estamos prestes a precipitarmos num abismo. É bom lembrar que nem sempre estas forças se apresentam tão ocultas assim. No nosso caso, por exemplo, lideranças de uma esquerda ávida de vingança tiveram a capacidade de impor o que bem entenderam, às claras, a ponto de tentarem modificar a história contemporânea empregando métodos condizentes com o que fora meticulosamente preparado.
Audaciosamente prepararam o ambiente para consolidar conquistas que garantiriam apoderar-se dos poderes da República e mantê-los sob o controle dos mecanismos arbitrados pela cúpula do governo, em obediência aos ditames do Foro de São Paulo. Em nome do povo, uma massa de manobra mal informada e descaracterizada como nação, germinaram movimentos sociais que se desenvolveram como subproduto de interesses ideológicos. Metamorfoseados em partidos políticos e acobertados por uma democracia que se tornou instrumento de uma farsa, fizeram o que bem entenderam. Até mesmo criar o seu próprio inferno. Era a crise que se instalava e comprometia a harmonia e independência dos Poderes da República. Na atualidade, presenciamos e nos penitenciamos do desleixo de deixar que acontecesse o que hoje vem à tona. Somos vítimas da inobservância do que seja interesse nacional. Quando os fatos desabonadores dos legítimos interesses nacionais maculam a honra e atropelam a ética, não há como frear a velocidade dos estragos. E entramos na perigosa estrada da “ladeira abaixo”. As manifestações dos “prós e contra” ao imbróglio criado pelo resultado de doze anos de governo do PT, timidamente, vão tomando conta do País e se transformando em mais um divisor da já retalhada sociedade brasileira. Tudo indica que pode se transformar em mais um ingrediente alimentador das crises que a cada dia tomam novas dimensões. Repassemos algumas:
As três manifestações – 15 de março, 12 de abril e 16 de agosto de 2015 – deixam claro tratar-se de protestos contra a falta de perspectivas para o Brasil. Estas manifestações, observadas como resposta ao estado crítico a que chegamos, pouco representa como expressão da vontade popular. No entanto, o grau de avaliação do desempenho do governo do PT, na pessoa da presidente Dilma, passa a ser fator relevante. Para quem busca desvencilhar-se das amarras impeditivas de reencontrar objetivos até então exitosos, interrompidos bruscamente por acontecimentos que desnudaram outra realidade, a de um País mergulhado num mar de corrupção e desmandos acumulados, a oportunidade de novos recomeços é uma conquista excepcional. É só verificar o que pretendiam e conseguiram com a Comissão da Verdade, com acusações inverídicas e criminosas para desmoralizar o movimento de 31 de Março de 1964; a elevação de terroristas à condição de heróis, com aposentadorias e vantagens exorbitantes e outras “conquistas” indecorosas. 
                Já era de se esperar que tão logo ocorressem as manifestações do dia 16 de agosto, acossados pela repercussão negativa cada vez mais volumosa de más notícias, nas três frentes que compõem a estrutura do Estado, economia, política e psicossocial, se desencadearia uma onda de movimentos em defesa do governo. E não deu outra: no dia 20 de agosto concretizou-se o que se esperava: os movimentos sociais, estudantil, centrais sindicais subordinados à CUT e outras associações de esquerda, foram para a rua. Palavras de ordem “não vai ter golpe” e “fora Cunha” ecoaram em 37 cidades e 25 estados. Isso foi apenas o primeiro passo para recompor antigos objetivos. Aos poucos vão ocupando espaços, desqualificando os movimentos espontâneos e apresentando novos argumentos para continuarem sobrevivendo.
                Na atualidade, o que se passa nas cúpulas dos poderes da República é de assustar. Citemos alguns, sem comentários: fragilização da base política aliada ao governo; as ameaças de impeachment da presidente Dilma, cuja defesa ideológica deverá ser assumida pelos movimentos sociais de esquerda; a crise política, sem sinais de abrandamento; a economia, ameaçada de ser rebaixada ainda mais na classificação de risco, sempre em pressão. Acresça as condições da China, parceiro privilegiado dos países emergentes, que vem dando sucessivas demonstrações de desaquecimento de sua economia, com reflexo em todo planeta, principalmente os produtores de commodities. O dia 24 de agosto de 2015 foi de pânico no mercado financeiro do mundo, provocado por um colapso das Bolsas de valores chinesas.
Outros fatos são igualmente preocupantes: as greves a cada dia mais ameaçadoras, resultado de uma política salarial anacrônica e elitista; o desemprego sempre em ascensão; a impossibilidade de encontrar pontos de convergência que conduzam a um diálogo isento de interesse político e ideológico; o Congresso Nacional, principalmente a Câmara dos Deputados, vem se tornando um triângulo das Bermudas (região misteriosa em que há relatos de desaparecimento de navios, barcos e aviões), envolto num labirinto de indefinições no que diz respeito aos interesses nacionais. É bom lembrar que já tivemos seis constituições republicanas e a nossa atual constituição é uma colcha de remendos: até o dia 13 de março de 2015 já havia 92 emendas, sendo 86 regulares e seis de revisão constitucional. Acresça a este número as PECs que estão sendo votadas. Isso é apenas um detalhe. No entanto, o que mais assombra é o nível de debates envolvendo tendências ideológicas. O que predomina é manter ocultas as verdadeiras intenções no que diz respeito aos objetivos interrompidos provisoriamente. Até a Lei da Anistia é motivo de reinterpretação para nova denúncia sem amparo jurídico. Pelo que tudo indica, trata-se de mais um expediente para conturbar ainda mais a caótica situação. Tudo isso num mundo conturbado e ameaçado por guerras.
O grito de Dom Pedro I, “Independência ou Morte”, passa a ter uma interpretação emblemática. Valeria mais para aqueles tempos, ou para os de agora?
Nota Renovadora
Acontece que caímos numa armadilha. Temos de decidir para onde iremos: prosseguir rumo ao abismo da destruição ou mudar de rumo.
Diante de tal hipótese preparei uma síntese histórica, Brasil em Crise versus Brasil Esperança, referente a livros escritos na década de 1980 - “Mosaicos da Sociedade Brasileira”,  destinados a um tempo futuro e incerto quanto a datas, mas explícitos quanto aos acontecimentos. As análises e sugestões neles descritas têm a abrangência da crise vivenciada nos nossos dias.  Vale a pena certificar-se. Segue o link do livro, para leitura:
Também segue o link para baixar o livro diretamente do site da Thesaurus Editora.
http://www.thesaurus.com.br/download.php?codigoArquivo=430

Comentários

  1. Compartilhei este artigo no facebook, juntamente com a foto da Ponte Costa e Silva, agora rebatizada.

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