(Vigésima oitava comunicação)
Com a suspensão
temporária, menos de uma semana, do julgamento
dos tão propalados “embargos infringentes”, fica evidente que estamos no ápice
de um desfecho que demarcará o futuro da nacionalidade brasileira. Não se trata
apenas julgar pessoas, mas desnudar intenções que aos poucos foi tomando forma
e se robustecendo devido à fragilidade das instituições. Sem entrarmos no
mérito do desfecho do que venha acontecer, quando os ânimos dos contendores
ultrapassaram aos interesses pessoais e deixaram claros interesses ideológicos
de grande calibre, aproveitando-se das impropriedades de denominações irreais,
como a independência dos poderes da República, que nada têm de independentes. O
Executivo é investido do direito de nomear ministros do poder Judiciário. Não
seria isso uma incongruência? Sem comentário!
É neste ambiente de irrupção social,
em que predomina um distanciamento entre autoridades constituídas, classe
política e a população em geral, com movimentos de protestos infiltrados por
grupos violentos e adestrados para implantar o terror, com fins camuflados,
numa situação nunca vista, é que me despertou a necessidade de se fazer uma abordagem,
ainda que seja uma referência apenas, sobre os fatos que estão nos levando a
objetivos contrários aos anseios nacionais.
Por isso o momento é tão importante e delicado. Devido
a isso, também, vejo-me no dever de afirmar que nos já referidos Mosaicos, este e outros assuntos conexos
são tratados de maneira simples, segura, independente e neutra, constituindo-se
em racional modalidade de “interdependência” dos poderes da República.
Trata-se, pois, de um modelo inédito, com o propósito de sanar eventuais
brechas que estão a permitir execráveis ações danosas aos interesses nacionais.
Precisamos chegar a um ponto de equilíbrio e harmonia, em que a paz reine sem
as ameaças provocadas pelo ódio, hoje, transformado em vingança.
Fiquemos por aqui e acompanhemos o desenrolar dos
fatos.
Como complemento a um momento de tanta expectativa,
achei razoável transcrever um texto que pode servir de alerta, pois tem relação
com o que se passa atualmente. Trata de uma página intuída. (Do livro Memória
Mística (Thesaurus Editora–2003, página 111).
É HOJE?
O hoje é meramente um
marco na contagem do tempo. Os fatos relevantes fixam-se na consciência social
e os triviais se diluem no próprio tempo. Fixemo-nos, aqui, aos fatos
excepcionais, capazes de mudar o rumo da História. A intensidade dos eventos-causas determina
como serão os eventos-efeitos. Tudo é questão de oportunidade na determinação,
precisa ou imprecisa, do desempenho dos acontecimentos.
A imprecisão dos fatos indica também
a insegurança dos meios utilizados para as devidas correções. Consumado o
imprevisto, dilui-se o planejado. Nestes
casos instala-se o arbítrio — nem que seja provisório — ou degenera-se em
anarquia. O combate sistemático ao anacronismo de fatos degenerativos da vida
social exige sacrifícios, (in)-justiças e acomodamento ao tempo. Urgem-se
soluções. E nestas condições, fora de um contexto racional e até mesmo ilógico,
essas soluções não desejadas e reclamadas, medram natural e robustamente. E são desencadeadas por pessoas que
transformam radicalmente os seus comportamentos. Ninguém aparece fora de seu
tempo. Surgem então lideranças forjadas em outros ambientes e preparadas para
atuarem em momentos de crises. Equilibram-se o bem e o mal e o processo
evolutivo instala-se. Mais uma vez as aberrações vêm à tona: guerra, genocídio,
fome, peste e toda espécie de extermínio e sofrimento.
E como isso se deu? E como isso se
fez? À História cabe apenas a narrativa dos fatos, dentro de um prisma
meramente formal e sintetizado. Às futuras gerações caberá analisá-los à luz da
razão de novos conhecimentos, que só hão de chegar ao seu devido tempo. Até lá, contentemo-nos em ser espectadores e
expectadores.
De uma coisa se tem certeza: não se sabe o dia
do amanhã baseando-se unicamente no que se passa no dia de hoje. O hoje é
emotivo. O amanhã é tempestivo. Vivemos de um dia para outro o contraditório.
Se tudo está de acordo com as previsões, o controle pela personalidade é
absoluto. Caso contrário, quando o que se passa não se prende à harmonia do
tempo, produz-se o efeito de um resultado não imaginado. E é aí que se sucumbe
a racionalidade. O que é racional praticamente deixa de o ser, cedendo lugar ao
imprevisto. Estas mudanças imprevistas e absurdas têm também um caminho. E
caminho consentâneo com o desenrolar dos fatos. Quando isso se dá não é pela razão que vamos encontrar
explicações plausíveis, mas no próprio ilogismo do acontecimento. E aí só temos
uma alternativa: apelar para um plano superior, um desígnio que a nossa
temperatura intelectual ainda não pode alcançar. Trata-se do Plano de Deus. Quando isso
acontece vemos como é frágil a nossa cultura esotérica, incapaz de ver com os
olhos da matéria e projetá-la no mundo do espírito, ou vice-versa. Perdemo-nos no trajeto entre o real sensível
e o real anímico. A nossa pequenez suplanta a grandeza de tudo que não
encontramos explicações em nós mesmos. Assim, é impossível imaginar o que é de
natureza Divina. Teimamos em ser o Adão do barro, e não o Adão do sopro que se
fez vida. Se não temos a capacidade do discernimento, esbarramos sempre na
nossa pretensão, que se traduz nos desvios de nossas personalidades: o egoísmo,
o orgulho, a intolerância. No pluralismo que envolve a vida consagramos a
unicidade do todo universal. ... Se julgares capaz de projetar o futuro
baseando-se no presente, não abandones o passado, pois é na conjugação dos
tempos que se forjam os limites do espaço.
Os planos se sobrepõem e nesta
sobreposição o homem, diminuto e mesquinho, só pode vislumbrar a sua própria
sombra. Sabe que existe a luz, mas não
consegue vislumbrá-la. Ouve os sons, mas
não sabe de onde vêm. E aí só lhe resta uma saída: a fértil imaginação. ... A
fraternidade universal é ilimitada e exige a humildade do diálogo e da mútua
interpretação.
Brasil, acima de tudo!
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