(Vigésima Comunicação)
A
demagogia tem sido um câncer para o País. Lamentavelmente, as obrigações
funcionais que deveriam ser de rotina, só acontecem sob pressão popular, dos
movimentos contestatórios ou reivindicatórios. É um péssimo sinal de nossos
tempos. Infelizmente tive de
interromper a série de comentários sobre uma realidade menos agressiva, para uma
abordagem altamente explosiva. Diríamos ser uma guerra-civil não declarada e,
aparentemente, sem motivos que justificassem tantos atos atentatórios à
normalidade pública, com enfrentamento aos órgãos de segurança, destruição de
bens públicos e particulares, queima de veículos, sobretudo ônibus, obstrução
de rodovias e vias públicas, ousados roubos com invasões e destruição de
supermercados e lojas, num clima de violência exacerbada e generalizada. Tudo
isso na garupa de um movimento legítimo de contestação às precariedades
institucionais. As redes sociais da internet propiciaram a arregimentação de
adeptos de causas, que a maioria da população daria total apoio. É pena que
baderneiros tenham infiltrado no movimento. E assim a baderna tomou conta do
País. O que assistimos pelos noticiários das televisões, à vista e a cores, é
algo jamais imaginado. Após o abrandamento das hostilidades e quando vier a
público o resultado das ações praticadas por terroristas amadores, mas ousados,
veremos que o resultado ultrapassou em muito ao que se podem considerar efeitos
de uma guerra-civil. É mais do que uma crise institucional. Será o caos? A
imagem do País no exterior estará maculada.
Seria
um movimento espontâneo? Ou algo mais sério? Seja o que for, o certo é que o
brasileiro cansou de ver e sentir na pele desmandos que vêm de longe.
Assim,
estamos diante de um dilema: ou nos preocupemos em preparar o País para as
próximas gerações, ou estaremos condenado-as a sobreviverem num caos
apocalíptico. O ambiente está devidamente preparado. Não se trata, agora, de
apontar nomes como eventuais culpados e responsabilizá-los sobre a realidade
que presenciamos, pois todos nós, míseros eleitores, temos uma parcela de
culpa, uma vez que os verdadeiros culpados somos nós, que de várias maneiras
deixamos de cumprir com os deveres de cidadania: escolhemos mal os nossos
representantes, movidos por falsos argumentos arquitetados pelo marketing
político, contaminado por ideologias, de direita ou de esquerda, que nada mais
são do que modelos ultrapassados, justamente por não considerarem a nossa
capacidade de agirmos por conta própria. E assim nos entregamos de corpo e alma
a interesses espúrios, vindos não se sabe de onde. Façamos uma comparação: o
navio está à deriva e nós estamos aplaudindo. Somos como o “Titanic”, aquele
que representava a pujança e o delírio de uma época, de uma casta de gente
ávida em satisfazer desejos insaciáveis de luxúria e prazer. Com toda pompa,
sucumbiu-se.
Portanto,
a hora não é de procurar culpados nem tentar tapar o sol com peneira, mas de
promover os meios necessários para salvar o nosso Titanic de um desastre
iminente. Pouco adianta fazer pequenos reparos aqui e acolá, pois os
compartimentos do nosso majestoso navio estão sendo inundados por falta de
manutenção, estando a exigir que seja levado urgentemente para o estaleiro e
submetido às transformações necessárias. Comparativamente, a nossa Constituição
necessita de uma reforma geral, assim como as procedidas em alguns estádios de
futebol para realizações das copas das Confederações e Copa do Mundo. Isso
porque as instituições não mais suportam os efeitos de causas que tiveram como
motivos o despreparo para assimilar o que seria de interesse nacional, daquilo
que se convencionou chamar de políticas públicas. Já se encontra no Congresso o
pedido do governo para instalação do plebiscito sobre a reforma política. O
povo deverá decidir sobre assuntos alheios ao seu conhecimento e
responsabilidade. Estão desviando o foco das deficiências institucionais, com
uma provável mudança nas regras eleitorais.
Em
momentos de crises, como sempre aconteceram, as palavras mais em evidência são pacto federativo, referendum e plebiscito, ultimamente
acrescida de negociação, uma forma de
atender interesses abomináveis. Atualmente o plebiscito está em alta. A reforma
política passou a ser o carro-chefe de todas as mazelas nacionais. É
incontestável a sua importância, mas não a ponto de merecer tratamento
especial. Um dos problemas mais acentuados na descaracterização do funcionamento
do Estado está no desvirtuamento da representatividade política. Um novo modelo
de municipalismo* é o ponto nevrálgico de toda cadeia institucional, no
entanto, os municípios jamais foram lembrados com o devido valor que têm como
propulsores do desenvolvimento. Daí o esvaziamento do interior e o inchaço das
capitais e de cidades que se agigantaram, justamente por serem pólos do
desenvolvimento.
Tudo
na vida tem a sua razão de ser e nada acontece por acaso. O dia de amanhã é
sempre incerto, segundo chavão popular de pouco valor para aqueles que
raciocinam com base, não na aparência, mas nas circunstâncias que se efetivaram
as incertezas. Não há efeito sem causa, a não ser que haja interesse de se
aprofundar nos motivos que conduziram ao desfecho de determinados fatos, tidos
como casualidade ou fatalidade.
Faço
esta simplória comparação para complementar as comunicações anteriores. O que
estamos tratando neste Blog é chamar atenção para uma tarefa missionária que
diz respeito ao futuro do País. Só passei a empenhar-me na divulgação de uma
realidade mística, diante de fatos consumados que confirmariam precognições
devidamente anotadas em livros, para futuras comparações.
*Esclarecimento.: No primeiro volume da
coletânea Mosaicos — Mosaico da Sociedade
Brasileira – problemas institucionais e sugestões —, há uma proposta para
criação de um novo municipalismo, “Circunscrições
Regionais, ou “ Policípios”. Está ali a base para implantação de um novo e
importante modelo eleitoral para substituir o que agora se pretende modificar
precipitadamente, sem as devidas condições ideais. Os problemas são tantos que
se entrelaçam uns aos outros, num emaranhado que exige paciência e estudos
aprofundados. Os Mosaicos (três livros), como venho afirmando, são uma tarefa
missionária escrita na década de 80, para, o que tudo indica, os tempos atuais.
Eu fui e tenho sido apenas condutor intuitivo de outras vontades. Ficaria
realizado se pessoas credenciadas tomassem a iniciativa de desvendar o que aqui
estou deixando claro. Eu não me julgo em condições de apreciá-los à luz de
conhecimentos que estão além da minha capacidade, justamente por pertencer a
uma geração que já chega ao fim. Mas estou consciente de que o que ali está,
foi, de fato, escrito para um tempo incerto quanto a datas, mas explícito
quanto aos acontecimentos. E, pelo que presenciamos já há algum tempo, estamos
no limiar do que foi predito. Nós ainda não estamos preparados para tomar
conhecimento da influência da vida espiritual nas nossas vidas, inclusive no
destino dos povos. Infelizmente.
Parabéns. E concordo com o sentimento de que o "tempo" chegou. Abraço.
ResponderExcluirRicardo
ExcluirMuito obrigado pela atenção. É um estímulo para prosseguir na luta.
Abç Oto