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O Nacionalismo Face à Globalização


(Décima quinta Comunicação)




            Fonte: Livro O Nacionalismo Face à Globalização, impresso no EGGCF – Gráfica do Exército, Brasília-DF, 2002.
            O que veremos a seguir são pequenos textos avulsos constantes desse livro. O assunto é tão atual quanto àquela época:

            “O Nacionalismo Face à Globalização é tema que pode despertar o descortino para se identificar crises e suas causas, referentes a uma realidade que está aí e teimamos em não encará-la de frente. Embora com título tão ousado não temos a pretensão de apresentar ideias novas, mas simplesmente descrever o óbvio diante de uma descaracterização da nacionalidade. Pode ser comparado às ‘raspadinhas’ das casas lotéricas. Só que, ao invés de raspar o cartão para se saber o que ali se oculta, vamos fazer a decomposição com palavras. E por que isso? Isso porque as transformações operadas no mundo, sob o comando tutelar de um processo de globalização gerido pelo ‘grande capital’, influenciaram em muito o comportamento das nações, trazendo sérios desvios nas suas instituições básicas. Soberania e nacionalismo, por exemplo, estão se tornando palavras em desuso. No entanto, no nosso caso específico, por imposição do estado crítico a que chegaram as instituições, impondo o ritmo de um caldo cultural anômalo cujos resultados se traduzem na expansão violenta e viciada de nossa sociedade, portanto, diante de um quadro perverso e cada vez mais ameaçador, nos sentimos atraídos em verificar essa  realidade, que não interessa a quem está tirando proveito dela. É, pois, um convite à reflexão.
            Devo deixar claro que não se trata de um instrumento de crítica, pelo contrário, visa a chamar a atenção para uma realidade acre, mas sujeita a corretivos que estão ao nosso alcance. Tem por objetivo despertar a consciência nacional para assuntos graves e reduzi-los a níveis compatíveis com as nossas possibilidades. Portanto é bom que aqui fique expresso um detalhe: os fatos com designativos de nomes, citados ao longo dos assuntos tratados, têm caráter elucidativo de situações generalizadas, e jamais de ponto de vista pessoal, o que denotaria parcialidade. Por fim e o mais importante, é a maneira que encontramos para chamar a atenção sobre o nacionalismo, um sentimento que vai aos poucos se enfraquecendo, por inanição provocada. Aí, no desespero, não há como debelar o ânimo de revolta coletiva. A História registra os fatos. Ignorá-los é sempre temeroso. 
            Como estamos à procura de rumo e mergulhados numa falta de perspectiva quanto ao futuro, o momento é propício para se expor ideias. Não nos move sentimento ligado a interesse, a não ser o de contribuir com uma pequena parcela para desvendar uma realidade tão pobre, num País tão rico.”
            (...)
            “Quando a necessidade de tornar-se claro e objetivo se junta também à de interpretar, ou melhor, de conceituar situações diversificadas, como é o caso da adesão do País ao processo de envolvimento irrestrito à globalização da economia, ignorando características nacionais, como possibilidade e necessidade de aperfeiçoar-se institucionalmente, sobretudo sob aspectos que envolvem soberania e fortalecimento de vínculos nacionais (nacionalismo), achamos por bem utilizar algumas metáforas, ao longo desta explanação, para melhor conduzirmos o raciocínio. Estas envolvem o sentimento e facilitam o entendimento, sem a preocupação de se emitir conceitos formais. E isso também para aclarar ideias e chamar a atenção para uma realidade multifacetada, como acontece com as conseqüências de efeitos perversos à população, ditadas pela cúpula que comanda os passos do processo de globalização.
            Num plano global estamos a defender a necessidade premente de os países se fortalecerem internamente, aprimorando as suas instituições de modo a criar estruturas e infra-estruturas capazes de expandir-se, também, externamente, sem abrir mão das prerrogativas nacionais. O nacionalismo, como veremos, é a única substância energética capaz de conduzir os Estados a uma integração solidária, e não excludente. Nenhuma política desenvolvimentista é válida, se não levar em conta o ser humano, elevando-o à condição de criatura de Deus, portanto, provido e desprovido das mesmas necessidades básicas.
            Vejamos mais um detalhe importante e atualíssimo:
            Em política não há como se prescindir de ideologias. Isto de se dizer que já não há mais espaço para divergências ideológicas, uma vez que as ideologias tradicionais estão decaindo de importância devido ao processo de globalização, após o desmanche estrutural do comunismo na ex-União Soviética, e outras afirmações que admitem um centralismo resultante das duas correntes ideológicas extremadas, de esquerda e de direita, não tem fundamento na prática. Os posicionamentos ideológicos — de esquerda, de direita, centro-esquerda, centro-direita — jamais deixarão de existir. Podem ser amenizadas posições radicais, mas não abolidas completamente. E isso tem uma razão: Os partidos políticos, sobretudo os de esquerda e direita, estão abrindo mão de posições extremadas e “cedendo os anéis para não perderem os dedos”.

            Justamente por se tratar de nacionalismo — seiva que dá vida à nação —, procuramos nos posicionar em campo neutro, equidistante de conotações político-ideológicas.  
            Estes esclarecimentos se tornaram necessários para que se evitassem interpretações não coincidentes com as do autor. Mera questão de prudência.   

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