O 31 de
Março de 1964 e a Atualidade 115ª
Comunicação
As quatro manifestações ocorridas no ano de 2015, nos
dias 15 de março, 12 de abril, 16 de agosto e 13 de dezembro, e as de 13 de
março de 2016, muito se assemelham nos aspectos cívicos de protesto e de
indignação contra a corrupção, a inércia governamental e a falta de
perspectivas para o Brasil. A grande massa humana que está a se manifestar não
mais suporta tanta bandalheira e hipocrisia. Os manifestantes compõem, na
maioria, uma classe média, sem adjetivação. Não pode ser comparada àquela do já
distante ano de 1964. Hoje, imersa num mundo competitivo, vislumbra novos
horizontes. Tornou-se uma classe formadora de opinião. São pequenos e médios
empresários, profissionais liberais, universitários, jovens se preparando para
ingressar no mercado de trabalho e servidores públicos. A população, devido à
tecnologia da informática influindo nos costumes, comporta-se diferentemente,
mas os descalabros que aconteceram na sociedade na década de 1960, influenciada
por uma ideologia que visava apossar-se do poder, continuam os mesmos, ou até
mais agressivos. Ontem era o comunismo internacional, hoje, o comunismo
regional, socialismo do século XXI, ou Bolivariano.
Os métodos empregados buscam inverter os valores.
Citemos um exemplo: Numa reunião com líderes sindicais em São Paulo, o ex-
presidente Lula deixou claro o emprego do antivalor para inverter situações
desesperadoras: “Essa Operação Lava-Jato está provocando prejuízo à economia
brasileira”. Tal pronunciamento é um acinte à moralidade pública. A maioria do
povo brasileiro não mais suporta tantos descalabros. Por isso podemos afirmar
que há muitos perigos à vista. Os movimentos sociais gozam de privilégios
especiais. E privilégios de alto custo.
Quem já ouviu falar que o MST e outros movimentos
sociais de esquerda sofressem qualquer ameaça à liberdade de invadir
propriedades, privadas ou públicas, inclusive a tática de ameaçar autoridades e
enfrentar dispositivos de segurança? De bloquear rodovias e vias públicas,
invadir propriedades particulares, ocupar e depredar órgãos públicos e outros
desatinos improvisados? No entanto, aqueles que não integram os seus ideários,
são perseguidos e ameaçados ante a prepotência do poder discricionário de um
governo que conseguiu enganar por tanto tempo. Passava pelo que não era. Atualmente
não mais se ouve falar no MST fazendo as mesmas proezas. Esta situação,
aparentemente pacífica, é preocupante.
Como estamos repetindo o mesmo título do artigo
anterior, daremos continuidade ao que acontece atualmente. As crises são como a
natureza: não dá salto.
18
de março de 2016: Neste dia, o
ministro Gilmar Mendes suspendeu, em caráter provisório, a nomeação do
ex-presidente Lula, remetendo o processo de volta ao juiz federal Sérgio Moro.
Tal medida deixou os defensores da posse do ex- presidente Lula, como ministro
da Casa Civil, em polvorosa. Daí a Advocacia Geral da União (AGU) pedir ao
ministro Teori Zavascki, relator do processo, excepcional concessão de medida
cautelar para anular as decisões que suspenderam a nomeação do ex-presidente
Lula. Advogados do PT e seis juristas entraram com Habeas Corpus endereçados ao
presidente do STF, Ricardo Lewandowski, pedindo a anulação de tal medida. Foram
quatro as ações movidas pelos governistas no fim da semana, inclusive no
Domingo de Ramos. O pânico é geral e mete medo.
21
de março de 2016: Desde sábado (19 de
março) o governo tenta, com recursos à Suprema Corte, garantir a posse do já
empossado ministro Lula, na Casa Civil, dando ao mesmo a possibilidade do Foro
privilegiado, saindo da competência do juiz Sérgio Moro.
O pedido para retirar o caso da 1ª
instância, inicialmente, havia sido indicado como relator o ministro Luiz
Fachim, que se declarou suspeito por julgar processo de um amigo. Por sorteio
foi escolhida a ministra Rosa Weber, a mesma que teria sido elogiada pelo
ex-presidente Lula, ao declarar a seguinte frase: “se os homens não têm “saco”,
a Rosa Weber é que vai resolver”. Devido a este estado caótico, mais de cinco
mil pessoas protestaram na Esplanada dos Ministérios, pedindo o impeachment da
presidente Dilma e em defesa do juiz Sérgio Moro.
22
de março de 2016: Com o cerco
aumentando cada vez mais, o ministro Teori Zavascki, relator do processo
Lava-Jato no STF, determina que as investigações relacionadas ao ex-presidente
Lula fossem novamente devolvidas à Suprema Corte. Decretou sigilo das
investigações e cobrou explicações do juiz Sérgio Moro sobre a divulgação dos
vídeos que envolviam o ex-presidente Lula e a presidente Dilma.
Obs.:
O noticiário deste dia ficou por
conta dos atentados terroristas acontecidos em Bruxelas, Bélgica, no aeroporto
internacional Zavistem e no metrô de Maelbeek, num total de 31 mortos e mais de
uma centena de feridos. Nem mesmo a tão propalada visita do presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama, a Cuba, com recepção popular num clima de
contagiante aplauso e euforia quanto aos resultados que hão de beneficiar o
País, como o término do bloqueio econômico, deixou de ser prejudicada.
23
de março de 2016: Como era de se
esperar, os ânimos exaltados da sociedade que não mais admite retrocesso no
combate aos desatinos e desmandos recheados de grossa corrupção e crimes
lesa-pátria que arruinaram o País, manifestações públicas contrárias às
decisões do ministro Teori haveriam de ocorrer, inclusive na sua residência em
Porto Alegre, o que comprova um clima de ruptura a tudo que denota empecilho
aos objetivos saneadores dos crimes cada vez mais abundantes e de fundamentos
lesivos aos interesses do País.
As comemorações da Semana Santa
arrefeceram um pouco os ânimos exaltados e perigosos que compõem um quadro
nebuloso da história contemporânea.
29
de março de 2016: conforme estava
agendado, o diretório nacional do PMDB reuniu na Câmara dos Deputados no dia
aprazado e, em apenas alguns minutos, por aclamação, desvinculou-se da base
aliada do governo no momento mais delicado do processo de impeachment. Pelo
ritmo anunciado, não havendo algo extraordinário capaz de alterar o planejado,
ainda no mês abril o impeachment será votado.
Pelo que presenciamos, os arcaicos
objetivos idealizados para formação de um bloco socialista das Repúblicas
latino-americanas — Socialismo do século XXI, ou Bolivariano —, estão se
tornando inviáveis, justamente pela decadência dos países membros, com sérios
problemas internos. Só Cuba tem levado vantagem do desvirtuamento do projeto
inicial.
O que aqui foi visto é apenas uma
minúscula visão panorâmica de um quadro nebuloso.
Hoje, 31 de março de 2016, o PT prometeu
trazer para a Esplanada dos Ministérios 30.000 filiados, transportados por uma
quantidade enorme de ônibus vindos de vários estados.
Por isso e muito mais, este artigo é uma
homenagem ao movimento cívico-militar contrarrevolucionário de 31 de Março de
1964. Esse movimento impediu que se concretizasse uma tresloucada aventura que
levaria o País a uma guerra civil de efeitos trágicos. Agora estão aí
experimentando do amargo gosto da traição. Mas está claro que não desistirão.
Ninguém sabe o que se passa na cabeça de fanáticos comunistas quanto a interesses
simulados.
O Movimento cívico-militar de 1964 é um marco de luz
na história do Brasil: os fatos que antecederam a esse épico episódio, no
período compreendido entre o ano de 1935 (Intentona comunista) e os dias que
antecederam a data que hoje deveria ser feriado nacional, mas que, por razões
ideológicas foi proibida de ser comemorada, tenta-se apagar os feitos que
engrandeceriam qualquer país do mundo que preza a sua história. Até a data de
31 de março está sendo usurpada.
A partir de hoje está oficialmente declarado o embate
entre “golpe versus legalidade.” O ranço ideológico é uma nódoa que corrói o
tecido social. Enquanto isso acontece ...
O PAÍS PEDE POR
SOCORRO!
Nota
Renovadora
Foi para um tempo de caos bem parecido
com o atual, já no distante ano de 1978, que recebi a missão de escrever livros
destinados ao País. As coincidências são tantas que escrevemos o livreto Brasil em Crise versus Brasil Esperança, compondo
uma síntese histórica do que vem acontecendo desde então. No dia 22 de março,
conforme farta divulgação deu-se o seu lançamento. Infelizmente, o
comparecimento foi pífio e decepcionante. Ao invés de sentir-me frustrado,
abriu-me novos horizontes.
Os Mosaicos estão em fase de editoração.
A classe política está desmoralizada perante a opinião pública, motivo de
grande número de seus membros estarem sendo investigados pela Operação Lava
Jato. Gostaria que o conteúdo dos três livros fosse apreciado por quem possa
interessar. Nada ocorre por acaso.
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