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É só Aguardar

                                                                                               98ª Comunicação
Por que estamos insistindo em assuntos tão indigestos e, aparentemente, uma temeridade sem sentido, uma vez que já se foi o tempo em que os preparativos para montar uma colossal estrutura de governo para cumprir o que fora criado, implantado e aperfeiçoado pelo Foro de São Paulo, estão aparentemente inativos, justamente por ser causa e não efeito de males hoje considerados irreversíveis. Aqui é que reside o “X” do problema. Isso já foi abordado em vários artigos, alguns até mesmo repetitivos, por se tratar de uma audácia transformada em provocação. Recordemos alguns:
Os antecedentes da contrarrevolução de 1964; as guerrilhas, urbana e rural, principalmente nas décadas de 1960/1970, quando o terror e o medo provocado na população eram vistos como métodos seguros de inibir reações; a Comissão da Verdade, com o propósito de denegrir membros das Forças Armadas com o objetivo de desmoralizar os governos militares. Isto é apenas um detalhe de um inqualificável quadro de crises que se entrelaçam e criam raízes que se fortalecem cada vez mais. Nos dias de hoje a corrupção passou a ocupar o espaço de outros avanços revolucionários. Num ambiente carregado de matéria altamente explosiva, não nos dá segurança de prever o que pode ou não acontecer, agora, hoje ou amanhã, já que o passado foi o laboratório utilizado para impregnar de ódio, vingança e provocação a tão detestada “ditadura militar”.
Deste estado indefinido e maquiado pelo poder acumulado em doze anos de desconstrução do Estado, numa tentativa de apagar vestígios de sucesso dos governos militares, é bom que tenhamos em vista uma comparação do que pode estar acontecendo, pois motivos os há em abundância. Há muitos interesses a serem defendidos de qualquer jeito. Basta citar uns poucos para compará-los: os cargos de confiança, em todos os poderes e níveis funcionais, ocupados por indicações partidárias e ideológicas; centrais sindicais coordenadas pelo Partido dos Trabalhadores, uma temeridade pouco avaliada, uma espécie de quinta coluna infiltrada numa cadeia de comando ideológica; a lei de Anistia, de caráter amplo, geral e irrestrita, como se dizia, que tentaram revogá-la com acusações tendenciosas para acobertar rombos ao Tesouro Nacional, com fantásticas aposentadorias e bolsas garantidoras de privilégios escorchantes; os movimentos sociais, com propósitos e atuações emblemáticas, cercados de suposições ameaçadoras da ordem pública. Acresça-se a estas resumidas citações o rombo sempre crescente da corrupção e má gestão do patrimônio nacional, apurados pelos órgãos investigativos, sobretudo a Operação Lava Jato e as suas quase vinte operações auxiliares. Estes poucos exemplos já são suficientes para uma hipotética comparação:
Os temidos incêndios florestais, com consequências desastrosas, surgem aleatoriamente. É comum uma minúscula faísca, ou algo insignificante, ser a causa incêndios que alastram em proporção catastrófica. O mesmo acontece com os distúrbios sociais. Um fato inexpressivo, desde que manipulado com intenções maliciosas e conflitivas, torna-se fator de desarmonia e transforma-se em virulenta descarga de ódio reprimido. Acontece que os temos em abundância.
Será que não temos motivos suficientes para esta comparação? Nem governo nem oposição tem algo a apresentar como alternativa para substituir o que aí está. Ambos buscam saídas provocativas para sustentar pontos de vista antagônicos e irreconciliáveis, com acusações de quem fez ou deixou de fazer isso ou aquilo. Deduz-se daí que este vale tudo não vale nada, justamente por não admitirem que ambos têm culpa na acumulação de desmandos da atual crise que a cada dia mais se aprofunda, a ponto de atingirem em cheio a governabilidade. Repassemos alguns:
No dia doze de agosto, as “Margaridas”, movimento das Trabalhadoras Rurais, coordenadas pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), ocuparam a Esplanada dos Ministérios para apoiar a presidente Dilma, com o chavão “não vai ter golpe”. A intenção era amenizar os efeitos da passeata convocada pelas redes sociais, que se realizaria dia no dia 16, em todo País. Aliás, como se esperava, foi uma demonstração de repúdio ao que aí está. À noite, em entrevista à TV SBT, a presidente Dilma, perguntada sobre possíveis erros cometidos no seu primeiro mandato, admitiu ter cometido alguns, sobretudo não ter avançado mais em algumas obras de infraestrutura, não se responsabilizando pelas crises política, econômica e social que dominam o cenário midiático nacional. Aqui vai uma observação:
Se bem observarmos a presidente Dilma não cometeu erro nenhum, pelo contrário, saiu-se muito bem no cumprimento dos deveres contidos no Foro de São Paulo, no eficiente desmonte do Estado e no atendimento aos países membros, realizando obras de infraestrutura e empréstimos privilegiados. Acontece que ela estava do lado de lá, agora, com o surgimento do complexo escândalo envolvendo proeminentes nomes de seu partido, o PT, e membros do governo, viu-se obrigada a assumir compromissos do lado de cá, para tentar defender-se de acusações que podem levar à proposição de impeachment. Outros motivos, igualmente graves, se revezam no quotidiano das más notícias. Onde estaria a causa originária de tanta desgraça acumulada? Na certa no duplo escândalo envolvendo grossa corrupção sistêmica, que abalou a credibilidade de poderosas autoridades: os denominados “Mensalão e Petrolão”, que nada mais são do que a simples mudança das fontes de recursos, uma vez que, abortado o primeiro processo de transferência diversificada, a saída foi mudar a fonte da corrupção e lavagem de dinheiro para a Petrobras e organizações financeiras da União. São tantos os motivos a apontarem para uma fatalidade programada, a fim de se evitar a sequência de acontecimentos que ameaçam interesses políticos, ideológicos e particulares, que a sociedade se pôs no lugar de quem deveria agir, utilizando-se de meios pacíficos para denunciar o que se passa nos bastidores dos poderes da República. Não se tapa mais o sol com a peneira.  Isso é o que presenciamos atualmente num mundo conturbado e num País desorientado como o Brasil de nossos dias.

Nota Renovadora
Estamos numa encruzilhada e teremos de decidir para onde ir: ou prosseguir na senda da autodestruição, abismo já se aproximando, ou mudar de rumo. Se optarmos para mudanças, estas terão de ter caracteres de reversão dos antivalores: moralmente consentidas, transparentes e com objetivos para reconstruir o que foi totalmente arrasado. E assim chegamos diante de um quadro desesperador. Não há outra escolha.
Venho anunciando à exaustão a coletânea de três livros, Mosaicos da Sociedade Brasileira. Foram escritos para dar rumo ao País num momento de crises. Diante de tal hipótese, preparei uma síntese histórica desta saga missionária num livreto, Brasil em Crise versus Brasil Esperança.  Segue o link do livro, para leitura:
Também segue o link para baixar o livro diretamente do site da Thesaurus Editora.

Comentários

  1. Dilma não chega ao fim do seu mandato.
    Seus artigos mostram a coerência de seus pensamentos
    e acertadas previsões. Parabéns, amigo.

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