(Décima terceira Comunicação)
Tratamos na sétima comunicação da ideologia,
com transcrição de trechos do livro “A
Globalização Face ao Nacionalismo”. Ainda no ano de 2002 havíamos publicado
o livro “O Nacionalismo Face à
Globalização”, pela mesma
Editora (EGGCF). Este livro teve uma edição especial destinada à Associação dos
Engenheiros da Petrobras, sediada em Macaé – RJ.
É deste livro que iremos transcrever alguns
textos avulsos, com um duplo intuito: revigorar a palavra nacionalismo num
mundo globalizado e incluí-la no rol do que propõem os Mosaicos da Sociedade Brasileira. É um aperitivo para as próximas
abordagens.
Antecedendo as transcrições, façamos um
pequeno comentário:
O significado de nacionalismo dirige-se a um
sentimento de amor à pátria, num círculo de virtudes e valores morais, nobres e
enobrecedores, que visam a criar condições solidárias a um desenvolvimento
humanitário. Isso parece não mais vigorar.
Vamos aos textos:
(...)
“Soberania e nacionalismo, por exemplo, estão
se tornando palavras em desuso. No entanto, no nosso caso específico, por
imposição do estado crítico a que chegaram as instituições, impondo o ritmo de
um caldo cultural anômalo cujos resultados se traduzem na expansão violenta e
viciada de nossa sociedade, portanto, diante de um quadro perverso e cada vez
mais ameaçador, nos sentimos atraídos em verificar a realidade do que se passa
e que só interessa a quem está tirando proveito dela. É, pois, um convite à
reflexão.”
...
“Como estamos à procura de rumo e mergulhados
numa falta de perspectiva quanto ao futuro, o momento é propício para se expor ideias.
Não nos move sentimento ligado a interesse, a não ser o de contribuir com uma
pequena parcela para desvendar uma realidade tão pobre, num País tão rico.”
...
“Há certos acontecimentos, tidos como
naturais e assimilados facilmente pela sociedade, que são sintomáticos de uma
quebra da estrutura social, forjada na têmpera do tempo. Portanto, resultam no
abalo dos pilares de sustentação da harmonia social. Não há como combater
práticas dissociativas e ameaçadoras da vida, a não ser que encaremos com
coragem as suas causas. Aqui citamos a violência (urbana e rural), a
criminalidade infanto-juvenil, a prostituição infantil - rotulada
eufemisticamente de “turismo sexual”-, quadrilhas ligadas ao tráfico de drogas
nacional e internacional, campanhas incentivadoras do sexo libertino (mais do
que livre), onde a mulher e agora também o homem, rotulados de “símbolos
sexuais”, vão aos poucos desfigurando o homem espiritual e criando a imagem do
homem simplesmente animalizado, destinado aos prazeres, ampla e
irresponsavelmente vivenciados.”
...
“De vez em quando surgem ideias fantásticas
para eliminar a pobreza. Todas elas trazem a marca de propósitos eleitoreiros,
onde a tônica é de se criar novos impostos ou aumentar alíquotas, na certa
onerando ainda mais o setor produtivo e, dadivosamente, incentivando um
paternalismo antitrabalho. Criam-se mais “fundos” e estes têm sido mais
problemas do que soluções. O estado de pobreza individualizada é conseqüência e
não causa de desníveis sociais e regionais. O combate à miséria tem de ser
procedido de baixo para cima, com planejamentos sérios e que levem em
consideração características regionais. Os municípios não podem ser alijados
das soluções de problemas sociais, dentro de suas jurisdições administrativas.
Mas é preciso que lhes dêem condições reais para que possam assim proceder. Em
cada região o estado de miserabilidade tem feições próprias, portanto, nenhuma
fórmula mágica dará certa se não levar em consideração a regionalização dos
municípios. A participação da sociedade é muito importante. À União compete
apenas supervisionar e atender casos excepcionais.” O nacionalismo depende de
base de sustentação.
...
“Os modelos, político e econômico, conspiram
contra a harmonia desenvolvimentista. As duas esferas da administração pública,
Estados e Municípios, sofrem de um processo corrosivo institucional sem
precedentes, numa total dependência financeira da União, com dívidas negociadas
e sem condições de serem saldadas. Os programas de socorro e subsídios públicos
— Fundos de Participação dos Municípios e outras benesses políticas, rotuladas
de incentivos fiscais — incentivam a criação de novos municípios deficitários.”
...
“O que nos tem faltado é justamente aquilo
que hoje se pretende exterminar: o orgulho de ser brasileiro. Isto significa
que devemos nos preocupar com um projeto nacional, com propostas capazes de
libertar o País das peias da dependência estrangeira. Não se trata de xenofobia
— o que é contrário à nossa índole —, mas o despertar para a necessidade de
restabelecer a autoconfiança nacional, anestesiada que foi por uma tresloucada
política que sempre ignorou a verdadeira realidade brasileira. Os governos não
têm compromissos com o futuro, principalmente quando correntes opostas se
revezam no poder.”
...
“Esta história de que o nacionalismo é coisa
do passado é própria daqueles que, por falta de esclarecimento, covardia ou por
egoísmo que acoberta interesses espúrios, não são capazes de avaliar o
comprometimento que devemos ter para com o solo que nos viu nascer, ou,
genericamente considerados, aqueles que tenham origem nacional prevista pela Constituição
do País, por terem optado o País como sua segunda pátria.”
“O
Nacionalismo vive e é imprescindível à globalização.”
(Isso
foi escrito no ano de 2002).
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