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Melancólico JUBILEU de OURO


                                                                                    52ª Comunicação               

Como introdução, transcrevo um pequeno trecho do artigo publicado na sétima comunicação deste Blog, postado no dia 31 de março de 2013, quando tratamos do tema Ideologia:
Este dia lembra um acontecimento cívico-militar que é um marco de luz na história do Brasil: o contragolpe que pôs fim a um período de crises profundas, um autêntico caos, sob a tutela do comunismo internacional, uma espécie de manto avermelhado de sangue, que viria sofrer um golpe letal em 1991, com a dissolução da União Soviética. A nossa memória é fraca, por isso seria oportuno rever os fatos que antecederam àquele épico episódio, no período compreendido entre o ano de 1935 (Intentona comunista) e os dias que antecederam a data que hoje deveria ser comemorada, mas que, por razões ideológicas, tenta-se, a qualquer custo, levar ao esquecimento.”...
                O tempo passou e estamos completando cinquenta anos de acontecimentos que seriam dignos de serem lembrados e festejados em qualquer país que preza a sua história. No entanto, vivenciamos um período histórico tumultuado, em que o País se vê submetido às imposições ditadas pelo Foro de São Paulo, segundo táticas gramscianas, cujo objetivo é apagar o que de excepcional deixou o ciclo dos governos militares. Para tal absurdo buscam pinçar fatos que chamem a atenção de uma população, hoje, descrente e apática quanto ao futuro. O momento atual nos obriga a uma reflexão sobre o presente e o que nos reserva o porvir. Será que estamos diante de um enigma, a debandada para um caos com consequências catastróficas?
Isto tem um significado muito especial: é preciso despertar do perigo de propósitos insanos e fortalecer princípios que engrandeçam a cidadania e a sociedade ordeira, estabelecendo um rumo ao desenvolvimento humanizado, em que a prepotência, a manipulação de dados e a mentira deslavada apeiem de vez aqueles que estão montados num pangaré prestes a não mais suportar o peso de tamanha irresponsabilidade e desfaçatez. Ou, pelo contrário, deixar como está para ver como fica. Está aí o futuro que nos aguarda: ou a bonança proveniente de tantas benesses que a natureza nos premiou, ou a estupidez do derramamento de sangue, o que já acontece atualmente em proporção alarmante. Parece pessimismo demais, mas não temos motivos para deslumbrarmos um otimismo utópico.
A violência está sempre vencendo. Quem sempre perde é a sociedade.
Com a ausência de um diálogo franco e leal, nestes dias conturbados, movimentos contestatórios, reivindicatórios e de fundamentos ideológicos e políticos, acirram os ânimos corporativos e fragilizam ainda mais o poder de que são investidas, constitucionalmente, as autoridades, expondo ao público a realidade deplorável de nossas instituições. O que será que foi feito com o dístico “Ordem e Progresso”, hoje, uma mera utopia republicana?
Ultimamente, em ritmo acelerado, vem acontecendo fatos de uma estupidez histórica inominável, em que a cobiça, o abuso de autoridade sem o apoio moral — da honestidade e senso de patriotismo —, maculam e espezinham fatos e nomes que honraram e elevaram a dignidade nacional ao nível de País sério e propenso a um progresso comprometido com o bem-estar de seu povo, já cansado da demagogia e das falsas promessas políticas e de políticos desmoralizados. Tudo tem sido praticado para desmoralizar os feitos do ciclo dos Militares no Poder e apagar os verdadeiros antecedentes que levaram à contra-revolução, uma insurreição sem derramamento de sangue. Naqueles dias tensos, além da baderna reinante, comícios que visavam atingir os pilares das Forças Armadas, incitando a quebra da hierarquia e da disciplina, reverteram-se no estopim que faltava. O movimento agigantou-se pela presença do povo que saía à rua exigindo que se pusesse fim a um estado de caos que nos levaria ao comunismo, de lamentável memória, como os covardes episódios de 1935, uma página de horror de nossa história. Assim, não havia outra saída a não ser enfrentar a delicada situação, ou acovardar-se e se omitir ao cumprimento das funções constitucionais, o que jamais aconteceria. Hoje, decorridos 50 anos, de maneira simulada, nos encontramos novamente diante do mesmo quadro, de triste memória. A história não é escrita por palavras ditas intempestivamente, mas por fatos. E estes não podem ser interpretados ao sabor de vontades que trazem ainda os recalques de sonhos inglórios, então desfeitos, justamente por negarem valores cívicos e morais, contrariando tradições e costumes. O País não suporta o peso de tantos despropósitos.  
Por isso o momento atual é delicado: ex-guerrilheiros são elevados à condição de heróis e homenageados com estátuas e nomes de bens públicos. Todos bem aquinhoados por benesses de aposentadorias e indenizações milionárias. Aqueles que se sacrificaram e lutaram para que pudéssemos gozar de uma democracia, hoje fragilizada, são tidos pelos antigos guerrilheiros como pessoas indignas de ostentarem qualquer tipo de homenagem. Está havendo uma inversão de valores. A “Revolução de 31 de março”, vista por eles, é considerada episódio tirânico e deve ser apagada da história pátria, como fato deprimente e sórdido. Estão aí as várias “(C)omissões da Verdade”, que só enxergam com o olho esquerdo.
Como exemplo deste estado caótico, cito um fato, entre tantos outros.
Li, consternado e atônito, uma notícia por demais audaciosa e ofensiva ao brio das Forças Armadas e, porque não dizer, do Brasil.:

“A prefeitura de São João Del Rei (MG) prepara um inusitado ato simbólico para 31 de março, quando se completam 50 anos do golpe militar. Os quadros com retratos dos cinco presidentes militares — os generais Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo — serão retirados do Salão Nobre da prefeitura. Resolvemos tomar a decisão de não reconhecer estas pessoas como presidentes eleitos, afirma o prefeito Helvécio Reis (PT).”...
“A prefeitura pretende convidar a viúva de João Goulart (1919 – 1976), Maria Thereza Goulart, para a cerimônia de retirada dos retratos. João Goulart foi o presidente deposto pelos militares em 1964.”...
“Outra ideia da prefeitura de São João Del Rei é mudar o nome de uma das principais avenidas da cidade, a 31 de Março, que corta o bairro Colônia do Marçal e recebeu esse nome em homenagem ao golpe.”... “O que nós queremos é que a Avenida 31 de Março mude de nome, diz o prefeito.” (Trechos extraídos do Correio Braziliense de sete de fevereiro de 2014).

E de onde partiu tamanho absurdo? Justamente de São João Del Rei, berço abençoado do mártir de nossa Independência, Tiradentes. Terra natal do conciliador Tancredo Neves e cidade que abriga o ex- 11º Regimento de Infantaria. Terra natal de muitos dos “Pracinhas” que deram as suas vidas para que pudéssemos respirar um ar de liberdade, hoje ultrajada pela insana vontade daqueles que fizeram do poder uma ponte que possibilitasse o retorno a um inglório passado, de péssimas recordações.
O que diria hoje Frei Orlando, que tanto amava aquela cidade? 

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