121ª Comunicação
Tenho comentado neste Blog
assuntos que dizem respeito às estratégias utilizadas para dar cumprimento à
meta principal prevista pelo Foro de São Paulo: de degrau em degrau,
dissimuladamente, implantar a base política socializante. O socialismo
bolivariano seria a última etapa para se implantar a URSAL (União das
Repúblicas Socialistas da América Latina). Os governos do PT durante 13 anos
tudo fizeram para bem cumprir o convencionado. Para isso, seria necessário adaptar
os meios disponíveis ao objetivo em pauta. Com o correr dos dias esta
hipotética versão veio a se confirmar. Seria isso apenas uma hipótese? É o que
veremos.
A administração do estado,
eivada de vícios insanáveis, cuidou admiravelmente em desvirtuar a democracia,
fato este provocado por falsas lideranças comprometidas em aventuras
ideológicas. Para dar cumprimento ao que fora planejado, optou-se em abraçar,
com a certeza da impunidade, uma inqualificável corrupção utilizada para
alcançar objetivos inescrupulosos e comprometedores do que ainda restava de um
“estado de direito”, adaptado aos obscuros objetivos, à época, em plena
execução.
Daí a prudência aconselha-nos a
registrar este sucinto comentário aos últimos acontecimentos, juntando-se a outros
de igual teor, que pode desencadear um “cataclismo social” de consequências
inimagináveis.
Atualização dos
acontecimentos. (Continuação do
artigo anterior.).
06 de junho de 2016 (Esta
notícia foi transmitida pelo Jornal Nacional da TV Globo).
Há certos fatos que passam
despercebidos da sua real importância. Este é um deles: um vídeo em que o
ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, faz pesadas acusações desmoralizantes
à presidente afastada, Dilma Rousseff, referindo-se a ela como o tendo “sacaneado”
ao imputar-lhe a culpa de ter sido enganada na aquisição da refinaria de
Pasadena: “É mentira dela. Ela sabia de tudo, o tempo todo. Ela fugiu da
responsabilidade e traiu uma amizade de 15 anos que trabalhei com ela... Para
aquisição de ativos dependia do Conselho da Petrobras que ela presidia.”
(Google: Nestor Cerveró, Foto e vídeo).
Métodos terroristas não medem
consequências, pois dizem respeito a uma causa que a tudo se sobrepõe. Com
tantos fatos e factoides vindos à tona, o que vem acontecendo atualmente
trata-se de uma das maiores aberrações da nossa história.
07 de junho de 2016
O procurador Geral da República,
Rodrigo Janot, solicita ao ministro do STF, Teori Zavascki, relator do
“Petrolão”, a prisão da cúpula do PMDB: senadores Renan Calheiros, presidente
do Senado Federal, José Sarney, ex-presidente da República, Romero Jucá, e do
deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, afastado da função.
A medida reflete diretamente na
composição e administração do governo Michel Temer, a ponto do ministro Gilmar
Mendes considerar o vazamento do pedido “uma brincadeira com o STF”. (Este
pedido foi rejeitado pelo ministro Teori Zavascki - 14/06/2016).
08 de junho de 2016
Início do período destinado aos
debates sobre temas que possam influir na lisura dos relatórios e condução do
processo de impeachment, como oitiva de testemunhas, convocação de pessoas
credenciadas a contribuírem no esclarecimento de assuntos sujeitos a interpretações
subjetivas, e outros recursos que possam prejudicar, beneficiar ou até mesmo
anular decisões já tomadas. Cada fato passará pelo processo de votação, segundo
critérios regimentais.
10
de junho de 2016
Convocados pela Frente de Mobilização Nacional
contra o governo Temer, um aglomerado de mais de 60 movimentos ditos sociais,
que exigiam garantia dos direitos trabalhistas e sociais, liderados pela CUT e
MST, sob a orientação do PT, confirmou a promessa de desencadear uma onda de
protestos contra o “golpe” (?), com o fim de tornar-se a ingovernabilidade fato
consumado. Em 24 estados e Distrito Federal, nas capitais e cidades de grande
porte, com a presença das lideranças regionais, inclusive o ex-presidente Lula,
em São Paulo, com palavras de ordem ofensivas à honra de autoridades
constituídas, pregavam a desordem e atos de rebeldia. Duas televisões filiadas
à Rede Globo, Palmas -TO e Curitiba- PR foram invadidas. Assim, começa um
movimento que tem como objetivo desestabilizar um governo que mal acaba de
tomar posse e já se vê sob a mira de provocação e desafio.
13 de junho de 2016
Neste dia procedeu-se a oitiva
de testemunhas, sendo ouvidos representantes do TCU, convocados pelos
governistas. Como sempre, a minoria que representa a esquerda tumultuou os
debates, com os mesmos argumentos já repetidos à exaustão, como se a repetição
de uma mentira transforma-se em verdade.
A novidade do dia refere-se ao
ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato, de remeter para a
primeira instância da Justiça Federal, em Curitiba, as investigações envolvendo
o ex-presidente Lula. O que era motivo de desespero acaba de concretizar-se:
ser investigado pela Operação Lava-Jato, sob o comando do juiz Sérgio Moro.
14 de junho de 2016
No dia 14 deu-se a oitiva das
testemunhas convocadas pela oposição, com continuação da sessão para o dia 15,
devido ao número de pessoas a serem ouvidas. Nesta sessão ficou decidido que a
oposição teria direito a convocar peritos para examinar documentos apensos ao
relatório.
15 de junho de 2016
Conforme acertado no dia
anterior, três peritos foram contratados, ao invés de convocar peritos do
Senado. Constatou-se que tal medida destinava-se apenas a uma manobra para esticar
o tempo agendado, o que causou indignação e repulsa dos senadores que defendem
o impeachment. Dispensado o último perito, por tratar-se de um embuste, convocou-se
nova sessão para o dia 16 e 17...
Ainda 15 de junho de 2016
O
que marcou este dia foi o julgamento pela Comissão de Ética do deputado Eduardo
Cunha. Por 11 votos a nove, num julgamento em que predominou um clima
conflitivo e irreconciliável, num pugilato verbal de ofensas, refletiu-se o que
se passa com a sociedade dividida e seus representantes.
A onda de delações continua a
repercutir no cenário nacional. 23 políticos foram apontados pelo ex-
presidente da Petrobras Transporte S/A (Transpetro), Sérgio Machado, em
depoimento à Operação Lava-Jato, como tendo recebido propinas no valor de R$109
milhões. Os nomes e as quantias foram repassados ao público pelos meios de
comunicação.
16 de junho de 2016
Terceira baixa do governo Temer:
o ministro Henrique Eduardo Alves, do Ministério do Turismo, um dos acusados,
pede demissão.
Estamos entrando num período que
precede ao fim de um começo, ou o começo de um fim. Pelo que tudo indica,
inicia-se a fase de reversão aos absurdos cometidos, alguns ainda não
revelados, investigados pela Operação Lava-Jato.
As estruturas
política, econômica, social e humana não mais suportam o peso das
transformações necessárias para o soerguimento do País. A força do argumento
que garante ao estado o funcionamento das instituições pode ser atropelada pelo
argumento de forças de pressão vindas de ameaças das ruas ou do campo. A
prudência recomenda que movimentos revolucionários, revestidos de sociais,
sejam reprimidos ao tentarem fazer o que sempre fizeram: conspiram contra o
futuro promissor.
Nota
Renovadora:
É neste mar de lama fétida que venho
anunciando a publicação, já em fase final de editoração, da coletânea de três
livros “Mosaicos da Sociedade Brasileira”, escritos na década de 1980, para um
tempo futuro e incerto. Ouso afirmar que o tempo chegou. A coletânea apresenta sugestões
que abrangem todos os motivos da atual crise, numa proporção de 180 graus. Obs.:
Convido ao distinto leitor a ler, ou reler, a Nota Renovadora anterior (120ª
Comunicação).
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