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Uma Preocupante Realidade

             (111 ª Comunicação)
                                                          
A 110ª Comunicação, o Uivo do Dragão da Crise, postado no dia 05 de fevereiro de 2016, servirá, a partir de agora, como indicativo para acompanhar os fatos factíveis de serem analisados. O tempo é a ferrugem das ideias ou a consolidação de ideais forjados na têmpera da persistência inquestionável. Não basta apenas deixar que os dias se escorram como as águas de um rio que se vão ao embalo da correnteza, soltando-se no espaço das cachoeiras ou se desviando dos obstáculos que o terreno apresenta como imposição para malabarismos incríveis. A sociedade humana, porém, não padece dos mesmos condicionamentos impostos aos rios, mas está sujeita a comparações. É tocada pela rotina enervante ou pelo enfrentamento a uma vida em que as oportunidades e condicionamentos criados e impostos pela rudeza das necessidades, oferece oportunidades excepcionais para uns e trabalho ofegante e pouco valorizado para a maioria. Isso sem se referir aos espertalhões e aquinhoados pela sorte, próprios das imperfeições da natureza humana. Debalde será querer amenizar os desgastes do trabalho, em que as facilidades criadas para se formar uma estrutura social justa acabam comprometendo a maioria, submetida à vontade dos que são considerados mais qualificados, na escala social, uma hipotética composição da classificação do trabalho. Daí a necessidade de se criar compensações.
Para quem aprecia o carnaval como válvula de escape social — lembre-se da panela de pressão —, o deste ano ofereceu motivos em abundância para justificar as comparações com o que acima foi descrito. Além da presença do povo na rua, engrossando as estatísticas dos antigos blocos e criação de novos que já nasceram adultos, a “galera” dos inconformados ou descontentes com o que se passa neste País teve a oportunidade de extravasar sentimentos reprimidos. Não foram raras as exposições de desagravos aos desmandos e crimes lesa-pátria, uma nódoa que perpetuará no tempo. O carnaval de rua é espontâneo e criativo. As escolas de samba e congêneres tradicionais, em que sempre esbanjaram luxo e aprimorada arte de aliar enredo histórico à ficção e ao ilusionismo, utilizam da pirotecnia, ritmo e sons alucinantes, coisa doutro mundo, para impressionar jurados e plateia altamente privilegiada. Raramente se desviam desses objetivos. Até parece que estamos em outro País!  
O carnaval, assim visto, é uma válvula de escape social, talvez o lado lúdicro de nossa gente, que sente prazer em passar pelo que não é. Trata-se do jeitinho brasileiro. Este modo  de encarar a vida fez com que  chegássemos onde estamos. Um povo que soubesse aproveitar possibilidades tantas vezes desperdiçadas, já não mais cairia nas armadilhas de tantos golpes baixos, cujo objetivo é simplesmente reescrever a história contemporânea, abrindo o caminho para implantação de um comunismo tantas vezes tentado, e sempre derrotado.
Conforme comentado no artigo anterior, os compromissos assumidos pelo País, num ambiente de crises que envolvem política, economia, problemas sociais aliados a uma violência inqualificável, num contexto de infindável corrupção, além de problemas institucionais seríssimos e sempre postergados, seriam motivos suficientes para contestações violentas. Não há motivos que justifiquem a passividade com que tudo aconteceu. E continua acontecendo. Variaram os métodos, mas não o objetivo.  
Está aqui uma maneira moderada de tratar assuntos que desqualificam a nossa história e nos colocam num patamar de negatividades que não correspondem com um passado de glória, nodoados pelo que vem acontecendo neste limiar de século e milênio. 

Uma realidade que preocupa.
O ano de 2016 só iniciou mesmo na segunda quinzena de fevereiro, com a abertura dos trabalhos do Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados.).
As articulações para impedir a instalação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e, mais recentemente, as acusações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impressionam pela ousadia dos testemunhos prestados pelas autoridades, ignorando que eles, também, são cúmplices do mesmo esquema que levou o País ao descrédito e a um estado de desgoverno jamais inventariado. Mas há outro lado da mesma moeda.
Enquanto isso ocorre o Juiz Sérgio Moro solicita ao Tribunal Superior  Eleitoral (TSE) para que ouça delatores sobre desvio de dinheiro público oriundo do esquema Petrobras, destinados às campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT).
A situação se agrava cada vez mais neste reinício de ano: o ex-presidente Lula e sua esposa, Dona Marisa Letícia, seriam interrogados pelo Ministério Público de São Paulo no dia 17 de fevereiro sobre lavagem de dinheiro referente a um apartamento tríplex, em Guarujá-SP. Às vésperas dos depoimentos o Conselho Nacional do Ministério Público suspendeu o interrogatório. É de se notar que a Frente Brasil Popular, que reúne mais de 60 entidades dos movimentos sociais ligados ao PT, PC do B e PDT, já havia marcado um ato em defesa do ex-presidente. Aqui começa nova fase de contendas de consequências imponderáveis.
Estamos presenciando um contrassenso histórico. Os denominados movimentos sociais jamais participaram ou se preocuparam com os graves problemas sociais, a não ser lançar doses de veneno para impedir que soluções possíveis fossem ao menos tentadas. Agem ideológica e irresponsavelmente na defesa de seus interesses. No entanto, as Forças Armadas estão sempre presentes nos cataclismos provocados pela natureza: atendimento aos atingidos pelas enchentes, soterramento causado por desabamento de morros, reconstrução de pontes, recuperação de rodovias e outras catástrofes transmitidas pelos órgãos de comunicação. Mas há muitas necessidades que não são sequer lembradas, por serem causas e não apenas efeitos de tantos outros derivativos que “alimentam” o estado precário de instituições de socorro humanitário, incapazes de acompanhar a demanda sempre em ascensão, devido a fatores que não compõem as necessidades essenciais da política de fins eleitoreiros. A Saúde Pública e a Previdência Social são destaques em evidência. Diante um estado de paralisia governamental nunca visto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no mês de fevereiro, lançou a campanha da Fraternidade Ecumênica, cujo foco reflete sobre a necessidade de enfrentamento ao grave problema do saneamento básico e seus efeitos na Saúde Pública. Necessidade sempre reclamada e com pouca oportunidade de acontecer. No dizer do povo, isso nunca deu voto. Será que a tragédia do momento nada tem a ver com saneamento básico?  
        O mosquito aedes aegypti, com o triplo papel de alarmar o mundo — dengue, febre chikungunya e o temível vírus zika, transmissor da microcefalia durante a gestação —, confirma, a cada dia, novos recordes, numa demonstração de que algo deveria ter sido providenciado há muito tempo, preventiva ou combativamente. As Forças Armadas participaram no dia 13 de fevereiro, com o efetivo de 220.000 militares, do dia Nacional para erradicação do temível mosquito. Onde estaria o Sr. Stédile com o seu exército, o MST, que só marca presença nas arruaças e invasões de fazendas, contrariando a realidade nacional, como o agronegócio, das poucas atividades lucrativas do País?
O Brasil, no dia 17 de fevereiro, mais uma vez é rebaixado pela agência de classificação Standard & Poors.  
     
     Nota Renovadora
  O livrete Brasil em Crise versus Brasil Esperança já está à disposição do autor para deliberar sobre a sua divulgação. Trata-se de um livreto preparado para servir de arauto a uma coletânea de três livros, “Mosaicos da Sociedade Brasileira”, atualmente em fase de editoração. Nele se encontra um sintetizado histórico “real místico” sobre os Mosaicos, livros escritos na década de 1980 destinados há um tempo futuro e incerto. Pelas coincidências, o tempo chegou. 

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