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Nas Pegadas do Dragão da Crise- 2

                                                                                                  108ª Comunicação 
                31 de dezembro de 2015. O ano velho, já agonizando, dá as boas-vindas ao seu sucessor, que desponta no contar dos tempos, calendário inflexível, com a saudação sempre repetida em todos os tempos: Feliz Ano Novo! É a maneira de se expressar a esperança, a cada ano adiada para o ano seguinte, quando o atual ano novo, já como ano velho, também se despedirá. Que a euforia do presente não seja o pesadelo do futuro.
                O Dragão da Crise, pelo que atestam os últimos acontecimentos, não ficará inerte diante dos recessos natalinos e Ano Novo, que naturalmente se interligam a outros recessos: Carnaval, Semana Santa e, a seguir, as Olimpíadas. O ano de 2016 já desponta comprometido com consequências drásticas que se acumularam durante muitos anos, preparando o terreno para implantação do socialismo bolivariano. 
                 Como dissemos no artigo anterior, o Brasil anda de mãos dadas com a Venezuela. Lá houve eleição para a Assembleia Nacional. Como era de se esperar, o governo foi derrotado fragorosamente por vasta margem de votos, mas usaria de meios ilícitos para perpetuar-se no poder. A atual Assembleia Nacional, em fins de mandato, aprovou no dia 23 de dezembro de 2015 a indicação de 13 juízes e 21 suplentes para o Tribunal Supremo de Justiça (STJ). Isso significa que outros dispositivos virão para tornar a Assembleia Nacional da Venezuela mera instituição decorativa. Ao mesmo tempo valoriza a justiça Bolivariana, que passará também a decidir assuntos afeitos ao Legislativo.
                Na Venezuela tudo é possível. No Brasil ainda nos resta uma “ridícula” dose da frágil democracia. O País está despertando de um pesadelo histórico. Os absurdos cometidos durante 12 anos para desmoralizar a tão odiada “ditadura militar” e, em consequência, as Forças Armadas, fizeram com que algumas personalidades fossem escolhidas como autênticos representantes de um “governo tirano”. E foram covardemente perseguidos. Motivo? Por terem cumprido funções relevantes ao combaterem aqueles que ameaçavam tomar o poder através de guerrilhas.  
    E hoje, o que presenciamos? Aposentadorias e sinecuras, mudanças de nomes de logradouros públicos que se refiram ao regime militar, substituídos por guerrilheiros e traidores da Pátria, inclusive pseudo lideranças que maculam a nossa história. No dia 28 de dezembro o Diário Oficial publicou a inclusão do Sr. Leonel Brizola como herói da Pátria.
                Na política os três poderes da República foram atacados pelo vírus da desmoralização: no Executivo, a presidente da República está ameaçada de ser submetida a um processo de impeachment; no Congresso Nacional, os presidentes dos poderes legislativos, Senado e Câmara dos Deputados, estão investigados pela Operação Lava Jato; congressistas (senadores e deputados), alguns presos e vários deles investigados por indícios fornecidos pela delação premiada, submetidos a mandados de busca e apreensão de documentos e outros materiais comprometedores, além da quebra do sigilo bancário e provas sobre a origem de bens patrimoniais, incompatíveis com as condições normais de enriquecimento.
                Até mesmo o Judiciário é criticado por atos avessos à independência dos poderes da República. Aqui, há de ser ressaltado um fato que bem atesta o grau de instabilidade reinante no cenário político: o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha, que se mantém no cargo de presidente apesar de acusações pesadas contra ele, justamente por ser a coluna sustentadora da possibilidade do prosseguimento do impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, vem se tornando, ao mesmo tempo, o vilão e o herói, por posicionar-se como responsável por atitudes ousadas. Cabe aqui citar um exemplo de como é visto e tratado o presidente de uma instituição que representa, politicamente, o povo brasileiro:
                A sua pessoa é vista com desconfiança por autoridades e adversários políticos. Vamos a um fato recente: o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, havia marcado audiência com o também presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowiski, para tratar de assuntos oficiais. O deputado Eduardo Cunha foi surpreendido pela decisão do presidente do STF em permitir que a imprensa tivesse acesso à audiência. Tal decisão trata de um fato inédito e constrangedor, que comprova descrédito na autoridade atendida. Tal atitude pode repercutir como mais um fato que influa no já conturbado ambiente de atritos entre os poderes da República. Não estaria tal fato ligado ao processo de impeachment?
             Deduz-se daí que a ingerência e a falsidade ideológica (mentir em documento para obter algum tipo de vantagem, ou modificar a verdade sobre fato relevante) nas decisões do Tribunal de Contas da União, utilizadas pelo governo, sem argumentos jurídicos ou mesmo de qualquer ordem, a não ser tentar escapar das “pedaladas”, são trapaças que estão sendo tentadas, com pagamentos de parcelas aos bancos credores, sobretudo ao BNDES, o que configura tipicidade de crime lesa-pátria. É outro conchavo que não se sustenta. Mas tem fatos muito mais graves a serem explicados: o nosso País já se apresentou como patrocinador de obras de infraestrutura, empréstimos e outras benesses aos países tidos como irmãos ideológicos, através de recursos do BNDES. Em Cuba, dos irmãos Castros: aeroporto e o porto de Muriel, com corredores rodoviário e ferroviário; na Bolívia, rodovias e transações comerciais privilegiadas; hidrelétrica na Nicarágua e muitas outras proezas internacionais, inclusive em países da África. Disso pouco se fala.
                Na economia, que depende de decisões políticas, a situação é ainda mais grave, pois abala os alicerces sociais no que diz respeito ao combate à miséria. A fonte está se esgotando. Com medidas paliativas, dissimuladas por um paternalismo eleitoreiro, o que parecia como solução de problema insolúvel, exterminar a miséria através de uma infinidade de bolsas de socorro aos miseráveis, está aí a engrossar o quadro que nos levou à recessão.
                Na educação e saúde pública basta citar as greves prolongadas e movimentos que reivindicam melhores condições de trabalho, como falta de recursos para aquisição de materiais essenciais ao desempenho profissional, e exigências quanto a salários defasados no tempo. Na Segurança Pública o noticiário da mídia reflete o estado de calamidade a que chegamos.
                Por fim, como era previsto e foi anunciado no artigo anterior, o ministro da Fazenda, Joaquim Levi, pediu demissão. Foi substituído pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Os comentários de analistas políticos e lideranças do setor produtivo não são nada bons. A questão não é de troca de pessoas. É buscar soluções que deem novo rumo ao País. Que se proponham a encarar os problemas institucionais, políticos, econômicos, sociais e desfazer as amarras ideológicas que nos levaram a um caos irremediável. O momento é crítico e desesperador. As reuniões passam a ser constantes, mas os resultados pífios, que pouco ou nada resolvem.
                O dia 28 de dezembro foi marcado por duas reuniões que dão o que pensar: a presidente Dilma reuniu-se com o staff de ministros da área econômica — da Fazenda, Nelson Barbosa, do Planejamento, Valdir Simão, da Casa Civil, Jaques Wagner e Ricardo Berzoini —, para tratar de previsões da receita e despesa da União.  Onze governadores reuniram–se em Brasília, a convite do governador do Distrito Federal. Principal pauta: mobilizar bancadas do Congresso para votar a recriação da CPMF. Como se vê, são reuniões para conseguir recursos que compensem o ônus devido ao bônus gasto sem previsão orçamentária. Como as partes envolvidas estão em apuros, tudo faz crer que se trata de mais uma maneira de empurrar para a população, que nada tem a ver com desmandos de políticos, crimes praticados contra a economia e patrimônio nacional.     
Nota Renovadora
                O Blog Brasil-Renovado foi criado para comentar fatos relacionados a uma tarefa missionária que dizia respeito ao futuro do País, numa época imprecisa quanto à data, mas com os acontecimentos explícitos. E o tempo chegou.
                O que venho repassando nestes artigos sequenciados, nada mais é do que abrir um canal de esclarecimento sobre a coletânea de três livros, Mosaicos da Sociedade Brasileira, escritos na década de 1980 para dar rumo ao País, conforme orientação posta em execução.
                Diante de tal conjuntura venho comunicando aos leitores que os referidos livros encontram-se em fase de editoração. Para melhor esclarecimento preparei um livrete, Brasil em Crise versus Brasil Esperança, que tem por objetivo esclarecer, sob o aspecto místico, a realidade de nossos dias. Trata-se de uma síntese do que é abordado nos Mosaicos para dar rumo ao País. Estes fatos foram registrados em livros para serem comparados ao que viesse acontecer, ou não. As coincidências são tantas que não há como negar as versões ali postas.   

                Boas festas e um feliz ano de 2016! O País exige que isso aconteça. 

Comentários

  1. Oto,
    Parabéns por mais esta excelente análise da atual conjuntura nacional. Gostaria de acrescentar que o governo petista está fazendo tudo para parecer que estamos vivendo numa democracia, conseguindo legalizar seus projetos. No STF, já mostrou sua força, quando conseguiu voltar a estaca zero o processo de impedimento; no Senado, tem apoio de seu presidente, apesar de estar mais sujo do que “pau de galinheiro”; e na Câmara Federal, seu presidente, o mais forte opositor, está à beira do precipício.
    Assim, agora o país que está mais voltado para o carnaval e jogos olímpicos, nem vai perceber as mudanças que estão sendo implantadas.

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