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Aspectos de um Brasil em Transição-3

             106ª Comunicação
 
Vivemos uma época de transição evolutiva generalizada. No que se referem aos avanços que se processam nas ciências e na tecnologia, que se apresentam com insondáveis conquistas em campos diversificados, as realidades são ultrapassadas de um momento para outro. É a competição para conquista de mercados. Os povos, principalmente aqueles mais propensos ao consumismo, deliram com as novidades sempre renovadas e se perdem no mundo da fantasia. O que seria um benefício para facilitar a vida moderna vem se tornando motivo de preocupação, com a utilização descabida das facilidades proporcionadas pelo progresso, direcionadas ao desvio de comportamento nas mais variadas atividades sociais. É neste ambiente viciado que nos deparamos com uma realidade perversa e perigosa. Vejamos o que se passa numa sociedade que se deixou atrair pelo canto da sereia:
                               O mês de dezembro inicia mergulhado na onda do impeachment e muda completamente as expectativas de se encontrar uma saída honrosa para amenizar o clima de animosidade entre oponentes irreconciliáveis, mantidos à custa de chantagens e barganhas indecorosas. Os confrontos entre movimentos prós e contra aos objetivos que envolvem animosidades advindas de situações incontroladas, no caso, a permanência no poder por imposição ideológica e interesses comprometedores, eivados de máculas imorais e criminosas, põem em risco não apenas a governabilidade, mas o futuro do País.
   Dada à repercussão social e histórica do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, acontecido nos dias dois e três de dezembro de 2015 — aceitações do pedido no dia 02 e leitura da peça comprobatória de fatos que os justificam, no dia 03 —, é oportuno registrar o fato como marco histórico que, na certa, deflagrará situações incontroladas na condução das atividades que compõem a governabilidade, num ambiente fragilizado pela falta de credibilidade de grupos que pretendiam e pretendem a permanência no poder, para ocultar objetivos lesa-pátria.     
                               Vamos a um resumido histórico:
   O pedido do impeachment foi protocolado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal. O documento histórico foi lido pelo deputado Beto Mansur (PRB-SP), durante mais de três horas e meia, ininterruptas, relatando crimes de responsabilidade fiscal que apontavam decretos-leis maquiados, destinados a apresentar falso superávit, excesso de arrecadação e atentados à legislação orçamentária, inclusive as “pedaladas”, apuradas e comprovadas pelo TCU, referentes aos anos de 2014 e 2015. Decretos-leis que distorciam a Lei de Diretrizes Orçamentárias, com o nítido propósito de justificar evasão de divisas e outros atentados às leis orçamentárias, em quantidade jamais imaginada. Tudo pormenorizadamente traduzido em quantidade e comprovação do que se pretendia, sob a rígida interpretação dos textos citados. 
   Até parece que tais atos criminosos, confirmando-se a prática dos antivalores, foram preparados deliberadamente para possibilitar que interesses escusos acobertassem estelionato eleitoral.
                A intenção política não pode contrariar argumentos jurídicos, sob pena de se ingressar na temível anomia. A hora é de revitalizar princípios éticos e morais. Defender o que está acontecendo e está para acontecer é o mesmo que cumprir o adágio stalinista, de que “os meios justificam os fins.” Se chegamos onde estamos é porque houve aprovação maciça da sociedade, que sempre se sentiu alheia aos desmandos que nos levariam ao descrédito, em que o ato ilícito não mais configura crime, desde que cometido por autoridades, hoje, envolvidas em grossa corrupção.
   Conclui-se que o ideal seria a renúncia de todos os envolvidos em atos criminosos investigados pelas Operações Lava Jato e Zelotes, reforçadas por outras instituições que compõem estrutura de tamanha envergadura.
Seria desnecessário relacionar os desmandos praticados durante quase 13 anos de desgoverno, mas o que presenciamos atualmente é um caos, até aqui insolúvel. O mês de novembro foi pródigo em dar provas do que a esquerda ideológica teria a defender, a qualquer custo e a qualquer preço, pois “os meios justificariam os fins.” Bastaria continuar com a tática camaleônica de passar pelo que não é, inclusive utilizando-se, por conveniência, as mesmas armas da oposição: métodos capitalistas para tentar safar-se da perda antecipada do poder. Isto é uma demonstração inequívoca de que fracassaram com a ventura tresloucada de apadrinhar companheiros, abrir as comportas da corrupção, da lavagem do dinheiro proveniente da Petrobras e outras empresas estatais, das propinas milionárias, do tráfico de influência para enriquecimento ilícito de parentes e pessoas inescrupulosas. Isto sem citar as famosas pedaladas para sustentar planos diabólicos para dividir a sociedade em classes e subclasses, com fins eleitoreiros.  
Façamos um ligeiro retrospecto deste melancólico rastro de “terra arrasada”, que nos conduziria ao que hoje presenciamos. 
Correram-se os anos e o País foi aos poucos sendo submetido ao alvedrio dos antigos guerrilheiros, derrotados pelas forças legais. Aos poucos ganharam fôlego e impuseram a prática de uma vingança nunca vista. Seguindo metodologia gramscista, após oito anos de preparação, o governo do presidente “Lula” indicaria e elegeria a primeira presidente feminina do País, Dilma Rousseff.  A Comissão da Verdade seria a bússola que demarcaria novos planos para alcançar os objetivos planejados. Com uma só perna, poderia ser titulada de Comissão “Saci-Pererê.” As suas diabruras infernizaram muita gente, com o único fim de desmoralizar a tão odiada “ditadura militar”, uma cirurgia realizada em 31 de março de 1964, que impediu que o Brasil se tornasse uma republiqueta comunista.
Resultado dos 13 anos do antigoverno comunizante: na economia a situação é crítica. Por mais que se criem dispositivos destinados a sanar os graves erros e abusos criminosos na condução da política econômica, a ponto de conduzirem o País a um estado de desespero, as consequências seriam drásticas. O momento é muito crítico, mas a tendência é piorar ainda mais. Na política, o quadro é simplesmente vergonhoso. A desinformação é a melhor maneira de se aderir à chantagem de demagogos profissionais. 
Mas nem tudo está perdido: o juiz Sérgio Moro, num bom exemplo de valorização profissional, dispensou e agradeceu a comenda do Poder Legislativo a ele conferido, com a justificativa de que, entre as autoridades investigadas pela Operação Lava Jato, estariam incluídos vários parlamentares. E assim declinou de uma homenagem que poderia atacar a sua honra.
De fato, até agora, cinco parlamentares constam das investigações em andamento: o ex-líder do governo no Senado, senador Delcides do Amaral (PT-MS), senador Renan Calheiros (PMDB-Al), presidente do Senado, senador Jáder Barbalho (PMDB - PA) e os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, e deputado Aníbal Gomes (PMDB - CE).  
Pelo que parece, o pior está por acontecer. Com as constantes delações há indícios de que se possa atingir o centro do poder, nos dois mandatos do Partido dos Trabalhadores. Consumado o previsto, estaremos no fim do poço. As consequências serão catastróficas. Para não perder tantos interesses contrariados só lhes restam recorrer aos movimentos sociais, atualmente semi-inativos, que aguardam sinais de desesperadas lideranças forjadas na têmpera da vingança e do ódio, para tumultuar o ambiente político e social. Infelizmente, pelo que se constata, os poderes da República foram contagiados pelo vírus dos antivalores, restrito a uma minoria de privilegiados que comandam crimes de responsabilidade, um dever constitucional exclusivo do chefe de governo.

Obs.: Os livros “Mosaicos da Sociedade Brasileira” estão em fase de editoração. Dada a atual situação do País não há mais como postergar a publicação destes livros, uma vez que foram escritos na década de 1980 para um tempo futuro e incerto quanto à data, mas explícito quanto aos acontecimentos. E o tempo chegou. As coincidências não deixam dúvidas. 

Comentários

  1. Mandou muito bem, Oto. Parabéns. Vai firme nessa cruzada anaticomunista.
    Abraços,
    Jorge

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  2. Parabéns pela análise perfeita da atual situação.

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