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O Gigante Abatido

                                                                                                 77ª Comunicação            
Estamos nos aproximando da posse dos eleitos em 26 de outubro de 2014. O ano se esvai e a avalanche que desceu sobre o País, cobrindo-o de uma podridão de matérias fétidas que incrustaram na pele de nossa nacionalidade, não temos dúvida, deixará não apenas marcas indeléveis e irretocáveis na nossa história, mas consequências drásticas nas gerações que nos sucederão. Por isso o momento que atravessamos, de temeridade e desesperança, exige medida urgente para estancar a sangria que consome a pouca energia vital que ainda resta ao País. O desgaste causado pelas sucessivas revelações vindas de inquéritos de sugestivos títulos, bem como a desmoralização de autoridades comprometidas com a situação catastrófica a que chegamos, desgastaram a credibilidade e confiança indispensáveis ao desempenho das funções públicas. Por enquanto predomina as trapaças e desvairadas corrupções envolvendo a Petrobras, apenas internamente, mas com vestígios que podem atingir outros países.  Caso isso aconteça, o descrédito virá como consequência.
A credibilidade é a coluna que sustenta qualquer atividade que administra interesses das sociedades, quer público ou privado. Daí uma pergunta óbvia: O que acontece atualmente é um pesadelo temporário e esporádico, ou tem caráter definitivo, que não admite ser contraditado? Pelo rastro da carruagem, a direção que levou ao atual grau de degradação é irreversível, uma vez que “os meios justificam os fins”. O compromisso e o grau de comprometimento com os países que compõem o grupo formado a partir das decisões tomadas pelo Foro de São Paulo, são fortes obstáculos para que haja revisão dos objetivos em andamento, principalmente daqueles que têm a ideologia comunista como bandeira. Ignoram os infindáveis fracassos e teimam em prosseguir numa contenda que se baseia na luta de classes, de onde se irradiam a divisão social, o ódio e a vingança. Isso ficou comprovado com a aversão à Lei de Anistia e o comportamento das Comissões da Verdade, com o nítido propósito de vingança. De supostos oprimidos passaram a opressores vingativos. Pelo que acontece aos perseguidos pelas odiosas Comissões da verdade e outras fontes de caça aos “torturadores”, o que importa é extravasar o ódio reprimido. Infelizmente, é o que se deixa transparecer. É evidente que não se pode acreditar em promessas de mudanças bruscas de rumo, desvinculando-se, como que por encanto, de compromissos assumidos e enfrentar a ira de antigos companheiros de lutas. 
O Brasil, na atual situação, pode ser comparado a um “Gigante” que foi imobilizado por anestésicos possantes, covardemente injetados por sofisticados produtos venenosos, que só não o levaram ao óbito por questão de sorte. Atendido a tempo por equipes altamente especializadas, vem sendo retiradas aos poucos as correntes que perfuraram a pele e penetraram na carne viva, provocando sangria em quantidade que o debilitava a olhos vistos. A população, ignorante e passiva, dependente ou adepta das determinações dos agressores que tinham por objetivo acorrentar o gigante e levá-lo ao martírio, apoiava e aplaudia aquele tétrico espetáculo. Livre das correntes, caso isso venha acontecer, o “Gigante pela própria natureza” deverá passar por cuidados especiais, o que demandará tempo e dedicação.
Portanto, a situação do País é muito mais complexa e abrangente do que se tenta passar para a opinião pública. O terrorismo verbal, impregnado de sofismas para impor a inversão de valores, uma técnica utilizada para fazer do bandido um herói, ou para atacar a honra de pessoas honestas, mas tidas como inimigas por quem assim procede, tem sido a principal maneira de externar convicções ideológicas. A continuar o Brasil sob a orientação de governos que seguem à risca objetivos traçados por organismos regionais de esquerda, estaremos mergulhados num caos de incertezas e contradições abismais. O momento exige uma mudança de rumo. Mas para que isso aconteça de maneira civilizada e pacífica, e não no campo da força ou do embuste, é necessário que se abdique de objetivos a cada dia mais expostos. A hora é de se pensar no Brasil em termo de Brasil, e não de Cuba. Só assim acordaremos para a necessidade de mudanças radicais nos poderes da República.
A economia, um dos gargalos de maior evidência, não pode ser vista como a única fonte dos problemas que nos afligem. Ela é apenas uma das correntes que mais provocam sangria no gigante Brasil. Com o fracasso de tentativas que por pouco não levou o País ao descrédito e à falência, tornou-se obrigatório repensar o tripé que deu sustentação ao Plano Real: câmbio flutuante, metas de superávit primário e sistema de metas de inflação. Após enveredar-se pelos caminhos tortuosos de concepções absurdas, de uma ideologia que está morrendo à míngua, recorrer ao que havia sido abandonado passou a ser a única alternativa. O que é difícil de acreditar é que mudanças abruptas, por razões impositivas do mercado, vá ter um desfecho normal. Há compromissos político-ideológicos que podem causar danos irreversíveis na própria base de apoio, o que significa um risco perigoso.
Mas, como disse acima, a economia não pode ser vista como a única fonte dos males que nos afligem. Acontece que questões delicadas continuam inatacáveis. A situação política é a mais melindrosa de todas elas, sobretudo pelo desgaste de políticos envolvidos nos escândalos de corrupções na Petrobras. Outras tantas são igualmente preocupantes: a política salarial, injusta e ineficiente, provoca constantes paralizações e distúrbios inconcebíveis. O sistema carcerário, sobretudo o que acontece com as penitenciárias, não pode permanecer como está: a violência generalizada, numa escalada sem precedentes, inverteu a condição de liberdade: criminoso solto e o cidadão honesto preso em casa, com medo de assaltos. A divisão da sociedade, provocada por interesses ideológicos e eleitoreiros, com dados estatísticos duvidosos, acumula dividendos negativos. O ambiente hostil criado pela atuação das Comissões da Verdade é algo inconcebível. A política exterior destinada ao atendimento privilegiado aos componentes do grupo “socialismo bolivariano”, formado por países que enfrentam crises internas, também é outra aberração. Muitos destes países são beneficiados por empréstimos e obras de infraestruturas patrocinadas pelo Brasil. Tudo isso são ameaças à Unidade Nacional. 

Uma lembrança importante: propositadamente estou publicando este artigo no dia 27 de novembro de 2014, data destinada a relembrar uma triste história militar e nacional, a Intentona Comunista, episódio que relembra a mais covarde e traiçoeira tentativa de golpe para tomada do poder, desencadeada por grupos de militares que seguiam orientações do Partido Comunista, liderados pelo então Cap. Luiz Carlos Prestes, uma das lideranças proeminentes do comunismo no Brasil. Durante a madrugada, enquanto dormiam, militares foram assassinados por irmãos de farda, uma nódoa indelével, que merece ser lembrada sempre. O movimento que era para ser executado em todo território nacional, ficou restrito a três localidades: Natal, (de  23 a 25 de novembro); Recife (25 de novembro) e Rio de Janeiro (27 de novembro). 

            Lembremo-nos das palavras do Brigadeiro Eduardo Gomes: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”.  Boa frase para uma reflexão!  

Comentários

  1. O nosso Gigante precisa de ajuda! Caso contrário, ele irá virar um anão! Abraços

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