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Realidade e Misticidade-2

                                                                                   59ª Comunicação
Realidade: Como não poderia deixar de ser, a partir do momento em que fui comunicado de que deveria escrever livros destinados ao País (ver última comunicação) houve um dilúvio na minha vida. Sob o ponto de vista da realidade e não da misticidade, farei um breve relato do que comigo se passou e das coincidências que se acentuam a cada dia.
            Não é fácil expor uma situação de conflito interno, quando assumimos um compromisso que não admite ser contraditado, sobretudo tendo em vista comparações que nada têm a ver com os antecedentes que compuseram uma tarefa missionária, cujo envolvimento não dependeu de avaliação de motivos impregnados de interesses, sejam eles quais fossem. No entanto, tratava de uma realidade que, queiramos ou não, antecipava fatos que poderiam agravar ainda mais o já deplorável estado de anomia a que chegamos. Para quem se vê na obrigação de falar de si próprio, mesmo contrariando o seu modo de ser e ver as coisas, é constrangedor expor-se em assuntos que estão muito além de suas condições de vida.
O que aqui exponho é como se fosse uma catarse que tenta chamar a atenção para um provável rompimento dos laços que compõem a rede institucional que dá sustentação ao Estado. O momento atual, de tantas mazelas expostas, exige sugestões independentes, não contaminadas por ideologias ou interesses políticos. No entanto, o que me aturde a consciência é que este estado de calamidade que presenciamos, fora anunciado por precognições, há tanto tempo.
Não podemos ignorar certos fatos que estão fugindo do controle. No dia 13 de maio, em que se comemora a Abolição da Escravatura, Lei Áurea (Lei Imperial Nº 3353/1888), um ato humano que iria repercutir intensamente no futuro do País, passou quase despercebido, ou pior ainda, sob o pesadelo da continuação de fatos temerosos que estamos vivenciando. A violência campeia solta: no Rio de Janeiro, no dia 13 de maio, 158 ônibus foram depredados, provenientes de uma greve dos rodoviários que discordam das decisões emanadas do Sindicato que deveria representá-los, o que é um péssimo sinal, o rompimento com o princípio da representatividade sindical. Em São Paulo, nove carros foram queimados no estacionamento de uma Delegacia de Polícia; professores protestam com marchas de desagravos; outras categorias ameaçam entrar em greve, isso, a menos de um mês para o início da Copa. Mas não é só: no dia 14, mais 18 ônibus foram depredados no Rio de Janeiro. Em Pernambuco, a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, em greve considerada ilegal pela Justiça, proporcionaram um estado de calamidade pública, com onda de saques a supermercados e arrastões, além do aumento desproporcional de homicídios. Os movimentos contrários à Copa do Mundo alastram pelas cidades sedes e tornam motivos de segurança nacional. Juntando-se aos movimentos reivindicatórios transformam-se em atos violentos, saques e paralisações do trânsito. Os black bloks estão de volta. A propaganda política antecipada é pura demonstração de revanchismo. Está se tornando um ingrediente a mais para desnudar as fragilidades institucionais, corroídas por vícios que facilitam crimes de lesa-pátria.
Tenho experiência de como é difícil querer, por conta própria, expor ideias que não se coadunam com o momento apreciado. Referir-se ao futuro, torna-se uma impropriedade, ainda mais em assuntos místicos. É próprio de nossa cultura “deixar como está para ver como fica.” Dadas às coincidências presenciadas levei a sério uma tarefa missionária advinda de precognições, embora nunca me considerasse em condições para tal. O fato é que não tive outra saída. É isso que tento demonstrar.

Misticidade: “Há certos acontecimentos que são primazia do destino ou fazem parte dos planos de Deus e aquelas pessoas que a eles se atrelam, não o fazem por convicção nem tampouco por vontade própria. Parece ser instrumentos ou peças de um mecanismo invisível e pouco compreendido, que se colocam aquém e além, abaixo e acima das faculdades interpretativas do ser humano.”  (4ª Comunicação – 21/03/2013)     
Continuemos com a sequência do que venho narrando:
“No sábado seguinte fui novamente encontrar-me com a “Tia Neiva”, desta vez na “Casa Grande”, sua residência. Disse-lhe da dificuldade em escrever sobre assuntos estranhos a minha profissão. Ela apenas me ouvia e pouco falava. Depois de um sofrido monólogo veio a resposta: “Você precisa escrever os tais livros. “Os assuntos vão aparecer naturalmente e, com o tempo, você vai tomar gosto pelo trabalho. E mais: eu deveria avistar-me com ela, de vez em quando; caso não pudesse me atender, bastaria apenas mandar avisá-la da minha presença. Deu-me também dois livros de presentes e falou-me que não me convidaria a ingressar no Vale do Amanhecer, porque eu não fazia parte das “falanges da corrente”: “Você não é Jaguar, meu filho!”. Mas que eu teria todo o apoio de “Pai Seta Branca”. E encerrou a conversa: “Tudo vai dar bem, depende só de você.” (5ª comunicação – 23 de março de 2013).
“Comecei a escrever os tais livros e cumpria, periodicamente, como uma obrigação, o encontro com a “Tia Neiva”. As ideias iam chegando e eu as colocava no papel, assim como se fosse um grande rascunho. Não dispunha de muito tempo, pois fazia dois expedientes no Quartel, em funções que muito me absorviam. A qualquer hora estava a escrever, pesquisar e anotar. Anotava tudo que viesse a interessar. Escrevia, assim, tumultuosamente, sem muita ordem. Só sei que em 1983, após escrever e reescrever assuntos tão variados consegui datilografá-los em casa, numa máquina portátil, sem muitos recursos. Desdobrei os assuntos em dois livros e dei-lhes um nome: “Mosaicos da Sociedade Brasileira”, sendo que um tratava de problemas institucionais e, o outro, justamente o das 18 páginas previstas pela “Tia Neiva”, sobre problemas sociais.” (6ª Comunicação, 28 de março de 2013).
            Um fato interessante: A partir do momento em que os dois livros ficaram prontos, comuniquei à Tia Neiva este fato. Foi a última vez que a visitei. Não me lembro bem o ano, talvez início de 1984. Por esta ocasião, já bastante debilita e já prevendo o que estava por vir, comunicou-me que outra pessoa a substituiria como meu orientador. Não se referiu a nome e nem como isso se daria. Hoje, passados tantos anos presumo que, aproveitando daquela ocasião, dei a ela conhecimento da conclusão dos “tais livros”, ao que mais uma vez lembrou-me da importância de prosseguir no cumprimento da tarefa missionária. Foi uma despedida de agradecimento pelas orientações recebidas. E também um marco na minha vida, um “antes e depois”, que me acompanharia para sempre. Nunca me esquecerei de suas palavras, ditas mais de uma vez: Você tem muita responsabilidade com o futuro do País.        
             O que veremos a partir de agora refere-se a um tempo de muitas experiências comprobatórias de precognições que viriam a se confirmar, feitas por “Tia Neiva” e outros tantos videntes, sempre anotadas e transcritas em livros, para futuras comparações. A memória é fraca. O que está escrito permanece.   

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