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Encruzilhada das Narrativas


                            (Décima segunda comunicação)

            

             Até aqui, o que foi repassado como ideia que serviria de motivo original para que se concretizasse o desenrolar de um tumultuoso estágio de vida — num cipoal de fatos que vão muito além do que a racionalidade pudesse conceber —, baseou-se em circunstâncias místicas, embora num quadro que viria confundir-se com a realidade. Repassamos ali o que tínhamos de essencial na memória para descortinar os meandros de uma tarefa missionária ditada por precognições, de tamanho vulto: Escrever livros para o País, sem precisão de datas, mas com acontecimentos que denunciariam o momento para torná-los públicos. Esta primeira fase nos referimos a fatos tidos como místicos.    
            Durante o tempo considerado como “Espera” (1990/2008), tivemos a oportunidade de comentar sobre situações anômalas, tidas como “problemas”.
            Para compararmos misticidade com a realidade, iremos transcrever alguns desses comentários, em épocas já distantes, mas que perduram até os nossos dias, só que em intensidade bem mais acentuada. 
            A partir de agora, portanto, trataremos do que se poderia afirmar como sendo o oposto dos fatos apreciados sob o ponto de vista místico, verificando uma realidade que está a exigir urgentes transformações corretivas, descartando, assim, a agressividade presente, impregnada de vícios nas raízes que dão sustentação ao Estado. Assim, realidade e misticidade se completam.
            Trata-se de uma realidade absurda, nos campos institucional, econômico e social, envolvendo interesses os mais diversos, que, à sombra de uma democracia distorcida de seus legítimos valores, descambou-se para um estágio de anomia e morte aos princípios morais. A violência, insegurança, corrupção (de um modo abrangente) e tantos outros fantasmas impeditivos de se implantar os seus antídotos, correm inevitavelmente em direção ao caos.
            A realidade nua e crua: Demonstrar fatos que não se relacionam com a rotina da vida, numa visão tida como mística, portanto, envolta em mistério, requer procedimentos minuciosos para fortalecer a credibilidade tão necessária ao rompimento da barreira da incredulidade. Principalmente numa época de transformações profundas, em que a tônica mais acentuada é o desprezo por tudo que não se enquadre nas atividades voltadas para o bem-estar da vida.
Assim, com cautela, estamos deixando para trás os relatos sobre o envolvimento numa tarefa missionária. O que virá pela frente nada tem de misticismo. É a realidade preocupante na descaracterização da nacionalidade, num maremoto de acontecimentos alarmantes, vistos com os olhos da modernidade, ao vivo e a cores.    
            Deste estado caótico e sofrido não é necessário procedimentos cautelosos, como os anteriores, pois somos partícipes dos mesmos. A cada dia mais nos afundamos no mar do indiferentismo, pois o requinte com que se praticam crimes hediondos está sempre surpreendendo. Isso sem se falar nos assaltos, sequestros, banalização do uso de drogas, desvirtuamento dos valores morais e a desvalorização da vida, sempre ameaçada e posta em constantes sobressaltos, já citados na comunicação anterior.
            Este estado de impotência é deplorável e preocupante, pois diz respeito à dignidade humana. Infelizmente, há algo mais perverso do que a insegurança e o pânico do dia-a-dia.
            Assim, o momento histórico que atravessamos há algum tempo, se bem observarmos, foi precedido de uma preparação urdida segundo planejamento meticuloso, em que se entrelaçam critérios ousados para implodir o que restou de uma sociedade que não era perfeita, mas cultuava princípios que a mantinha segundo uma ordem pré-estabelecida. Citemos alguns destes fundamentos: os bons costumes, as tradições, a moral, a ética, princípios religiosos e cívicos, o respeito pelos mais velhos, entre tantos outros.
            Da preparação que antecedeu ao atual estágio de inanição reativa, foram utilizados os métodos revolucionários da quebra da unidade. Fragilizados os pilares de sustentação, tornou-se fácil utilizar-se das forças que deles advinham, para criar um ambiente de descaracterização da sociedade, num acirramento do ódio aliado à ambição.  O resultado era de se esperar: As consciências foram mutiladas, ao ponto de achar tudo normal. Estava assim decretada a morte da unidade nacional, que antes, bem ou mau, prevalecia. Ora, não havendo correspondência civilizada entre os membros que compõem o conjunto, é de deduzir-se que o momento para exterminá-lo de vez, já chegou. No entanto, quantas pessoas sensatas e patrióticas estão preocupadas em denunciar toda espécie de falcatruas, hoje, tidas como normais!
A hora, portanto, é de se proceder a um exame de consciência, de aglutinar forças e apresentar soluções que venham combater tantos descalabros.    
            Para que seja viável um exame de consciência de tamanha monta, num mundo já impregnado das manchas da falsidade ou desvirtuamento da verdade e sob o império dos sofismas do interesse, é que o País pede por socorro e clama por medidas que atenuem a expansão de antivalores, que podem levar a catástrofes apocalípticas, sempre anunciadas e nunca levadas a sério. Vejamos o que se passa atualmente na cúpula dos Poderes da República, entre tantos outros:
            Os constantes atritos entre os três Poderes da República — Judiciário, Legislativo e Executivo —, atestam um estado de anomia no que se refere à independência. Com a atual rixa no que concerne à suspensão ao prosseguimento no Legislativo, pelo STF, do projeto que dificulta a criação de novos partidos e veta transferência do tempo de televisão e do fundo partidário para os novos partidos, vieram à tona velhas contendas: Quem tem o direito de ter mais independência?
            A Sociocracia, regime político previsto nos volumes um e três dos Mosaicos, tais práticas não existiriam. Lá, refere-se a uma interdependência, e não independência dos Poderes, com argumentos e dispositivos que garantam a harmonia dos Poderes e, em consequencia, a governabilidade plena, com mecanismos anticrises.      

            Esta comunicação é o limite demarcatório de duas realidades, uma de fundamento místico e a outra de fatos que presenciamos no dia-a-dia, de um tumultuado tempo de profundas transformações. 
A partir de agora transcreveremos de alguns de meus livros os textos que priorizamos como sendo básicos, mencionando dados referentes à fonte. Iniciaremos pelo tema “O Nacionalismo”.  

Obs.: A comunicação anterior (de número 11) havia sido postada incompleta. Já foi complementada.

  

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