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O Ressoar de Um Grito 3


(Vigésima Comunicação)



            A demagogia tem sido um câncer para o País. Lamentavelmente, as obrigações funcionais que deveriam ser de rotina, só acontecem sob pressão popular, dos movimentos contestatórios ou reivindicatórios. É um péssimo sinal de nossos tempos.       Infelizmente tive de interromper a série de comentários sobre uma realidade menos agressiva, para uma abordagem altamente explosiva. Diríamos ser uma guerra-civil não declarada e, aparentemente, sem motivos que justificassem tantos atos atentatórios à normalidade pública, com enfrentamento aos órgãos de segurança, destruição de bens públicos e particulares, queima de veículos, sobretudo ônibus, obstrução de rodovias e vias públicas, ousados roubos com invasões e destruição de supermercados e lojas, num clima de violência exacerbada e generalizada. Tudo isso na garupa de um movimento legítimo de contestação às precariedades institucionais. As redes sociais da internet propiciaram a arregimentação de adeptos de causas, que a maioria da população daria total apoio. É pena que baderneiros tenham infiltrado no movimento. E assim a baderna tomou conta do País. O que assistimos pelos noticiários das televisões, à vista e a cores, é algo jamais imaginado. Após o abrandamento das hostilidades e quando vier a público o resultado das ações praticadas por terroristas amadores, mas ousados, veremos que o resultado ultrapassou em muito ao que se podem considerar efeitos de uma guerra-civil. É mais do que uma crise institucional. Será o caos? A imagem do País no exterior estará maculada.
Seria um movimento espontâneo? Ou algo mais sério? Seja o que for, o certo é que o brasileiro cansou de ver e sentir na pele desmandos que vêm de longe.  
            Assim, estamos diante de um dilema: ou nos preocupemos em preparar o País para as próximas gerações, ou estaremos condenado-as a sobreviverem num caos apocalíptico. O ambiente está devidamente preparado. Não se trata, agora, de apontar nomes como eventuais culpados e responsabilizá-los sobre a realidade que presenciamos, pois todos nós, míseros eleitores, temos uma parcela de culpa, uma vez que os verdadeiros culpados somos nós, que de várias maneiras deixamos de cumprir com os deveres de cidadania: escolhemos mal os nossos representantes, movidos por falsos argumentos arquitetados pelo marketing político, contaminado por ideologias, de direita ou de esquerda, que nada mais são do que modelos ultrapassados, justamente por não considerarem a nossa capacidade de agirmos por conta própria. E assim nos entregamos de corpo e alma a interesses espúrios, vindos não se sabe de onde. Façamos uma comparação: o navio está à deriva e nós estamos aplaudindo. Somos como o “Titanic”, aquele que representava a pujança e o delírio de uma época, de uma casta de gente ávida em satisfazer desejos insaciáveis de luxúria e prazer. Com toda pompa, sucumbiu-se.
            Portanto, a hora não é de procurar culpados nem tentar tapar o sol com peneira, mas de promover os meios necessários para salvar o nosso Titanic de um desastre iminente. Pouco adianta fazer pequenos reparos aqui e acolá, pois os compartimentos do nosso majestoso navio estão sendo inundados por falta de manutenção, estando a exigir que seja levado urgentemente para o estaleiro e submetido às transformações necessárias. Comparativamente, a nossa Constituição necessita de uma reforma geral, assim como as procedidas em alguns estádios de futebol para realizações das copas das Confederações e Copa do Mundo. Isso porque as instituições não mais suportam os efeitos de causas que tiveram como motivos o despreparo para assimilar o que seria de interesse nacional, daquilo que se convencionou chamar de políticas públicas. Já se encontra no Congresso o pedido do governo para instalação do plebiscito sobre a reforma política. O povo deverá decidir sobre assuntos alheios ao seu conhecimento e responsabilidade. Estão desviando o foco das deficiências institucionais, com uma provável mudança nas regras eleitorais.    
Em momentos de crises, como sempre aconteceram, as palavras mais em evidência são pacto federativo, referendum e plebiscito, ultimamente acrescida de negociação, uma forma de atender interesses abomináveis. Atualmente o plebiscito está em alta. A reforma política passou a ser o carro-chefe de todas as mazelas nacionais. É incontestável a sua importância, mas não a ponto de merecer tratamento especial. Um dos problemas mais acentuados na descaracterização do funcionamento do Estado está no desvirtuamento da representatividade política. Um novo modelo de municipalismo* é o ponto nevrálgico de toda cadeia institucional, no entanto, os municípios jamais foram lembrados com o devido valor que têm como propulsores do desenvolvimento. Daí o esvaziamento do interior e o inchaço das capitais e de cidades que se agigantaram, justamente por serem pólos do desenvolvimento.
Tudo na vida tem a sua razão de ser e nada acontece por acaso. O dia de amanhã é sempre incerto, segundo chavão popular de pouco valor para aqueles que raciocinam com base, não na aparência, mas nas circunstâncias que se efetivaram as incertezas. Não há efeito sem causa, a não ser que haja interesse de se aprofundar nos motivos que conduziram ao desfecho de determinados fatos, tidos como casualidade ou fatalidade.
Faço esta simplória comparação para complementar as comunicações anteriores. O que estamos tratando neste Blog é chamar atenção para uma tarefa missionária que diz respeito ao futuro do País. Só passei a empenhar-me na divulgação de uma realidade mística, diante de fatos consumados que confirmariam precognições devidamente anotadas em livros, para futuras comparações.  
           
               *Esclarecimento.: No primeiro volume da coletânea Mosaicos — Mosaico da Sociedade Brasileira – problemas institucionais e sugestões —, há uma proposta para criação de um novo municipalismo, “Circunscrições Regionais, ou “ Policípios”. Está ali a base para implantação de um novo e importante modelo eleitoral para substituir o que agora se pretende modificar precipitadamente, sem as devidas condições ideais. Os problemas são tantos que se entrelaçam uns aos outros, num emaranhado que exige paciência e estudos aprofundados. Os Mosaicos (três livros), como venho afirmando, são uma tarefa missionária escrita na década de 80, para, o que tudo indica, os tempos atuais. Eu fui e tenho sido apenas condutor intuitivo de outras vontades. Ficaria realizado se pessoas credenciadas tomassem a iniciativa de desvendar o que aqui estou deixando claro. Eu não me julgo em condições de apreciá-los à luz de conhecimentos que estão além da minha capacidade, justamente por pertencer a uma geração que já chega ao fim. Mas estou consciente de que o que ali está, foi, de fato, escrito para um tempo incerto quanto a datas, mas explícito quanto aos acontecimentos. E, pelo que presenciamos já há algum tempo, estamos no limiar do que foi predito. Nós ainda não estamos preparados para tomar conhecimento da influência da vida espiritual nas nossas vidas, inclusive no destino dos povos. Infelizmente.        

Comentários

  1. Parabéns. E concordo com o sentimento de que o "tempo" chegou. Abraço.

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    Respostas
    1. Ricardo
      Muito obrigado pela atenção. É um estímulo para prosseguir na luta.
      Abç Oto

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