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Uma Pausa Para Refletir


                                              (Décima Comunicação)

            Até aqui foram vistos, sequencialmente, os motivos que nos levaram a criar este blog, onde poderíamos esclarecer certas particularidades quanto ao envolvimento numa tarefa missionária, para a qual não me achava preparado. Até hoje sinto certa tibieza que tenta impedir-me de ir em frente. Por isso, vejo-me intuído a dar uma resposta a essa intromissão atrevida. É um parêntese que abrimos, mas necessário.     

            Quem pretende transmitir ideias e ideais, submetido a uma força que está muito além de sua vontade, não pode deixar-se dominar pelas emoções, sobretudo no que se diz respeito ao medo do ridículo, da dúvida ou do descrédito no que se pretende transmitir, com obstáculos tolos vindos de forças contrárias. Nem tampouco curvar-se ante o crivo de opiniões contrárias, muito comuns nos casos que dizem respeito a assuntos de interesse nacional — escrever livros destinados ao país? — ainda mais, previstos por precognições! Tais procedimentos podem mutilar interesses de algumas classes sociais, principalmente daqueles que se julgam donos de verdades, próprias ou não, adquiridas academicamente ou mesmo como autodidatas, muitas vezes com vícios já arraigados em tradições preconceituosas, ou sofismas que se impõem para sustentar princípios tidos como dogmáticos ou pétreos, um absolutismo que não pode sequer ser questionado, uma vez já estarem incutidos na consciência coletiva. No entanto, são deformações que acobertam interesses sustentadores de princípios que estabelecem as castas, proporcionando a desumana condição dos desamparados sociais, ou daqueles que não encontram na vida a razão de viver.
            É bom lembrar-se de alguns importantes aspectos da vida que todo ser humano traz consigo. Acontece que nem todos despertaram ou estão determinados a buscar as razões que os levam, muitas vezes, a desviar do seu destino. O livre-arbítrio, neste caso, é o fator que determina o sucesso ou o fracasso na vida, fugindo ou desviando das tarefas missionárias que deveriam ser cumpridas. O comum, ou regra geral, é nos acomodarmos à rotina, o que nos absorve por inteiro. Neste caso somos atraídos pelos milhares de passa-tempos, hoje disponíveis na internet ou encontrados nos lazeres proporcionados pelo consumismo. Toda cautela é pouca para não se deixar cair na teia do ócio. Os prazeres que a vida nos oferece, não podem influenciar nos deveres a que somos obrigados a praticá-los, como parte da essência da vida. O chamamento à consciência de tais práticas, no entanto, nem sempre é considerado, ou indefinidamente adiado. O meio termo é o ponto de equilíbrio que deve prevalecer. Se a vida é curta e, por ser na realidade tão efêmera, não é de bom alvitre querer encurtá-la ainda mais.
            Dedução: A rotina, quando não é bem administrada, é um impeditivo para que tomemos conhecimento daquilo que devemos realizar. O mais comum é agirmos por conta própria, pois temos o nosso livre-arbítrio negligenciando a razão de estar no mundo. Nem sempre dispomos de um mínimo tempo para dedicarmos a nós mesmos, no que diz respeito a nossa existência. Qual seria a nossa missão, se é que todos nós somos missionários? A vida, por si só, já é uma missão que devemos dar cumprimento. Acontece que nos prendemos às coisas externas, materiais e, muitas vezes supérfluas, e esquecemo-nos das obrigações espirituais, contrariando o que voluntariamente assumimos.                    

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