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Recompondo a História

                                                                                                  122ª Comunicação   
    Diante dos fatos que contrariam a normalidade constitucional, a partir das investigações realizadas pela Operação Lava-Jato, foram surgindo situações incríveis: projetos preparados para atender pedidos de membros da coalizão de partidos que formavam a sustentação do governo, seriam utilizados também com fins de agraciar a cúpula destes partidos. Dessas facilidades surgiu uma modalidade de corrupção à Petrobras, com o conluio de empresários e autoridades para locupletação do dinheiro público, utilizando-se do artifício de propinas e lavagem do dinheiro surripiado.  
         Em consequência deste estado crítico o País continua a sangrar: a classe política desmoralizada, a economia estagnada e o social agravando-se cada vez mais. Daí o ministro da Fazenda, Henrique Meireles, ter anunciado que estamos diante da maior crise de nossa história. Enquanto se acirram os odientos conflitos entre oposição e o governo interino, os movimentos sociais subordinados ao PT e CUT tudo fazem e farão para inviabilizar a governabilidade. Apesar das crises pouco avaliadas, não se pode ainda vislumbrar uma saída definitiva. O que se vê no momento são tentativas para contornar manobras arquitetadas.
          E o Brasil, abatido por uma tresloucada ideologia mesclada de crimes lesa-pátria e leso-patriotismo, continuará sofrendo os efeitos deletérios que atormenta a ineficiente e fragilizada democracia. Para justificar este ponto de vista é necessário abordar a política social em vigor, acoplada aos direitos trabalhistas e sociais.
     O combate à miséria, obrigatoriamente, tem de compor um dos encargos sociais de responsabilidade do Estado e não de governos provisórios. A atual política socializante tem por objetivo a distribuição de dinheiro sonante, através de bolsas e facilidades para atender a milhões de necessitados. O que interessa é a quantidade e não a eficiência.  
    Esta bandeira vermelha enganosa vem se tornando um trunfo perigoso para desastrosa proposta de consultar o povo, através de plebiscito, a antecipação das eleições presidenciais para o mais breve possível, desde que a afastada presidente Dilma retorne ao governo. Com a presença dos movimentos sociais e propaganda demagógica bem orientada que virá por aí — não esqueçamos que em outubro teremos eleições municipais — com farto dinheiro a ser empregado, ainda oculto, será fácil iludir um povo sem opinião própria, sempre enganado por falsas promessas. Diante de tantos absurdos acontecendo, não há dúvida de que os senhores senadores da oposição, no processo de impeachment, concentrarão as últimas forças demagógicas nos parcos motivos que ainda julgam possíveis.
   O presidente Michel Temer, nas suas promessas de governo interino, tentando desviar da única bandeira do governo do PT que ainda sobrevive, deixou evidente que daria continuidade aos programas sociais, inclusive aqueles que impedem a aplicação de políticas voltadas para corrigir erros crassos, mas com forte destaque psicológico nas camadas inferiores. O voto tornou-se arma eleitoreira. O processo de impeachment, em plena efervescência, já delineia resultado não favorável à volta da presidente Dilma, afastada temporariamente. Diante de tantos absurdos acontecendo, não há dúvida de que os senhores senadores da oposição, no processo de impeachment, concentrarão as últimas forças demagógicas nos programas sociais. 
   Mas o perigo não está somente aí. Uma infinidade de outros motivos que visavam, ou ainda visam à desestruturação do estado, inclusive métodos não pacíficos próprios das organizações ideologicamente estruturadas e assentadas no poder oculto do terrorismo, podem voltar a se repetir. Esta experiência já a vivenciamos nas décadas de 1960 e 1970, cujos resultados estão refletindo no nosso dia-a-dia, de imprevisíveis e amargos presságios. Só nos resta aguardar para que esta maldita trama seja o último suspiro de uma desventura que arruinou o País.
        Atualização dos Acontecimentos
        20 de junho de 2016
       Como estamos acompanhando a sequência dos fatos que se apresentam como obstáculos impeditivos à governabilidade — entulhos deixados pelos governos do PT —, toda solução, ainda que emergencial e urgente, serve de pretexto para protestos exacerbados.
      Eis um fato de interesse federativo, que pode ser considerada exceção:
       Os estados, já há algum tempo, cobram por uma renegociação da dívida contraída com a União, considerada impagável e sempre em ascensão. Convocados pelo governo Temer, até que enfim, houve um entendimento: sem saída que atendesse igualmente aos dois lados, ambos mergulhados em profundas crises, chegou-se a um acordo possível, em que a União perde ganhando, ou melhor, demonstra que todo imbróglio, desde que haja vontade política e interesse em solucioná-lo, aparece uma proposta viável. Foram muitos os itens a serem cumpridos, inclusive a concordância em privilegiar estados com problemas acima da capacidade de cumpri-los. Citemos apenas os três itens que desafogam o atual sufoco:
       1- o pagamento das parcelas fica suspenso até janeiro de 2017; 2- fica alongado por mais 20 anos o prazo do pagamento das parcelas devidas; 3- só em julho de 2018 o pagamento da tabela plena voltaria a vigorar.
      Pelo visto, nem tudo está perdido, mas é necessário que desarmem a sede de vingança e irreversibilidade do processo que deu origem aos desmandos tempestuosos de uma ideologia que levou o País ao descrédito e a um estado decadente jamais visto.
         23 de junho de 2016
    O dia amanheceu com o anúncio da Operação “Custo Brasil”, que teve como principais objetivos a busca e apreensão de documentos e material de informática na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo e a prisão do ex-ministro do Planejamento do governo Lula (2005/20110), Paulo Bernardo, também ex-ministro das Comunicações do governo Dilma (2011/2015), fato este acontecido em Brasília, no apartamento funcional de sua esposa, senadora Gleisi Hoffmann.
          Eventos Internacionais
          23 de junho de 2016
    Dois eventos internacionais que marcarão a história mundial, coincidentemente, aconteceram nesta data: o referendo sobre a saída do Reino Unida da União Europeia e a assinatura de um pacto que determina o cessar-fogo entre a Colômbia, presidida por Juan Manuel Santos e o guerrilheiro Timoléon Jimenez, comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), realizada em Havana-Cuba.
        No primeiro fato destaca-se a liberdade de opinião do cidadão do Reino Unido em decidir assuntos que envolvam soberania, em voto não obrigatório, mas de repercussão que mudará o destino da União Europeia, com reflexo mundial. Aliás, a pujante monarquia britânica, ao longo dos séculos, tem mudado o rumo da história.     
    O segundo evento comporta dupla interpretação: a busca pela paz das duas partes envolvidas, governo da Colômbia e a FARC; e a presença do anfitrião mediador do acordo, o presidente de Cuba, Raul Castro, que tem surpreendido pelas medidas ousadas, que estão mudando a história de seu País. Enquanto a sua autoridade passa adquirir o brilho da liberdade do povo cubano, ofusca-se cada vez mais a liderança impositiva e autoritária do seu irmão, Fidel Castro, já experimentando o declínio de sua liderança comunista, que tantos danos causaram ao povo cubano. O Foro de São Paulo agoniza, mas o sonho continua vivo. 
          Nota Renovadora
   O momento histórico que atravessamos recomenda cautela e paciência. A tarefa missionária que venho insistindo em propagá-la continua seu curso normal, com os livros Mosaicos da Sociedade Brasileira em fase final de editoração.
   Como fui por diversas vezes advertido para que levasse muito a sério uma tarefa de tal magnitude, para a qual não me achava preparado, confesso considerar-me mais intérprete, sentido lato, do que propriamente autor.  
Obs.: A quem interessar mais detalhes sobre a Nota Renovadora, convido a ler, ou reler, a 120ª Comunicação, Que rumo tomar? – de 04/Jun/2016.          

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