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Para Refletir


(Quadragésima Sexta Comunicação)

Diante de tantos fatos que nos dão a impressão de estarmos diante de uma sociedade em decomposição, transmitidos diariamente pela mídia e que repercutem nas redes sociais, ou vice-versa, achei por bem dar uma pausa na sequência de como estou apresentando as comunicações e intercalar um ou dois artigos que viessem esclarecer a participação nossa como agente, ativo ou passivo, nessa encenação que cada um de nós tem a cumprir nesta efêmera vida.
Ao vir ao mundo da matéria assumimos o compromisso de realizar um número de tarefas missionárias já delineadas. O que advirá pela frente é um enigma. Assim, todos nós trazemos um roteiro de vida, uma espécie de rascunho que nos aguarda, segundo o grau de conveniência e oportunidades que surgirão. Aqui entra o livre-arbítrio, que determina a vontade. Esta, sim, optativa. Podemos cumpri-la ou não. Mas em qualquer alternativa teremos de prestar contas. É a lei da evolução. Se a vida é eterna teremos outras oportunidades.  
No meio de tantos fatos deploráveis que estão acontecendo, há outro lado que não pode ser olvidado. Portanto, nem tudo está perdido. Estamos vivenciando o ciclo do “auto”, o que significa que estamos sendo despertados para a necessidade de termos confiança em nós mesmos, por acreditarmos que temos condições e potencialidades que estavam adormecidas. Aliás, isso já era previsto desde priscas eras. Sócrates, emérito filósofo grego de todos os tempos, lançou a ideia de como alcançar a plenitude do conhecimento baseando-se na introspecção, isto é, voltar-se para o mais recôndito de nossa alma (espírito) em busca do autoesclarecimento. Só a partir desta elementar atitude pode-se alcançar o caminho que conduz ao desdobramento da visão cósmica, incrustada no labirinto de nosso ser: “conheça-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.”   
Dentre os vários “autos” vivenciados, destacamos: autoesclarecimento, autodidata, auto-equilíbrio, autoconhecimento, autocontrole, autocrítica e autoconfiança. Se bem observarmos, o que buscamos mesmo é uma maneira de autovalorização, ou mais apropriadamente, um autogerenciamento de nossos atos.  
Cada um de nós tem o sagrado dever de colocar o que julgamos conveniente para um mundo melhor. Não interessa o quê, nem tampouco a amplitude do ato, mas a intenção de que estamos contribuindo para tornar mais humano o relacionamento com o meio social do qual fazemos parte. Seja lá em que atividade isso vem a acontecer. Cada um de nós tem algo oculto que pode ser revelado e posto em prática. Cito aqui o meu caso, como já deixei claro nessas comunicações, em que tenho enfrentado uma luta feroz entre os dois “Eus” que condicionam o ente humano, tão distantes um do outro: personalidade e individualidade. Felizmente levei a sério o que recebi como tarefa missionária. Daí a ansiedade que às vezes se apossa de mim. A meta é justamente uma difusão ampla e global dos livros motivos desta tarefa, pois há questões urgentes e cujos prazos para resolvê-los estão mais curtos a cada dia que passa. Há pressa. Muita pressa!
Fica aqui o meu recado.    
Todos nós, seres humanos, por mais que tentemos satisfazer os nossos desejos estaremos sempre à procura de algo que só alcançaremos após o rompimento da barreira que nos separa de nós mesmos: o Eu inferior que age revestido por uma máscara que disfarça os nossos desejos, a personalidade, e o Eu superior, a individualidade que procura controlar os impulsos negativos de nossas ações.
O “conheça-te a ti mesmo” é a demonstração de que a verdade está dentro de nós mesmos, impedida de mostrar-se por inteiro. Daí a busca que devemos proceder para um autoconhecimento.
O que venho tentando nestes últimos anos é retirar de mim uma dúvida que só aparece quando a fragilidade do Eu inferior, submetido às atrações externas, sai do controle do Eu superior, a individualidade espiritual.
Vamos um pouco além dos dois Eus, apesar de que nem todos os admitem.
O viver no mundo ou o viver para o mundo são duas maneiras diferenciadas de apreciações de como nos comportamos. O viver no mundo denota uma vida sem a preocupação de integrar-se à sociedade da qual faz parte. Mesmo sem declarar-se um egoísta, tem atitudes que o isola do meio social. É o indiferentismo sem a intenção de participar, ou até mesmo tomar conhecimento do que ocorre ao seu derredor. Cria o seu mundo e nele vive o dia de hoje, sempre aguardando o amanhã, uma rotina enervante. No isolamento predispõe-se às doenças mentais.
  Já o viver no mundo tem um significado de abertura a tudo que está acontecendo, mesmo consciente de suas possibilidades ou fragilidades. Mas tenta participar de algum modo. Detesta a omissão e a inércia.
Como se vê, uma e outra condição de vida apreciada exige corretivos para amenizar efeitos danosos que ambas podem proporcionar. A educação é o processo de canalizar os meios necessários para que isso ocorra. Assim, a educação se compõe de técnicas para aprimorar a conduta humana. O filósofo Platão assim se referia à educação: “Mais importante do que a ciência de governar um povo é a ciência de educar a juventude.” A educação tem por fim a formação da personalidade, amenizando o temperamento hostil do viver para o mundo, e modificar o caráter naquilo que designamos de viver no mundo.   
 Prometemos descansar durante uma ou duas comunicações do que vínhamos comentando como fatos que comprovam a necessidade de dar novo rumo ao País. Mas isso não nos impede de declinar fatos incomuns que continuam acontecendo em ritmo alucinante, muitas vezes divulgados de maneira a formar opiniões tendo em vista interesses eleitoreiros.
Para encerrarmos, algumas dessas chagas expostas, citamos: violência, corrupção, assaltos nos mais variados tipos, depravação dos costumes, atentados às virtudes cívicas cometidas à sombra de ideologia espúria, movimentos sociais que ostentam absurdas formas de confronto como meio de desmoralizar instituições sérias, tudo isso sob o manto de inverdades insultuosas e provocativas.
            Ficam aqui estas situações como parte deste estado de decomposição

Comentários

  1. Boa reflexão, amigo Oto. Que nos autoanalisemos sempre, nos mínimos atos, afim de alcançarmos o Alto, sempre com pensamentos, palavras e ações dignas, enquanto estamos temporariamente no corpo físico. Um grande abraço.

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  2. caro OTO

    Acabo de ler um livro psicografado de Robson Pinheiro "OS GUARDIÕES" que fala exatamente sobre essa questão politica que está acontecendo no Brasil. Voce é um iluminado.

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