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Que Rumo Tomar -3?


                                                                               (Trigésima comunicação)

O povo brasileiro clama pela paz e pela união, único caminho que pode conduzir a um futuro sólido voltado para o humanismo, sem a distorção de seu sentido natural.” Com estas palavras, encerrei a comunicação 23 e, com elas, inicio a presente narrativa.
            No artigo anterior, “Que Rumo Tomar-2?”, tivemos por objetivo principal tecer, à luz dos acontecimentos, qual seria a melhor alternativa para nos desvencilharmos de possíveis confrontos, resultados de situações incômodas. Vivemos sob o império da lei do talião. Quem se julga — atitude patológica — com o dever de vingar-se, de retaliar e até mesmo enxovalhar pessoas, expondo-as à desmoralização, na tentativa de imputar-lhes atitudes criminosas a que, provavelmente, tenha sido vítima, de modo a tirar proveito da situação em benefício próprio e de terceiros, não merece crédito. Quem recebe uma ofensa ou vê frustrado os seus planos, não será capaz de buscar justo motivo para reconciliação.
            Esta é a mensagem que procuramos transmitir:
A pressão a que somos submetidos vindos de nós mesmos, sem nos darmos conta de como isso se dá, uma espécie de sentimento que grita e se agita em forma de pensamento contínuo, faz com que, atendendo ao apelo do dever a cumprir, ou de uma obrigação imposta, nos entreguemos por completo à consecução de projetos de vida que vão além do que seria racional, ou daquilo que a razão não nos aconselharia.”
Tiro esta conclusão ao verificar mais um fato lamentável, causado pela visita das Comissões da Verdade, nacional e estadual do Rio de Janeiro, ao Batalhão de Polícia do Exército (1º BPE) no dia 23 de setembro de 2013. Há no ar algo de estranho. Por que visitar uma repartição militar que, pelo tempo decorrido não guarda as características de antanho? O que tem a ver o imóvel com o que ali teria acontecido? Os tempos de hoje são outros. A mágoa ofensiva não pode ser incentivada por quem deveria buscar o desarmamento de ânimos exaltados. Resultado: Houve um entrevero entre políticos de ideologia oposta, um Deputado e um Senador, com troca de ofensas e empurrões ou coisas semelhantes. Simplesmente lamentável.  Mas isso pouco importa. Vejamos o lado preocupante deste triste episódio.
Esta visita já havia sido impedida algum tempo atrás pelo Comandante Militar do Leste. Desta vez a ordem partiu do Ministro da Defesa. Pelo que ficou claro pelas imagens das televisões, excetuando-se o entrevero entre políticos, as Comissões foram bem recebidas pelo comandante da Unidade. Até aí, nada de anormal. O estranho mesmo foram as atitudes que caracterizaram ordem e contra-ordem.  
Qual seria a razão de tal medida? Não seria uma maneira de demonstrar autoridade do poder absoluto e vingativo, num momento de enganosa fragilidade daqueles que, hoje, são acusados de torturadores? Não seria também a aplicação de dois pesos e duas medidas para melancólicos episódios históricos, quando se procura através de falsos argumentos reescrever a história? Ou, mesmo derrotados, procuram dar outra versão aos fatos? Ou seria apenas uma questão de reconhecer um imóvel onde funcionaram instituições de defesa interna, que pretendem transformá-lo em memorial às vítimas do regime militar?   
A formação do militar valoriza muito a questão da honra, tanto é assim que ela é vista sob o prisma da valorização individual, com manifesta influência na valorização profissional. O cumprimento do dever é próprio da carreira militar. E o militar tem deveres constitucionais para com o Estado de Direito. Não age por conta própria.
Vamos um pouco além: a tortura, um ato detestável, não aconteceu por acaso. Foi resultado do terrorismo, o mais covarde das atitudes insanas da humanidade, que grassava entre uma sociedade passiva e amedrontada, que reclamava a intervenção das Forças Armadas para combatê-lo. Os fatos são históricos, desde o levante comunista de 1935. Por que as Comissões da Verdade não investigam também os crimes perpetrados pelos conspiradores, que agiam clandestinamente sob o manto cruel de uma doutrina que pretendia implantar um regime de terror? Que democracia é essa que só visa um lado dos horrores e atrocidades cometidas? Se não houvesse o terrorismo, não teria havido a tortura. Uma barbárie não justifica a outra, mas não resta dúvida de que a tortura não é tão ignominiosa quanto o é o terrorismo: uma visa a pessoa do impostor, a outra mata pessoas inocentes que nada cometeram. Será que os terroristas de antão também não cometeram torturas? Não mataram em nome de uma ideologia que não prosperou como se propagava?
O clima era de combate às guerrilhas, urbana e rural, com bombas em quartel do Exército, seqüestro de autoridades e assassinatos em nome de uma insidiosa ideologia que tinha por objetivo implantar o medo, a desconfiança e a desordem.
O ambiente atual reclama por medidas pacificadoras e não atitudes que provocam reações que podem trazer acontecimentos indesejáveis. Infelizmente, é uma triste constatação.
É muito fácil e tem rendido dividendos eleitoreiros distorcer os fatos, mentir em proveito próprio, caluniar e desfigurar princípios morais para promover resultados políticos e ideológicos. Difícil mesmo é ser honesto, sério e tentar reverter situações forjadas pela audácia e ardil de quem já se habituou a essas práticas.
Não é à toa que vivemos em permanente estado de crises que se atropelam umas às outras: greves, movimentos reivindicatórios e contestatórios; de insegurança, de protestos violentos, queima e destruição do patrimônio, não apenas público, mas também privados, acrescido do desrespeito ao princípio de autoridade, com cartazes e pichações ofensivas. Tudo normal, como se nada houvesse de anormal. E assim se toca o barco.   
O País necessita de tomar um rumo definitivo. E é isso que estamos tentando deixar claro: os livros Mosaicos, de origem de precognições, foram escritos na década de 1980 para apontar rumo ao País, em tempo incerto quanto a data, mas explícito quanto aos acontecimentos. E o momento, pelo que tudo indica, corresponde exatamente ao que presenciamos na atualidade. (Ver comunicações 3 a 6 deste Blog).      
                Quando começa entrar água num navio e a tripulação passa a discordar do comandante, é sinal de perigo à vista. Quando a classe política não se interessa em atacar as causas e só visa aos efeitos perversos que rendem votos, é também sinal de perigo iminente.   
Brasil, acima de tudo!

Comentários

  1. Não seria o caso de buscar-se um Estado de Permanente Alerta? Um ESTADO LÚCIDO em que cada qual se mantenha em diuturna vigilorância acautelatória: único meio capaz de evitar que nos submetamos às artimanhas das sombras? Fraternalmente - Sinicio

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