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Sociocracia


(Vigésima quinta Comunicação)



            Diante de um quadro sociopolítico instável em constante turbulência, inclusive na política exterior, conjugado a uma violência generalizada de proporções alarmantes e perigosas, num mundo ameaçado pelo terrorismo que novamente reaparece com força total, volto a fazer referência aos Mosaicos da Sociedade Brasileira, tantas vezes mencionados neste Blog. Como a nossa democracia sofre de vícios insanáveis que afetam principalmente a base do poder, trataremos de um novo regime político, uma síntese do que seja a Sociocracia.   
             A Sociocracia, nos seus fundamentos básicos, foi idealizada para corrigir falhas ou desvios estruturais da Democracia, que refletem de modo agressivo no sistema de governo Presidencialista. Como o sistema de governo Presidencialista é bastante instável e gerador de crises periódicas, as modificações sugeridas visam a diminuir a concentração de decisões na figura do presidente da República. É inegável que o atual sistema contém vícios insanáveis, principalmente nas atribuições políticas, em que o presidente da República se reveste de um autoritarismo ilimitado ou, pelo contrário, o torna responsável por fracassos que diretamente em nada influiu.   
            A Sociocracia tem um sentido heterodoxo quanto a abrangência de sua atuação: é regime político, pois estabelece regras e dá novas diretrizes à representação popular, tanto no poder Legislativo quanto no Executivo. 
            Sugere modificações nas eleições para o executivo e legislativo, de âmbito federal, estadual, regional e municipal, com novos critérios para representatividade, com base fundamentada em um novo municipalismo: Circunscrições Regionais ou Policípios.
Transforma o atual Senado Federal em Conselho Senatorial, com função moderadora, além de estabelecer novas regras destinadas à representatividade regional. O vice-presidente da República, por exemplo, passa a ter funções relevantes na condução da política do desenvolvimento e segurança nacional.
            A Sociocracia é regime de governo abrangente, podendo ser empregada tanto na República ou na Monarquia, quanto nos sistemas de governo presidencialista ou no parlamentarismo. É tratado no primeiro e terceiro volumes dos Mosaicos da Sociedade Brasileira. Compõe a essência das sugestões apresentadas na coletânea, sobretudo no terceiro volume, como base estrutural de uma nova composição de Estado, compreendendo uma reforma abrangente nas áreas institucionais, política e social.
Em outra época não me atreveria anunciar tamanha audácia, se o faço, é em cumprimento a uma precognição que previa um momento de turbulência bem parecido com o atual. Isso deixei claro em outras comunicações.    
Não sendo possível referir-se a um tema tão complexo numa comunicação, como complemento a esta síntese, segue uma poesia escrita na década de 1980:


Sociocracia


 No vale negro e sombrio
De um tempo controvertido,
Vinga o ódio doentio
Que cresce comprometido.

Não se pode dar guarida
Às crises bem preparadas.
Sociedade enfraquecida
Torna presa de ciladas.

É preciso ter em mente
Um objetivo a atingir,
Para ser independente
Voltado para o porvir.

Democracia desgastada
Por fraudes descomunais,
Foi aos poucos engolfada
Por ausência de ideais.

Tornaram-na instrumento
De ardilosa hipocrisia,
Em nome de movimento
Que almeja a desarmonia.

Nova ordem se anuncia
Neste momento tão crítico.
Renasce a Sociocracia
Como regime político.

Municípios e Estados,
Pilares estruturais,
São doravante tratados
Como unidades vitais.

Homem, família e nação,
As escalas sociais,
Dentro de outra visão,
Formam novos ideais.

Por isso a Sociocracia,
Produto da realidade,
Representa a harmonia,
Que se forma na unidade. 



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