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Resenha da Atualidade

(vigésima sétima comunicação)



       Afirmamos no último parágrafo da comunicação anterior, como esclarecimento, que o regime político Sociocracia, mais o Sociocratismo — economia adaptada aos princípios sociocráticos — e as Circunscrições Regionais, ou Policípios, formavam o tripé de uma nova concepção de Estado. De um Estado voltado para um humanismo sem outros propósitos, como dividendo político e a promoção ideológica de ardilosos artifícios de combate a miséria, tão em voga na atualidade. Combater efeitos sem identificar e criar mecanismos capazes de atacar as causas que os promovem, é uma maneira de beneficiar-se do estado deplorável de uma política social cujo objetivo é conservar um status quo que tem servido de marketing político, numa rede de paternalismo estatal que promove uma imagem distorcida da realidade.  
            Como estou procurando trazer para este Blog uma síntese de como abracei uma tarefa missionária para a qual não me encontrava preparado, mais uma vez sinto a necessidade de reiterar este percurso com tantos obstáculos que deveriam ser transpostos. Durante mais de três décadas venho sendo testado na minha capacidade de prosseguir no cumprimento de uma tarefa missionária tão importante quanto absurda, transmitida pela vidente “Tia Neiva”, no Vale do Amanhecer, em Brasília, no ano de 1978, fato este descrito na sexta comunicação deste Blog: escrever uns livros para o País, sem data especificada, numa época de transformações profundas, mas com fatos explicitados, num ambiente nada bom (sem comentários). Nunca tive a convicção de sentir-me apto e preparado, cultural e emocionalmente para tamanha responsabilidade. Talvez por isso passamos a registrar em livros tudo aquilo que julgávamos interessante para futuras comprovações, compondo um quadro real-místico, de variados assuntos, nas duas áreas apreciadas.
            Vivenciamos atualmente uma época de transparência e com ela, as reivindicações e cobranças para os absurdos que, de uma hora para outra vieram à tona. A transparência é uma prática necessária para sanar ou desqualificar velhos vícios amparados por uma legislação corporativista, que incentiva privilégios inqualificáveis: mordomias familiares, uso indevido de transporte aéreo, gasto excessivo de combustível, viagens desnecessárias onerosas, uso indiscriminado de caixa dois, diárias fictícias, auxílio moradia indevida etc., etc, etc.
Quando este estado de podridão veio a público, tornou-se um dos combustíveis para propagar a desmoralização da classe política e as imperfeições institucionais. Assim, deu-se início aos movimentos contestatórios. Pipocaram greves, protestos por qualquer motivo ou sem motivo; reivindicações salariais e ameaças de novas contestações, num ambiente que se transformou em inqualificável violência e atos de barbaridade incontrolável: bloqueio de rodovias e vias urbanas, depredação dos patrimônios públicos e privados e toda ordem de vandalismo; manifestações organizadas com o fim de, não apenas pressionar, mas desmoralizar os poderes constituídos, principalmente o legislativo, tanto nas representações federal, estadual e municipal, com invasões e depredações das respectivas casas legislativas. Assim, o poder legislativo vota por pressão e não mais segundo os interesses nacionais. A democracia foi aos poucos se sucumbindo por não mais representar legítimos anseios populares. A palavra povo virou sinônimo de interesses das classes mais organizadas. Tornou-se inexpressiva. A mídia, num sentido amplo, principalmente as televisões, registra a história contemporânea ao vivo e a cores. É a triste realidade.
Já agora podemos voltar às Circunscrições Regionais ou Policípios. É nesse espaço geofísico que corresponde a um conjunto de municípios com critérios para determinar a quantidade ideal que será implantada a representação institucional sociocrática, correspondendo às necessidades básicas nas áreas que darão sustentabilidade ao estado de direito corporificado. Como exemplo, citamos: saúde pública, educação, segurança pública, uma política fiscal diferenciada. O orçamento, uma obra de ficção, é substituído por um mecanismo simplificado e seguro, sem a interferência política em assuntos que fogem de sua alçada, por constituir-se área eminentemente técnica; uma política salarial capaz de promover a genuína justiça social, impeditiva de desníveis abusivos, como os supersalários; representação política nas esferas municipal, estadual e federal, com especificações normatizadas quanto a quantidade representativa e atribuições funcionais, e outros tantos assuntos pertinentes às infraestruturas regionais.
É de se ressaltar a valorização que se dá ao setor de amparo à pobreza, com abrangência de qualificação quanto ao estágio dos contemplados, compreendendo assistência social e previdenciária. Esta complexa instituição, pelo seu título, já a define: SAIS (Serviço de Assistência e Integração Social). A organização funcional e a sustentabilidade financeira estão previstas pormenorizadamente nas normas reguladoras. A condução da parte social é tão importante que é vista em livro próprio (No segundo volume: Problemas Sociais e Sugestões).
Dedução:
Mais uma vez vejo-me no dever de lembrar que na coletânea dos livros Mosaicos da Sociedade Brasileira, numa incrível coincidência, as sugestões ali apresentadas foram, de fato, escritas para os tempos atuais, num ambiente de insegurança, miséria (sentido amplo) e violência. Tais livros deveriam ser escritos para apontar rumo ao País, resguardar a unidade nacional e atender aos reclamos das gerações futuras. É preciso que despertemos enquanto é tempo.
Há muitos equívocos administrativos que se agravaram com soluções mal conduzidas. No mais, só com a leitura da coletânea poder-se-á ter uma dimensão mais abalizada dos seus enunciados. Uma coisa, no entanto, fica clara: este trabalho é resultado de uma precognição. Portanto, fui e sou apenas um condutor daquilo que é de interesse de todos nós. Só o destino é capaz de determinar os próximos passos.


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